Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
O que faz um jogo dar certo é normalmente complexo. Muito investimento, marketing certeiro, qualidade e até sorte são possíveis fatores para um jogo ser conhecido e se tornar um sucesso. A Square Enix tem conseguido um misto curioso nisso. Sucessos como os Final Fantasys XIV e VII Remake, fracassos como The Quiet Man e Balan Woderworld e agora Babylon’s Fall, uma torre de babel em forma de vídeo game.
A história da torre de babel é simples. Os babilônicos decidiram construir uma torre gigante, que fosse suficiente para encontrar Deus no topo. Para impedir o acontecimento, Deus fez com que cada um trabalhando na torre falasse uma língua diferente e dessa forma, ela nunca conseguiu ser construída.
Com Babylon’s Fall, a Square Enix claramente não queria encontrar Deus, mas seu jogo se torna um desastre justamente por não conseguir se comunicar consigo mesmo. É um jogo serviço de 60 dólares, mas toda a sua estrutura funciona como um jogo free to play e mesmo sendo para consoles, sua estrutura mecânica e gráficos parecem olhar muito mais para o mobile. Como vai funcionar com tanta desconexão?
Eu entendo a virada de olho do jogador com a ideia dos “GaaS”, mas o problema não é o estilo, e sim o como é feito. Babylon’s Fall é um ótimo exemplo desse problema. Qual o sentido de cobrar pelo primeiro season pass do jogo que custa 60 dólares? De quem foi a ideia de criar um banner de resolução terrível para ser exibido em vídeo games que ficam em telas maiores?
O ponto é muito simples, Babylon’s Fall deveria ser free to play. Vamos ignorar a parte de que também deveria estar no mobile, já que Genshin Impact prova que isso dá certo e nem precisa ser dito. Babylon’s Fall como um jogo gratuito se torna outro. Ele deixaria de ser algo que precisa pagar 60 dólares ou 300 reais no Brasil para experimentar de verdade, e se tornaria um jogo que possivelmente muitos jogadores entrariam e ficariam por, além de ser gratuito, não ter mecânicas ruins de verdade. É um jogo medíocre, e está tudo bem. O problema é tudo envolta. Quem quer pagar por algo com tantos sistemas de jogo free to play, quando se já tem tantos nesse estilo disponíveis de maneira mais democrática ?
A história da torre de babel sempre ficou na minha cabeça por isso, além de ser a explicação bíblica pra tantas linguagens, aquilo deixava claro o como se comunicar é importante. Agora imagine um projeto que a sua existência parece ser em diversas linguagens?
É muito fácil entender como Babylon’s Fall hoje não funciona, mas é justamente por isso que é tão fácil de ver que ainda existe saída. Coloca free to play, dá uma penca de coisas aos que compraram, se ajusta e organiza. As chances existem, Square Enix, mas não importa o quanto se ajusta, se o jogo não se comunicar consigo mesmo, ele não funciona e não irá funcionar.
Babylon's Fall
Square Enix
PlatinumGames
PC, Playstation 4, Playstation 5