Crítica – Loop Hero é o game que nós precisamos

Loop Hero coloca o jogador em um mundo em que o dia nunca acaba. Nosso herói, o único que se lembra com clareza de tudo que aconteceu, sai em uma aventura para desvendar o mistério do porque o mundo está assim.

Desenvolvido pela Four Quarters e publicado pela Devolver Digital, Loop Hero chegou para ser o game definitivo de 2021. No meio a quarentena, onde os dias parecem ser sempre os mesmos, Loop Hero traz o estilo de gameplay que faz as pessoas relaxarem e aproveitarem cada momento.

“Se Deus quis, não podemos discordar”

Admito que fui pego de surpresa pelo roteiro de Loop Hero. Jurando que seriam apenas diálogos genéricos para servir de base para o game, me dei de cara com falas ricas e muito engraçadas sobre assuntos gerais e de grande importância. O game traz um quê de religião e como as pessoas se relacionam com isso.

Além disso, caso o jogador deseje voltar em uma fase, para farmar material, até porque é uma boa saída em vez de tentar farmar em mundos mais complicados, a história do game irá dar mais dicas sobre o que está acontecendo.

O gameplay de Loop Hero é perfeito. Basta sair para uma expedição, colocar os melhores equipamentos e torcer para que dê certo. Isso… torcer. O jogo traz um fator RNG gigantesco e você pode ter o melhor ou o pior loop possível.

O game vai te dando cartas e equipamentos conforme você vai derrotando inimigos. Cada equipamento te dará atributos diferentes, e você deve escolher em quais quer focar. É aqui que entra a parte de RPG de Loop Hero. 

A classe Ladino, por exemplo, é ótimo com evasão e reagir – uma espécie de contra-ataque -, mas caso você queira que ele regenere vida ao bater nos inimigos, deve abrir mão de um desses atributos e montar outra build. Não existe uma build certa em Loop Hero, o jogador pode montar como bem entender ou como o loop pedir. A versatilidade é um grande acerto do jogo.

As cartas aparecem conforme você monta seu deck antes de partir para a exploração. Elas são adquiridas ao construir e dar upgrade em sua base. Uma coisa interessante são as suas combinações. Por exemplo, se você colocar uma Mansão Vampiresca perto de uma Aldeia, os habitantes se tornam Ghouls, e isso pode te dar um item especial, usado em crafts. 

É possível manipular para conseguir a combinação necessária ao escolher quais cartas você quer levar. O jogo não necessariamente explica essas combinações, então os jogadores têm que testar e ainda há diversos elementos que ainda não foram descobertos.

Um tabuleiro interativo aos moldes antigos.

O mapa do loop é como se fosse um tabuleiro, onde você irá usar as cartas e montar o cenário. A cada carta no mapa, a barra de progresso do loop irá subir. Ao ser completada, o chefe da fase surgirá e não se preocupe em criar um cenário bonito.

O sistema de crafting também é bastante funcional, construir casas, tendas e postos ajudarão os jogadores a se aventurarem nos loops. Novas cartas e classes são obtidas em construções especificas.

Há loops onde os jogadores irão apenas farmar materiais ou experimentar combinações. Caso você tente enfrentar os bosses direto, provavelmente irá falhar, ou contará 100% com a sorte. Isso pode ser bom e ruim ao mesmo tempo, pois, apesar do game ter opções de velocidades diferentes, acredito que 2x não é suficiente para aqueles que só querem fazer um loop para adquirir materiais.

OBS: essa review foi escrita antes da confirmação da desenvolvedora de que irá adicionar uma nova opção de velocidade em uma futura atualização.

A trilha-sonora e efeitos sonoros remete bastante à jogos antigos e isso combinado com o seu estilo artístico, ajuda na imersão que o game propõe. 

Loop Hero traz um conceito simples e que engolirá o seu tempo sem você nem perceber. Viciante, com uma simples história para te contar, o game poderá crescer muito se for bem explorado.