Mini Crítica: Ys IX: Monstrum Nox (PS5)

Por Pedro Ladino

Nota: 8.5

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Ys IX: Monstrum Nox é um dos meus jogos favoritos da série Ys. Ele tem vários problemas, em especial relacionados à sua performance e sua estrutura narrativa, mas é um jogo pelo qual tenho um carinho.

Quando saiu originalmente em 2019 no Japão para PlayStation 4, o jogo rodava porcamente, ainda mais quando andavámos na cidade de Balduq. Na versão ocidental, em 2021, os problemas foram reduzidos, mas não erradicados, porém não comprometiam a experiência, diferentemente da versão de Nintendo Switch que mais parecia um power point do que qualquer outra coisa.

A versão de PC, feita aqui mesmo no Ocidente, era ótima e, assim como a versão de PS5 de Ys VIII: Lacrimosa of Dana, serviu de base para esse novo port lançado pela NIS America. Será que vale a pena pegar essa nova versão e não apenas comprar a versão de PS4, que por si só já possui um patch para PlayStation 5?

Narrativa formuláica porém boa

Em Ys IX: Monstrum Nox, o aventureiro Adol Christin se encontra agora na Cidade Prisão de Balduq, onde, por causa de uma maldição, que lhe deu poderes, está impossibilitado de deixar a cidade. Como Crimson King, Adol precisa desvendar os motivos pelo qual recebeu esses poderes e os mistérios que envolvem Balduq.

Na minha mini crítica de Ys VIII eu falei que lá foi onde o jogo começou a “sofrer” uma “Trailsficação” e aqui vemos outro exemplo disso, em uma narrativa mais formuláica que pode cansar algumas pessoas. Em cada capítulo, novo party membro é apresentado e temos uma resolução do arco dele aqui mesmo, enquanto constrói por baixo o arco geral do jogo. Dito isso, a história de Monstrum Nox, mesmo com seus problemas na parte final, ainda é melhor que muita coisa que sai por ai, e melhor que os últimos Trails pré-Reverie.

Ys normalmente é uma série que você começar por qualquer título, com excessão de Ys II e eu diria que mais ou menos aqui também. Ainda dá para aproveitar o jogo por si próprio, mas as reviravoltas do jogo e certos pontos são tão autoreferênciais, que talvez aqueles que não a conheça possam ficar perdidos.

O passado e o futuro 

A Yamaneko Engine vinha sendo utilizada em Ys desde Ys Seven lançado em 2009. É um motor gráfico que recebeu várias modificações, passando por PSP, PS Vita e PS4 (curiosamente não tivemos Ys para PS3), e uma hora ou outra a engine iria se cansar, ainda mais que Ys IX é um jogo mais vertical, com direito a grappling hook. Isso refletiu em diversos aspectos do jogo, em especial em sua framerate.

Monstrum Nox foi sem duvidas um jogo rushado, ainda mais comparando com seu antecessor, lançado para Vita, onde tinha mais detalhes nas texturas. Porém, o jogo trouxe consigo uma tecnologia que a Falcom vem utilizando com bastante frequência em seus jogos desde 2019: animações por captura de movimento. É fácil saber onde elas foram utilizadas aqui, o constraste é notável.

Outra herança da época de Ys Seven é a utilização do party system no combate e foi também a última vez que vimos ele em ação, pois Ys X: Nordics trará um novo sistema de combate, que, pelo que foi mostrado até o momento, tem sim suas semelhanças, mas promete ser bem diferente, a começar por termos apenas dois personagens jogáveis.

O próximo jogo da série está sendo feito na nova engine in-house da Nihon Falcom e tem lançamento marcado para o final de 2023 lá no Japão. Os dois jogos mais recentes da série Trails, Kuro e Kuro II: Crimson SiN, foram feitos já nesse novo motor gráfico. 

Agora sim, temos um jogo?

Vamos lá falando do port em si. Ele é ótimo? Sim. Vale a pena? Depende.

De longe é a melhor versão de console do jogo, não tem como negar. Somente o fato do jogo não derreter enquanto andamos por Balduq já é um feito enorme. Ainda há problemas na transição entre cenas e gameplay em alguns momentos, as cenas simplesmente vão para 720p e com bitrates horrorosos, mas não é algo que destrói o port. Os modelos dos personagens e texturas estão mais detalhados também.

O jogo não possui opção de 120 fps, o que é estranho pois a nova versão de Lacrimosa of Dana vem com essa opção e ambos os ports foram feitos pela EngineSoftware. Obviamente, assim como o port anterior, não tem como usar seu save da versão de PS4.

Então… vale?

Assim como Lacrimosa of Dana, Monstrum Nox não possui opção de atualizar a versão original do jogo para essa nova. Em Ys VIII, lançado originalmente para PS Vita em 2016 e posteriormente PS4, eu “aceitei” que o jogo já havia sido lançado há algum tempo e por isso não quiseram dar essa opção. Porém, Ys IX foi lançado aqui em Fevereiro de 2021, pouco mais de dois anos atrás, existe alguma razão, a não ser monetária, para o game não ter uma opção de atualização?

Pelo que essa versão traz de novo, modelos melhorados, framerate mais estável e DLCs que, sinceramente, mais estragam a experiência do que melhoram, colocando no nosso contexto brasileiro: não diria que vale a pena. Se você nunca jogou Ys IX: Monstrum Nox, só vai.

Inclusive, vale mencionar que a versão de PS4, mesmo com as quedas de FPS na cidade, quando o jogo entrava em combate, ela rodava lisa. 

Nome do jogo:

Ys IX: Monstrum Nox

Publisher:

NIS America, Nihon Falcom

Desenvolvedora:

Nihon Falcom

Plataformas Disponíveis:

Playstation 5