Crítica: Shadow of the Tomb Raider

Escrito por Silvio Diaz
Crítica

Tendo a sua estreia na geração com um híbrido para o Xbox 360 e One, Tomb Raider, o reboot da franquia finalmente chegou focado na geração atual. Com gráficos impressionante e poucas novidades, Shadow of the Tomb Raider chega como um ótimo exemplo de que beleza não é tudo.

Em Shadow of the Tomb Raider, Lara precisa corrigir um erro que cometeu. Após retirar uma adaga de um templo do México, a protagonista inicia uma profecia que se não for finalizada irá causar um apocalipse. Para isso Lara e seu amigo  Jonah viajam até o Peru para vasculhar a floresta amazônica e salvar o mundo.

Tal qual a premissa, a história inteira do game é fraca. Tanto Lara quanto Jonah são claramente bons personagens, mas não são minimamente bem explorados e toda a aventura é mal construída.

Em certos momentos dá a impressão de que o roteiro do game foi emendado apenas para chegar em pontos da história, como se os escritores buscassem qualquer desculpa para desenvolverem a narrativa que queriam. Infelizmente, graças a isso diversos momentos são mal explicados ou tem nenhuma explicação. Cortes tão bruscos na narrativas que chegam a se tornar buracos.  

O problema narrativo seria fácil de engolir se o forte do jogo fossem suas mecânicas, mas Shadow of the Tomb Raider peca na falta de originalidade. É possível dizer até mesmo que o seu game design é preguiçoso.

Shadow of the Tomb Raider modo foto Lara
A arte e os gráficos de Shadow of the Tomb Raider são impressionantes.

Praticamente todas as mecânicas de Shadow of the Tomb Raider estavam no primeiro game. Os puzzles usando flecha e corda, a escalada com picareta, os colecionáveis e até às mortes grotescas. É como se o jogo usasse apenas a sua base e não tentasse ir além com nada. Sendo o primeiro feito focado para a geração atual, era de se esperar uma evolução além da gráfica, mas não é isso que acontece.

O curioso é que o jogo é extremamente corajoso em outros aspectos. São pouquíssimos momentos de ação ou stealth. Boa parte da campanha o jogador precisa apenas vasculhar, explorar, fazer puzzles ou andar. É quase como se fosse um game de plataforma do Nintendo 64 em que os colecionáveis não fossem obrigatórios. Isso pode afastar alguns, mas ainda é interessante ver isso em um jogo.

Shadow of the Tomb Raider Jonah

Outro aspecto corajoso é que mesmo não alterando nada de sua base, o game continua sendo extremamente inclusivo. Todas as personagens relevantes e com algum tipo de habilidade e poder são mulheres, algo que ainda é difícil de ver hoje em dia, mas obviamente, isso ainda não o torna um bom jogo.

Ele é medíocre. Nada nele é realmente empolgante, a história dificulta se importar com qualquer personagem e a grande maioria dos momentos de gameplay são insossas. É como se faltasse tempero em todos os ingredientes que formam Shadow of the Tomb Raider. Um jogo com produtos de qualidade que foram mal cozinhados, tornando toda a história mal construída em algo completamente esquecível.

Shadow of the Tomb Raider será lançado dia 14 de Setembro para Xbox One, Playstation 4 e PC.