Crítica – PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo

Por Pedro Ladino

Nota: 8

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Quando comecei PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo eu não sabia o que esperar. Quando foi anunciado na última Nintendo Direct, o título logo me deixou interessado. Era algo bem diferente dos jogos daquele evento e algo bem diferente vindo da Square Enix, e se tem uma coisa que os últimos dois anos me mostraram, é que algo diferente vindo da Square, tem grandes chances de ser uma experiência, no mínimo, interessante.

Voice of Cards, Harvestella, The Centennial Case: A Shijima Story, até mesmo Triangle Strategy, todos são jogos de orçamento menor e que atingem públicos específicos e todos trouxeram algo de refrescante em meio aos títulos AAA da Square Enix e do mercado. Dos citados, Harvestella sem dúvidas é meu favorito e facilmente entrou em meu top 3 de 2022. 

Mas voltando à PARANORMASIGHT, o novo título da empresa de Final Fantasy, e desenvolvido pela xeen.inc, é um adventure, daqueles com uma vibe bem clássica, contando com uma trama lotada de mistério. Em minha prévia, falei que ao terminar o prólogo, o jogo se mostrou bem promissor, tendo potencial para ser uma das surpresas do ano, e como é bom acertar, ein? 

O jogo entra em uma crescente, acrescentando camadas e mais camadas no enredo dos Sete Mistérios de Honjo, chegando em um ponto em que me deixou preocupado em como o jogo iria amarrar isso tudo. E amém, Takanari Ishiyama, diretor e escritor, não me decepcionou. Irei anotar teu nome em meu cardeninho!

Na história, controlamos Shogo Okiie, um simples funcionário, que estava visitando um parque com sua amiga Yoko Fukunaga no meio da noite, para investigar a lenda local dos Sete Mistérios de Honjo e o Rito da Ressureição. Após alguns eventos desconhecidos e inexplicáveis, Shogo se encontra obrigado a investigar mais sobre a lenda. Enquanto isso, outros personagens começam a investigar o conto também por conta própria.

Mecanicamente, o jogo remete a Visual Novels/Adventures como as séries Zero Escape e AI: The Somnium Files de Kotaro Uchikoshi, usando um sistema de flowchart, aqui chamado de Story Chart, onde você vai navegando entre rotas afim de descobrir mais peças para montar o quebra-cabeça. Obviamente, por motivo de spoilers, irei parar por aqui afinal, ir “blind” em jogos desse tipo é a melhor coisa que se pode fazer. No mais, leia tudo, fale com todo mundo e preste atenção aos detalhes.

Também há momentos, assim como citados em minha prévia, em que o título obriga o jogador a tomar decisões fora do campo do jogo, então se prepare para mexer em menus algumas vezes. 

E claro, a mecânica mais importante de PARANORMASIGHT é a leitura. Não apenas você tem que ler a história, afinal o jogo não possui dublagem, mas ele também lhe oferece inúmeros documentos que catalogam todas as informações apresentadas. Personagens, histórias da cidades, maldições, os sete mistérios, localidades, são catalogados para que o jogador possa ter acesso a qualquer momento afim de desvendar o mistério e avançar na história.

Uma aventura imersiva

Um dos grandes pontos positivos de PARANORMASIGHT é o quão imersivo ele é. De arte de background à trilha-sonora, o jogo traz uma ambientação onde você se sente observado o tempo inteiro. São frequentes, os momentos que você sentirá como estivesse em um ambiente claustrofóbico. A trilha-sonora e direção de som do jogo ajudam fortemente nessa sensação.

Eu conheci o trabalho de Hidenori Iwasaki em Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin no ano passado, sendo responsável por várias de minhas músicas favoritas daquele jogo, e aqui é impressionante o “range” do compositor, com várias trilhas bem diferentes uma das outras. A minha favorita, sem dúvida, é a trilha sonora do detetive Tetsuo Tsutsumi.

Aqueles que jogaram The World Ends With You e sua sequência, são familiares com o nome Gen Kobayashi, que novamente assume o posto de character design e enquanto os personagens são menos espalhafatosos que os dos jogos dos ceifadores, ainda conseguem ser únicos graças as suas caretas e expressões.

O jogo tem uma duração bem curta. Eu terminei por volta de 13 horas, mas se você não for uma porta como eu(alguns puzzles me travaram bastante), pode terminar entre 10 e 12 horas facilmente.

PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo certamente não figurará na lista de mais jogados do ano da maioria do pessoa, mas aqueles que forem jogar, encontraram uma experiência muito bem escrita e imersiva. O jogo, sem dúvidas, é uma das grandes surpresas de 2023 e espero que a Square Enix continue apostando em mais títulos como esse, pois são o respiro que precisamos nessa indústria.

Nome do jogo:

PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo

Publisher:

Square Enix

Desenvolvedora:

xeen inc.

Plataformas Disponíveis:

PC, Nintendo Switch, Mobile