Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Star Ocean: The Second Story é um dos grandes clássicos dos RPGs dos anos 90. Lançado em meio a excelente remessa de 1998, que entregou alguns dos melhores e mais influentes jogos, e é considerado o melhor ano na história dos videogames.
A Enix, que ainda não tinha se fundido com a Squaresoft, vinha lançando diversos títulos muito experimentais e Star Ocean era um deles. E agora coube ao estúdio Gemdrops a difícil missão de fazer um Remake de um dos grandes jogos de 1998.
Descubra agora como eles se saíram nessa empreitada e conheça uma aventura épica pelo espaço.
Star Ocean: The Second Story R se passa no ano 366 do calendário espacial, 20 anos após os acontecimentos do primeiro jogo.
Antes mesmo da introdução, temos uma escolha importante a fazer: qual protagonista queremos controlar. Claude, um jovem cadete da Federação Pangalática, ou Rena, uma jovem que vive no vilarejo de Arlia, no planeta Expel.
Dependendo do personagem escolhido, a introdução será diferente. É importante dizer que a escolha do personagem irá interferir em uma série de cenas que você verá, personagens recrutáveis e também variações de finais.
Claude acidentalmente é transportado para o planeta Expel, um planeta “subdesenvolvido”. Planetas dessa categoria são planetas que ainda não possuem tecnologia para exploração espacial e que muito provavelmente não possuem conhecimento sobre vida inteligente em outros planetas.
Por conta disso, existem tratados para que cidadãos da Federação não entrem em contato com esses planetas, o que naturalmente nem sempre é respeitado, assim como alguns países da Terra não respeitam tratados da ONU.
Ao acordar em Expel, Claude encontra uma garota sendo atacada por um monstro e a resgata. Seu nome é Rena, uma expeliana que vive no vilarejo de Arlia. Como forma de agradecimento ela convida Claude ao vilarejo, onde sua mãe oferece a ele um banquete.
Eventualmente Claude é atualizado sobre os eventos que estão ocorrendo no planeta. Após um meteorito batizado de Sorcery Globe ter caído em Expel, cataclismas começaram a ocorrer, bem como o aparecimento de monstros agressivos.
Sem comunicação com sua tripulação, Claude se oferece para investigar o Sorcery Globe, já que é a única pista de algo vindo de fora do planeta que ele possui, podendo conseguir algumas respostas ou uma forma de voltar pra casa.
Star Ocean é mais um dos títulos da Enix bastante experimentais. Desde o primeiro jogo, ele trazia mecânicas e sistemas diferenciados, com bastante complexidade pra época.
Até quatro personagens participam dos combates, sendo que você controla um enquanto outros agem de forma independente, conforme uma estratégia determinada no menu de personagens. Você também pode trocar livremente o personagem controlado, bem como dar ordens a eles, como utilizar magias.
O combate dele é mais livre, ocorrendo em áreas delimitadas onde você se move e ataca livremente, um precursor do que muitos depois dele viriam a fazer. Em comparação com o jogo original, o Remake possui um combate muito mais dinâmico e agressivo.
Além dos ataques comuns, foi adicionada uma esquiva. Executada no tempo certo, ela anula o ataque do inimigo e te coloca atrás dele, onde você pode causar mais dano e quebrar sua defesa com mais facilidade.
Essa quebra de defesa, uma nova mecânica do jogo, faz com que o inimigo fique um tempo atordoado e receba dano adicional. Logo, o jogo incentiva que você imponha esse ritmo contra o inimigo. Em contrapartida, os inimigos também podem quebrar sua defesa e causar o mesmo efeito no seu personagem.
Alguns combates possuem líderes, que dão alguns bônus aos outros inimigos. O jogo incentiva que você priorize esses líderes, pois quebrar a defesa dele cria uma reação em cadeia, quebrando a defesa de todos os outros inimigos e eliminando o bônus que eles tinham. Essa é outra nova mecânica que também foi introduzida nessa versão.
Além disso, as formações de combate agora garantem bônus. Esses bônus são ampliados conforme você quebra as defesas dos inimigos e os derrota. Há um medidor de bônus que pode chegar até três níveis. Existem formações de garantem bônus de ataque, defesa e até mesmo ganhos em EXP e FOL (o dinheiro do jogo).
Outra nova mecânica são os assaults. Os personagens que estão fora de combate na party podem ser invocados apertando um botão. Eles realizam um ataque especial e depois essa skill precisa ser recarregada.
Esses assaults contam com participações especiais de protagonistas de outros jogos da franquia. Encontrando os cristais específicos deles, você pode invocar Raymond e Laeticia de Star Ocean 6, Roddick de Star Ocean 1 e outros. Um fan service não faz mal a ninguém, não é mesmo?
Além dessas novas adições, temos os ataques básicos, que foram reformulados, as skills de ataque, que podem ser utilizadas de forma rápida em atalhos do controle e as magias, que agora não param o combate em longas animações, sendo executadas em tempo real, deixando o jogo muito mais fluído.
Como alguém que jogou diversos outros jogos da franquia, especialmente os dois primeiros que são meus preferidos, gostei bastante das adições do combate. O jogo original tinha um ritmo mais lento e pragmático, com menos mecânicas a serem exploradas.
Não posso discutir objetivamente sobre estratégias no momento, mas posso dizer que ainda existem estratégias que funcionam melhor que outras. Por outro lado, o Remake expande as possibilidades e dá mais utilidade à skills e magias que antes não eram tão úteis.
Um exemplo disso é graças à mecânica de quebra de defesa. Algumas skills possuem foco em dano puro no HP e outras em quebrar a defesa do inimigo, permitindo que o jogador faça escolhas conscientes e estratégicas, ao invés de simplesmente liberar habilidades mais fortes e ir pulando de uma a uma até utilizar somente as “melhores”.
O mesmo serve para as magias, que também foram reformuladas e também podem quebrar defesas. Também foram alteradas as áreas de ataque, elementos, dano e outros detalhes menores.
Com relação à dificuldade do jogo, eu senti que na dificuldade normal ele ficou mais fácil. O jogo original tinha alguns picos de dificuldade em alguns momentos e apesar de ainda existirem alguns no Remake, eles são mais raros.
Isso ocorre especialmente em alguns grupos de inimigos, que podem utilizar habilidades e magias que dependendo da sua “sorte” podem acabar com seu grupo facilmente. Isso ocorreu com maior frequência no início do jogo, lutando contra grupos de magos.
Mas caso você morra, o jogo permite recomeçar do mesmo combate, dando a oportunidade de acessar o menu e alterar estratégias, personagens, itens, etc. Outros facilitadores que foram incluídos no jogo foram os save points que restauram todo o HP e MP. Sim, assim como os antigos Maias faziam, você só pode salvar o jogo nesses locais específicos.
Não é preciso se preocupar tanto com isso, já que foram removidos os combates aleatórios. Os inimigos agora aparecem no mapa e você pode escolher se quer enfrenta-los ou não. E a maioria deles você consegue evitar sem problemas.
O grinding no jogo também é menor, já que você consegue bônus de EXP de diversas maneiras, que facilitam o seu leveling. Lógico que por conta disso é relativamente fácil ficar forte demais e quebrar o jogo.
Como veterano no jogo, eu acho que aconselharia que outros veteranos joguem na dificuldade Universe, a mais difícil. A dificuldade padrão parece ser mais adequada para jogadores novatos, que ainda precisarão aprender as mecânicas que já existiam, fora as novas. E caso você só queira curtir o jogo, há também a possibilidade de jogar na dificuldade Earth, a mais fácil delas.
A impressão que eu tive foi que a Gemdrops quis dar opções para que agradasse os fãs veteranos como os novos. As novas mecânicas são bem-vindas porque adicionam novas camadas que os jogadores mais experientes vão querer experimentar.
Essas adições também modernizam o jogo, tornando-o atrativo para novos jogadores. Hoje temos uma quase infinidade de RPGs com mecânicas e mais mecânicas, e talvez um jogo de 1998 acabasse sendo ofuscado por eles.
Esse não é o caso, já que Star Ocean se mantém firme como um RPG com ótimo combate, que mescla o tradicional e o moderno, oferecendo diversos níveis de desafio para todos os tipos de jogadores.
Um dos grandes diferenciais de Star Ocean desde os anos 90 é o seu robusto sistema de Specialties e skills passivas.
Eu me lembro de jogar em 98 com um caderninho do lado, anotando todas as combinações de Specialties de criação de itens que deram certo, dando load no jogo várias e várias vezes para testar novas combinações sem perder materiais, etc.
As skills passivas garantem alguns bônus aos personagens, assim como vantagens. Existem skills que dão chances de aumentar o poder de ataque do personagem de maneira randômica, esquivar automaticamente de ataques, aumentar a velocidade com que eles se movimentam, etc. Essas skills podem ser adquiridas utilizando BPs, pontos que você adquire ao longo do jogo em combates ou algumas missões secundárias.
Não há muito mistério nessas skills em especial. Caso você encontre alguma skill que seja adequada para aquele personagem, pode priorizar melhorias nela. Por exemplo, certamente é mais interessante investir em skills que aumentam o poder de magias e diminuem o tempo de conjuração em personagens magos, ao invés de guerreiros.
Já o sistema de Specialties é um pouco mais complexo. Para liberar essas habilidades, você deve investir SPs em algumas skills específicas. E para subir o nível de habilidade você deve seguir investindo nessas skills.
O interessante é que essas skills podem também fornecer outros bônus para seu personagem. A habilidade de Writing exige skills que aumentam a inteligência do personagem, o que você pode combinar e escolher o melhor personagem para executar essa atividade.
Uma habilidade de sobrevivência que exija skills que aumentam o dano ou defesa podem ser úteis para guerreiros e por aí vai.
O jogo conta com muitas Specialties, como alquimia, escrita, composição de músicas, sobrevivência, culinária, customização de itens, etc. A maioria delas serve para a criação de itens, que vão desde os mais comuns, como alimentos que recuperam HP e MP dos personagens e ainda oferecem bônus de combate, até a customização de equipamentos que se transformam em outros muito mais poderosos.
Além disso, existem as Super Specialties, que são habilidades realizadas por todo o grupo, quando os membros atingem níveis específicos de suas habilidades individuais. Essas habilidades permitem a criação de itens raros e poderosos, que naturalmente exigem materiais raros e altos níveis nas skills de cada personagem envolvido.
O sistema de crafting do jogo era bastante robusto para a época e sofreu bem poucas mudanças perceptíveis. Inclusive algumas mudanças poderiam ter sido feitas para ficarem mais coerentes com outras novas mecânicas do jogo.
Customization, que permite a criação de novas armas utilizando armas do inventário e alguns metais, é mais útil em pontos mais avançados o jogo. Isso porque recebemos muitas recompensas no jogo e a facilidade de subir de nível de forma mais rápida acaba não exigindo tanto a utilização dela.
Porém ela ainda é uma das habilidades mais úteis do jogo e é interessante investir nela em momentos mais avançados do jogo, onde você pode conseguir excelentes armas por meio dela. E para facilitar um pouco, o jogo agora informa a chance de sucesso de conseguir uma nova arma, o que antes não acontecia e me rendeu muitos loads para recuperar materiais raros perdidos.
Outros exemplos são Writing e Familiar. Writing permite escrever livros sobre outras skills, que você pode utilizar para evoluir o nível delas em outros personagens. Então por exemplo, você pode escrever o livro da skill Keen Eye e evoluir essa skill até o nível 7 em outro personagem, o máximo que você pode alcançar por esse meio.
Isso faz com que você não precise utilizar pontos nesses personagens para evoluir essas skills. O problema nisso é que o personagem que possui a habilidade Writing só precisa ter um único nível na skill que ele está escrevendo. Ou seja, você pode ter nível 1 em Keen Eye, criar mais seis livros dessa skill e utilizar no próprio personagem. Ou até mesmo em outros.
Isso é uma forma de quebrar o jogo, pois permite conseguir de forma quase gratuita não apenas novas habilidades, mas os bônus relacionados a elas. Bônus em ataque, defesa, HP e MP sem precisar subir de nível ou planejar onde gastar seus pontos de SP em cada personagem.
A skill Familiar permite invocar animais selvagens para que eles façam compras de itens básicos de sobrevivência pra você. Isso era muito útil no jogo original, principalmente em dungeons mais longas, pois não exigia que eu fizesse um longo caminho de volta para conseguir esses itens.
As novas mecânicas do Remake inutilizaram um pouco essa habilidade, pois além de termos agora save points que recuperam HP e MP, o jogo conta com muitos fast travels, inclusive entre save points dentro de dungeons. Então é muito fácil você simplesmente voltar à cidade mais próxima pra comprar itens, isso se você realmente precisar.
No geral, mesmo com esses pequenos detalhes, o sistema de Specialties ainda é bastante interessante. Ele é muito familiar para os veteranos do jogo, que não vão ter nenhuma dificuldade com ele. Para os que estão jogando pela primeira vez, há muito para experimentar.
Dentro do sistema de Specialties há algumas interessantes como Art, que permite criar retratos dos personagens e Publishing, uma Super Specialty derivada de Writing que permite criar um livro contando a história de um dos personagens.
Esses livros podem ser vendidos por um bom preço ou caso seja vendido para uma editora, ele será publicado e garantirá royalties que você recolhe de tempos em tempos. Eles também podem ser lidos por outros personagens, afetando o nível de amizade ou romance com eles, uma outra mecânica que explicarei mais à frente.
Todas essas habilidades adicionam mais camadas ao jogo e olhando hoje, é até impressionante a sua robustez para a época. E essas mecânicas sobreviveram bem ao tempo, não se tornaram obsoletas. Mesmo com as novas adições ao jogo, você ainda vai perder algum tempo experimentando a criação de itens, coletando materiais, etc.
Indo direto ao ponto sobre a história do jogo, a Enix foi forte em 1998. Originalmente o Star Ocean 2 contava com 86 variações de finais. Exatamente esse número que você leu. Quantos existem agora? Eu não faço ideia.
Mas não se preocupe, o ponto principal do enredo é um só. Essa quantidade enorme de variações apenas mostram pequenas cenas dos personagens de acordo com quais você recrutou, seu nível de relacionamento com outros personagens e algumas escolhas que você fizer na história.
Como citei anteriormente, existem formas de aumentar ou diminuir esses níveis. Eles variam naturalmente com o decorrer do jogo também, mas algumas coisas que você fizer podem também causar impacto.
No jogo existem as private actions, que são momentos onde os personagens se separam em cidades para resolver questões pessoais ou simplesmente conhecer o local. Em alguns desses momentos você pode conversar com esses personagens e engatilhar algumas cenas ou opções de diálogo que, além de revelarem um pouco mais da história pessoal de cada um, podem alterar os valores de amizade e romance.
Algumas escolhas de recrutamento dos personagens opcionais também podem afetar a variação do final. Recrutar alguns impede de recrutar outros. E também é plenamente possível passar direto por personagens recrutáveis sem saber.
Isso é muito interessante porque dificilmente uma gameplay vai ser igual à anterior. E também dificilmente um jogador vai ter a exata mesma experiência que outro. E sinceramente, eu não conheci ninguém até hoje que conseguiu ver todas as variações possíveis de finais. Seria até engraçado que isso fosse pré-requisito para algum troféu ou conquista.
Vale notar também que as escolhas de personagens alteram também algumas cenas no decorrer do jogo mesmo. Os personagens opcionais não ficam apenas de enfeite enquanto apenas os protagonistas interagem, havendo esse cuidado em dar um papel para cada um dos recrutados.
Mas falando mais da história principal, ela é basicamente uma Jornada do Herói em um mundo de fantasia, mas que mescla também ficção científica. Porém há um plot twist interessante no meio do jogo, que a Square-Enix provavelmente invadiria a minha casa no momento que eu digitasse isso aqui.
Na época ela me surpreendeu e acho que ainda funciona bem. Hoje com tantos RPG’s que se aprofundam muito em temas filosóficos ou questões mais complexas, uma boa e simples aventura pode também ser um refresco.
E para isso o jogo conta também com algumas camadas de humor tipicamente noventistas, como cenas de ciúmes entre personagens que ocorre muito em animes de romance, personagens carismáticos e com personalidades cômicas, como um espadachim azarado e tímido, apesar de ser um mercenário habilidoso.
O embargo também não permite discutir o enredo a fundo, muito além do que já comentei na introdução dessa análise, mas pessoalmente posso dizer que ela entrega o que promete: um épico de fantasia.
Você não vai precisar consumir horas e horas de lore. Até mesmo rejogar para ver outras variações do final é algo bastante opcional, porque não há alterações grandes na história principal. Claro, se você for daqueles empenhados em consumir tudo que o jogo tem a oferecer, vá em frente.
Mas é muito interessante que os desenvolvedores tiveram o carinho de deixar ali muitas e muitas cenas que desenvolvem personagens ou oferecem um pouco mais de conteúdo sobre esse mundo. E certamente deve ter dado muito trabalho.
E eu ainda gosto da história desse jogo, sabe? Eu não sei se isso tem a ver com o meu fascínio por exploração espacial, mas Star Ocean 2 foi um dos meus jogos de conforto nos anos 90. Ele ainda mescla essa temática com fantasia, algo que eu também gosto bastante. Um casamento improvável e perfeito.
E também vejo esse jogo como um registro de como eram criadas histórias de RPGs nos anos 90. Fico bastante feliz que hoje ele esteja se tornando mais acessível e com melhorias para que um número maior de pessoas possam aproveitar.
Sempre há uma grande preocupação quando Remakes de jogos são anunciados, com relação a como será a sua direção artística. Principalmente quando envolve jogos que utilizam pixel art.
Star Ocean opta por decisões muito interessantes. Originalmente o jogo contava com personagens em pixel art em ambientes 3D pré-renderizados. E eles conseguiram manter essa proposta de forma incrível.
Os modelos 3D foram totalmente remodelados, mas respeitando a direção de arte do jogo original. Mesmo que alguns modelos sejam diferentes, eu ainda identifico o jogo de PS1 nele. Não são apenas assets padrões jogados a esmo. Houve um cuidado do estúdio Gemdrops em recriar o jogo de forma que respeitasse o material original.
Com relação aos modelos dos personagens, foram mantidos os pixel arts. Mas sem aquele efeito horroroso de desfoque que vem sendo utilizados em muitas remasters e ports de jogos clássicos. Para que o pixel art não ficasse fora de lugar, foram adicionados elementos de luz e sombra.
Inclusive esse é um dos grandes diferenciais do Remake. Não apenas os modelos foram refeitos, mas foram enriquecidos com muitos efeitos de luz, sombras e cores mais vibrantes.
E como um tributo aos jogos e artistas das outras versões do jogo, é possível alterar os retratos dos personagens para qualquer das versões bem como alterar as vozes, que podem ser em inglês ou japonês. Mas devo dizer que eu simplesmente amei os novos retratos, com todo respeito às artes originais.
É visível que a ideia não é só fazer um Remake, mas homenagear toda a trajetória do jogo. E confesso que quando a Square-Enix entregou o projeto para um estúdio externo, eu fiquei um pouco preocupado. Mas felizmente o resultado entregue pela Gemdrops me agradou bastante.
O trabalho de som também me agradou bastante. A quantidade de diálogos dublados é enorme, sem contar que há dublagem tanto em inglês quanto em japonês. Infelizmente o jogo não conta com legendas em português, o que é uma pena.
A trilha sonora conta com o retorno de Motoi Sakuraba, compositor original. Além das músicas clássicas rearranjadas, foram feitas novas composições. Sakuraba tem composições marcantes. Bom, ele participou da trilha sonora da franquia Dark Souls, então não preciso dizer muito.
Seu estilo mescla orquestras sinfônicas com baterias agressivas, com muita influência de rock progressivo. As músicas originais já eram boas e as novas versões estão ainda melhores. É difícil colocar em palavras uma opinião sobre músicas, mas o que posso dizer é que mais uma vez Sakuraba não decepciona.
Star Ocean agradou bastante esse veterano que vos fala e ao mesmo tempo pode agradar os novatos que talvez fossem afastados do jogo original por ele ser artisticamente um produto do seu tempo. Tanto visualmente como sonoramente ele ainda é muito agradável.
Star Ocean: The Second Story R é um Remake merecidamente com um R maiúsculo. Eu sou suspeito pra falar por gostar muito desse jogo, mas devo dizer que justamente por gostar muito dele o medo de me decepcionar era grande.
Mas felizmente ele me agradou em quase tudo que ele se propôs, mesmo com alguns deslizes em algumas mecânicas que poderiam ser reformuladas, mas isso é algo que só um fã tradicional chato como eu deve reclamar.
Ele melhora alguns pequenos detalhes do gameplay e o incrementa com novas mecânicas e mais camadas de possibilidades. Apesar de em certo ponto isso ter facilitado um pouco demais algumas coisas e ter quase inutilizado algumas mecânicas do jogo original, em geral as melhorias foram muito positivas.
Esse é um jogo que pra mim envelheceu como um bom vinho intergaláctico, sobrevivendo aos testes do tempo e ainda se mantendo como um jogo muito divertido, com uma história cativante e com muitas atividades opcionais que vão garantir horas e horas de experimentação e diversão. Ah, e o jogo conta com um New Game+, que é um bônus a mais.
E se você encontrar todas as variações de finais do jogo, por favor me avise. Eu preciso saber como você vive, o que come e quando dorme.
Star Ocean The Second Story R
Square Enix
Gemdrops, Square Enix
PC, Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch