The Last Oricru é um jogo raso

Por Jean Kei

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

The Last Oricru é o primeiro jogo do estúdio Goldknights. E devo dizer que não foi uma boa estreia.

O jogo se vende como um Action RPG com um foco muito grande em narrativa, prometendo um mundo muito interessante, diversas escolhas e cheio de consequências. Aqui temos um combate bem inspirado em na série Souls e com uma dificuldade desafiadora, mas que promete ser acessível com um modo fácil, e mesmo em sua dificuldade normal ser um jogo justo apesar de tudo.

Aqui você vai embarcar num mundo sci-fi medieval, onde seu personagem está num planeta cheio de mistérios e no meio de uma intriga de duas raças.

Só é uma pena que ele não cumpre quase nada que promete.

De fato o jogo (até onde joguei, admito que não consegui ir até o fim) me pareceu ter bastante escolhas e mudanças na narrativa ao longo do caminho. O problema é que eu não consegui me importar nem um pouco com o mundo nem com os personagens do jogo.

A narrativa do jogo parecia não entender qual tom levar, as vezes o jogo parecia uma paródia, as vezes parecia sério, as vezes parecia só brutalmente mal escrito. O começo do jogo é caótico, não te explica muita coisa e tem um péssimo trabalho em apresentar os personagens.

Outro pecado que o jogo comete é, ao se vender como um jogo com muitas ramificações, seria no mínimo interessante fazer o jogador ter um pouco de contexto das suas ações antes de se comprometer com alguma causa. Aqui ninguém me explica nada e em alguns minutos eu sou obrigado a escolher entre “Um grupo escravizado que quer lutar contra seus opressores” e “opressores que não te explicam nada, falam de maneira racista e te trataram mal todo o começo do jogo”.

Escolher os oprimidos me parecia a escolha óbvia, mas o jogo O TEMPO TODO ficava fazendo comentários de como o grupo revolucionário é problemático por ser violento (mesmo se a violência é contra seus escravagistas)

Se fosse algo maniqueísta, onde o jogo vende que um lado é o maligno e te dar a oportunidade de “ser do mal”, estaria ok. Mas o tempo todo senti que o jogo me vendia uma área cinza que não fazia o menor sentido.

Dito tudo isso, a história parece até boa comparado ao gameplay

Definitivamente, a pior coisa desse jogo é sua gameplay.

The Last Oricru é um Soulslike da forma mais genérica e fraca possível. A exploração e os cenários são super sem graça, o jogo tem uma dificuldade super desequilibrada e inconsistente, o combate não parece ter “peso” nenhum.

Normalmente eu tento jogar os jogos que faço uma análise até o fim e tento buscar sempre alguma coisa interessante ou positiva. Mas aqui, infelizmente eu serei apenas ranzinza com uma análise curta e grossa. Eu não achei nada bom em The Last Oricru e não senti ímpeto de buscar por mais tempo.

A sensação que tive era de estar jogando um trabalho escolar. As pessoas sabem a teoria, e sabem fazer aquilo funcionar e fazer sentido. Não encontrei bugs no jogo e tudo parecia funcionar perfeitamente da forma que deveria. Mas mesmo sendo competente, não tinha nada ali que fazia ser interessante. Tudo é muito raso e parece querer abraçar as coisas que os desenvolvedores gostam, mas parece que ninguém ali pensou muito a fundo o que fazia os jogos que eles gostam serem prazerosos de jogar.

Nome do jogo:

The Last Oricru

Publisher:

Plaion

Desenvolvedora:

Goldenknights

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 5, Xbox Series S|X