Crítica: Pokémon Sworld/Shield – Uma nova geração de jogadores

Por Silvio Diaz

Antes de mais nada, é preciso tirar algumas questões da frente, para podermos falar de Pokémon Sword and Shield com propriedade: Ignore os videos que estão rodando a internet a fim de falar sobre os gráficos do novo Pokémon. Ignore todos. A maioria trata de um recorte muito específico, nem sempre justo dos pontos fracos dessa nova geração.

Pontos esses que são muitos, e as vezes grotescos sim, mas que servem para mostrar que Pokémon talvez não seja, e nunca tenha sido para eu ou você, que suponho que esteja no entorno dos 20 anos talvez, e foi uma criança durante as primeiras gerações.

Conseguiu esquecer? Difícil né, mas tenta ai…

Agora deu? Ok, vamos lá.

As animações? São ruins em sua maioria, porém brilham no que foi construído do zero para esse jogo, a exemplo dos golpes das versões Dynamax e Gigantamax dos bichinhos. O Field of View ser ruim? Tudo o que é necessário ao seu olhar renderiza da forma correta, não é como se a performance de um jogo de celular não fosse esperada de um hardware com um Tegra X1 que é… um chip de celular. Sinceramente, os eventos não faltam, mas é na sutileza que vemos como buscaram melhorar a vida do treinador em Galar.

Batalha de Pokémon gigante

Primeiro que o balanceamento do jogo é todo feito em torno do EXP Share, o que torna Pokémon muito mais próximo dos RPGs atuais e muito mais palatável, pois você vê seu time crescendo de forma unitária. a “habilidade” de Fly é disponibilizada logo no início (e não mais um HM). As Raids que misturam o sistema do Pokémon Go com as batalhas por turno são bem divertidas e estão disponíveis desde cedo na história nas Wild Areas.

As Wild Areas aliás são por si uma inserção muito bacana, pois apresentam o primeiro “quê” não só de MMO, mas também de narrativa emergente numa série que trata de aventura infanto juvenil.

Wild Area Pokémon Sworld and Shield

pausa aqui pro coração acelerado quando um gengar gigante corre atrás de você, te alcança, você ve que ta level 30 e o bicho ta no 60. Você não consegue fugir, o seu time quase leva um wipe, até que com o último pokémon no vermelho você escapa. Vi um quê de Zelda Breath of the Wild, porém não como foco, e isso é muito bem vindo.

A história do jogo também tem um clima e ritmo muito diferente dos jogos anteriores que joguei, com a estrutura da “liga pokémon” sendo mais semelhante ao desenho e não ao formato Elite Four dos jogos anteriores. Mais personagens interagem com você, o conceito de rivais e vilões é levemente diferente, trazendo um frescor para a série. Destaque também para o “time vilão” da história, Team Yell, que é composto por Hooligans que são apenas fãs esquentadinhos de uma treinadora específica, mas acabam te auxiliando ao longo da história e fugindo da variação de equipe Rocket esperada.

As cidades estão bem construídas, variadas e valem uma explorada, muito pelos diálogos engraçadinhos dos NPCs. O mapa em geral é variado no máximo que o Reino Unido permitiria, e um dos downsides é a duração das Dungeons, que são curtas e normalmente as partes mais simples da aventura. A falta da National Dex pode incomodar, e mais parece uma jogada mercadológica para vender próximas versões, mas ainda há figurinhas conhecidas de versões anteriores e ao menos me forçou a pensar em times que antes não usaria, mas acabei me identificando.

Apesar de não ser a melhor versão da série, que pela polidez e conteúdo continua sendo os já antigos Heart Gold e Soul Silver, Pokémon Sword é um jogo que tem muito a ser apreciado, e não seria surpresa ver a opinião dos treinadores por aí mudando ao longo do tempo. Só é preciso ir de coração um pouco aberto a reconhecer que cada iteração é feita para uma nova leva de jovenzinhos, e quem continua ficando, deve fazê-lo por sua conta e risco.

Escrito por Gabba Fernandes