Crítica: Infernax

Por Arthur Tayt-Sohn

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

A eterna luta entre o bem e as forças das trevas é um tema recorrente nos jogos. Um dos mais emblemáticos jogos dessa temática é Castlevania. Infernax, da Berzerk Studio, se inspira nesse clássico mas ao mesmo tempo acrescenta possibilidades a mais.

Regressando à sua terra natal

Após muito tempo guerreando em terras distantes, o cavaleiro Alcedor retorna ao seu lar e é surpreendido por conflitos entre os humanos e forças das trevas. Uma misteriosa maldição recaiu sobre o reino e despertou criaturas do inferno. Sua missão a princípio é entender o que está acontecendo e impedir a aniquilação total de seu lar. Isso caso você não mude de ideia, claro.

Enfrentando as forças do inferno

Infernax funciona como os clássicos Castlevania das eras 8 e 16 bits. O cavaleiro Alcedor conta com uma maça, escudo e armadura e irá enfrentar diversos tipos de inimigos entre zumbis, esqueletos e outras monstruosidades. A estrutura do jogo também é simples. Seu objetivo é passar por 5 castelos para quebrar o selo do castelo principal. Cada um desses castelos conta com uma diversidade de inimigos e um boss final.

Durante sua jornada, você irá ganhar experiência, para melhorar seus status básicos, e também adquirir novos equipamentos, habilidades e magias. Até aqui nenhuma novidade e o jogo funciona muito bem nesse aspecto.

Como de costume em muitos jogos do mesmo tipo, o começo é relativamente desafiador, pois ainda temos poucos recursos e habilidades. Conforme avançamos no jogo, melhoramos nossa vida, força e ganhamos habilidades e magias bem úteis. Desde habilidades que causam dano massivo até magias de cura.

É uma experiência clássica e se você já tiver jogado outros jogos do gênero, não vai ter dificuldades. Se você for da turma sênior que jogou os clássicos dos anos 90, terá menos dificuldade ainda. Infernax oferece uma experiência dos jogos clássicos, mas conta com um bom refinamento, além de ser bem mais balanceado.

A estrutura do mundo já é mais semelhante a jogos como Metroid, sendo um mundo interconectado, divido por áreas acessíveis normalmente e outras que só conseguiremos acessar ao adquirir habilidades e itens específicos.

Além disso, o jogo conta com algumas missões e bosses opcionais, que oferecem habilidades a mais, bem como recompensas em dinheiro, além de um pouco mais de conteúdo sobre a lore do jogo.

Até aqui, nada de diferente do que já estamos acostumados a ver. Mas o jogo possui algumas mecânicas interessantes que chamam atenção.

Escolhas importam

O grande diferencial de Infernax é um sistema de decisões, onde em determinados pontos passaremos por eventos que exigem que façamos uma escolha. Essas escolhas vão determinar o final do jogo, mas também possuem consequências imediatas.

Logo no começo do jogo, iremos encontrar um homem agonizando de dor e implorando para ser morto. Temos a escolha de atender seu pedido ou tentar ajudar. Dependendo do que você decidir, um evento irá ocorrer e a consequência disso será vista posteriormente. Como não é imediatamente após o evento, fiquei um bom tempo curioso pra saber o que ia acontecer.

E são várias decisões que precisamos tomar ao longo do jogo, sendo que algumas delas vão impactar diretamente na índole do nobre Alcedor. Ou seja, Infernax não se limita a ser apenas um jogo sobre o bem contra o mal, mas também te permite decidir seu próprio caminho.

Isso é interessante porque adiciona um fator replay, já que podemos recomeçar o jogo depois e fazer escolhas totalmente diferentes para ver o que acontece. Outra mecânica que interfere no seu gameplay é o ciclo de dia e noite, que altera alguns eventos e também os monstros que aparecem no mundo para serem enfrentados.

Identidade visual e sonora

Infernax conta com visuais muito bonitos, fieis às suas inspirações, mas com qualidade digna de técnicas e tecnologias modernas. É um jogo agradável de ver e ouvir, com suas trilhas sonoras compostas para dar aquela sensação de estar jogando um jogo dos anos 90 de verdade.

O design dos bosses em especial é muito interessante, contando com monstruosidades e demônios inspirados em jogos como Diablo, Castlevania e também literatura, como H.P. Lovecraft.

Mesmo sendo um jogo retrô, ele conta com animações de qualidade e modernas. As animações de morte do personagem são bem complexas e com alto nível de violência gráfica.

Isso sem contar em algumas animações, sobretudo de eventos, que são puro gore pixelizado, extremamente bem detalhados. Fora alguns detalhes, como Alcedor ficando cada vez mais banhado em sangue conforme mata seus inimigos. A direção artística do jogo é muito caprichada nesses aspectos e prezou pelos detalhes.

Bem-vindo ao inferno

Infernax é um jogo fácil de agradar. Ele não tenta reinventar a roda, mas também não tenta ficar em uma zona de conforto. O sistema de decisões faz toda a diferença nesse jogo, principalmente pelo fator replay, já que o jogo não é tão longo e ter essa opção é interessante.

Além disso, ele é bem polido e não tive problemas com suas mecânicas. Mas claro, lembre-se que é uma experiência mais próxima de jogos clássicos, então é importante entender algumas das limitações que o jogo possui, que são as mesmas que jogos clássicos possuem.

Fora isso, é um jogo que diverte tanto fãs mais antigos do gênero como os mais novos. Podemos dizer que é uma experiência clássica, mas também adequada para fãs mais novatos. E talvez quem sabe faça você se interessar por aquele clone do Nintendinho pegando poeira no armário do seu tio.

Nome do jogo:

Infernax

Publisher:

The Arcade Crew

Desenvolvedora:

Berzerk Studio

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 4, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch