Crítica – Voice of Cards: The Forsaken Maiden

Por Pedro Ladino

Nota: 7

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Um dos meus jogos favoritos de 2021 foi Voice of Cards: The Dragon Isle Roars. Ele trazia um sistema interessante de uma narrativa contada através de cartas e com uma história simples mas bem feita. Fui pego de surpresa quando a Square Enix anunciou que um segundo Voice of Cards estava sendo feito, The Forsaken Maiden, que chegou agora no último dia 17 de fevereiro. O game se passa no mesmo universo do primeiro mas com um setting e elenco totalmente diferentes.

A equipe por trás do jogo é basicamente a mesma, com exceção do escritor, que faz todo o diferencial desse segundo título, e dos narradores. Yuki Matsuo dá lugar à Yuki Wada, também escritor do jogo mobile NieR Re[in]carnation. Maasa Mimura retorna como diretor, assim como Keiichi Okabe e sua equipe da MONACA, retornam para a composição da trilha-sonora. Kimihiko Fujisaka retorna como artista do jogo e Yoko Taro como diretor criativo.

Enquanto o primeiro game era algo mais contido, em todos os aspectos, The Forsaken Maiden já começa a experimentar mais coisas, tanto no roteiro quanto em gameplay. O segundo jogo melhora em tudo do seu original, de roteiro à mecânicas, é incrível como em quatro meses, a franquia, agora podemos chamar assim, evoluiu. Yuki Wada traz um ar bem mais “Yokotaresco” que Isle Dragon Roars, com temas como crenças e autoestima, além dos clássicos socos do estomago já conhecidos do diretor de NieR e Drakengard, ainda que numa potência menor.

Adoro o fato de que a gente é o protagonista mas ao mesmo tempo não somos. Laty é a estrela do jogo e vemos toda a evolução da condição dela durante a história e é simples, porém bem executado.

O jogo também traz novas mecânicas para o gameplay, e conseguem ser bem-vindas, missão stealth temos, é bem legal o que eles conseguem fazer usando somente cartas. Novos golpes foram adicionados e o combate ficou bem dinâmico, ainda mais com a inclusão do Speed Mode, que permite aumentar a velocidade do jogo, essa feature veio por update no primeiro game. Dito isso, os ataques em área ficam com os efeitos sonoros bugados quando o Speed Mode é ativado, mas não é nada muito grave e que não possa ser corrigido no futuro.

The Forsaken Maiden é BEM mais longo que o primeiro. Enquanto no jogo anterior eu terminei com cerca de 13 horas, sem fazer tudo, nesse eu levei quase 30 horas. O ritmo se perde um pouco durante o capítulo 3, com as ilhas do Norte e Leste, mas depois se ajusta para os últimos dois capítulos. Há apenas um final para o jogo, apenas com uma cena diferente para cada escolha feita, não é algo que valha a pena mirar em um NG+.

Outra mudança que foi bem-vinda foi a do narrador. Em vez de alguém mais sisudo e sério, Mark Atherlay traz uma narração que brinca de vez em quando, com suspiros e engasgos, tendo que repetir a frase, realmente não lembro se isso ocorria no primeiro. Além disso, ele tem um jeito de falar bem mais soltou que o primeiro. Não cheguei a checar a versão em Japonesa.

Os novos designs dos personagens são ótimos e a trilha-sonora dessa vez traz mais variação entre os temas e motifs. MONACA nunca decepciona.

Tal como uma fruta, o segundo game da série Voice of Cards: The Forsaken Maiden consegue trazer um amadurecimento em um curto período tempo, e estou empolgado para uma possível terceira entrada da franquia.

Nome do jogo:

Voice of Cards: The Forsaken Maiden

Publisher:

Square Enix

Desenvolvedora:

Alim

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 4, Nintendo Switch