Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Ora pois, aqui estou novamente para comentar sobre Monochrome Mobius: Rights and Wrongs Forgotten, quase um ano depois do seu lançamento original. Dessa vez, apareço para falar sobre a versão PlayStation 4 e PlayStation 5, agora publicado pela NIS America.
Passamos meses sem saber se essa versão chegaria ao ocidente, pois a publisher que lançou no PC, a Shiravune, não trabalha com consoles, e a NIS America, que publicou Utawarerumono ZAN e Utawarerumono: Prelude to the Fallen, não havia comentado nada sobre o assunto. Mas enfim, após um tempo de espera, os fãs da franquia da Aquaplus enfim poderão adentrar na jornada de Oshtor no próximo dia 5 de setembro.
Esse texto será um pouco diferente do que eu costumo fazer em questão de mini-críticas, pois diferente de outras publicadas por minha pessoa, como Ys VIII e Ys IX de PS5, essa versão de console de Monochrome Mobius não possui nada de diferente da versão que eu joguei na época, com um pequeno, ok, não tão pequeno assim, detalhe: o jogo já contém todos os updates.
Se você quiser uma review mais completa do jogo, pode encontrar clicando aqui.
Ou seja, alguns dos problemas mais gritantes foram corrigidos, sejam NPCs que agora possuem faces (sim, isso era algo até uns meses após o lançamento), sejam adições de qualidade de vida. Mas um desses updates também trouxe uma coisa negativa. Fora isso, o jogo continua o mesmo da versão de PC, inclusive a localização, e isso inclui os mesmos problemas.
Monochrome Mobius: Rights and Wrongs Forgotten foi concebido para ser o jogo comemorativo de 20 anos da série Utawarerumono. A trilogia, composta por Prelude to the Fallen, Mask of Deception e Mask of Truth, se tornaram muito especial para mim, ter experiênciado esses jogos no ano passado foi um dos grandes momentos de 2022, então não atoa eu tinha expectativas altas para esse jogo.
Já digo que não foram atendidas, mas nem por isso acho que o jogo seja ruim, mas ele foi obviamente um experimento e meio que admiro por isso.
Ainda que seja um jogo comemorativo, a ideia da Aquaplus era alcançar uma nova base de jogadores. Para isso, a decisão foi mudar tudo, da parte narrativa e artística ao gênero do jogo. Sai de cena uma Visual Novel com gameplay Tactics e entra um JRPG 3D com batalha em turnos e mundo “meio” aberto. Em teoria, a ideia não é ruim, porém, a falta de experiência, seja da Aquaplus, seja da DESIGN ACT Inc, a desenvolvedora do jogo, com jogos desse tipo é nítidia durante todo o jogo.
Na época eu chamei de jogo de PS2, seja pelos pontos negativos e positivos, e mantenho essa opinião. Lembra MUITO os jogos daquela época.
Como comentado, o jogo é o mesmo da versão de PC e do lançamento, então mesmo no PlayStation 5, a taxa de quadro é lockada em 30 fps e temos um motion blur no minimo horroroso.
Enquanto a ideia era abraçar novos jogadores, o roteiro do jogo é completamente conectado ao enredo de Utawarerumono. Você precisa conhecer esse universo, esses personagens, para poder compreender o que está acontecendo aqui, não tem como uma pessoa com zero entendimento da série, sequer sacar a história do jogo. Tudo aqui é auto-referênciado, e o jogo não ajuda os viajantes de primeira viagem. Obviamente, isso não me incomoda, pois eu já conheço a série, mas é algo que não pode ser deixado de ser comentado.
A história num geral é muito boa. Apesar de termos os mesmos roteiristas da trilogia original, o roteiro não chega nem perto dela. Sem falar que muita coisa fica sem explicação ou é ignorada, certamente para servir de sequel bait, mas fica tão estranho e abrupto que incomoda. A sensação que fica é que eles apenas cortaram isso e não que era apenas um gostinho.
Outra coisa que acontece bastante, é a narrativa. Eu falei que Utawarerumono é uma visual novel e aqui temos sequência inteiras desse tipo e diversas vezes fiquei me perguntando se esse jogo era originalmente uma visual novel, e eles decidiram mudar durante o desenvolvimento. Outra coisa que corrobora minha teoria é a presença de Michio Kinugasa na trilha-sonora, que faleceu em 2020. Metade da trilha foi composta por ele, incluindo a música de abertura.
Inclusive, já fica aqui meus elogios a trilha-sonora que, para variar é espetacular. Também fica o pedido para a Aquaplus lança-lá…
Vamos lá, o combate não é de todo ruim, para ser honesto, eu acho ele funcional, inclusive as animações que são bem feitas. Porém, é muito repetitivo e você ganha tanta experiência que acaba ficando overleveled , ao ponto de você ignorar muitos dos bichos no mapa, mas, ao menos, em batalhas okay de serem feitas, em especial em bosses, contudo…
Entre os bons updates que o jogo teve, tivemos um que eu diria que matou ainda mais combate para mim: o balanceamento. O jogo atualmente é muito fácil, que não dá nem graça. Até mesmos os super bosses do jogo viraram uma piada e se até hoje não arrumaram, não acho que irão mais.
Escrever novamente sobre esse jogo me deu a oportunidade de revisitá-lo e jogar sem travar tudo, pois meu notebook é uma batata, nem sei como consegui jogar tudo na época, e me fez pensar melhor sobre ele, ao mesmo tempo, até hoje não temos nada concreto sobre como ele se saiu, externamente e internamente, ou se ele terá alguma sequência, pois o final do jogo é REALMENTE algo, dado que a Aquaplus tirou um ano sabático em questão de desenvolvimento de jogos, e também foi adquirida por uma outra empresa.
Monochrome Mobius: Rights and Wrongs Forgotten é uma aposta. Seja para a Aquaplus, seja para Utawarerumono. Entre (muitos) erros, tempos alguns pontos positivos.
Não sabemos o que virá pela frente, no entanto, os fãs da franquia estão bem servidos, pois apenas esse ano tivemos o lançamento de QUATRO IPs da Aquaplus, graças a Shiravune e a NIS America, com mais uma vindo ai.
Monochrome Mobius: Rights and Wrongs Forgotten
NIS America
Aquaplus, DESIGN ACT Inc
PC, Playstation 4, Playstation 5