Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Cotton é uma franquia de jogos Shoot’n Ups da década de 90 que entra num nicho conhecido como “Cute’em Up”, que é basicamente “jogo de navinha” só que no lugar da “nave” você controla uma garota ou uma criatura fofa.
Em 1994, o console Mega Drive recebeu Panorama Cotton (que inclusive tem uma review aqui no site), anos depois uma sequência chamada “Panorama Cotton 2” foi anunciada, e este Panorama Cotton eventualmente trocou de nome para Rainbow Cotton e foi lançado para o Dreamcast em janeiro de 2000 exclusivamente no Japão
Na época, o jogo recebeu duras críticas. Seu visual foi bastante elogiado, mas a gameplay truncada e controles com mira não muito precisa deixava o jogo problemático e difícil de uma maneira frustrante. O jogo estar num console da Sega, que possuia Panzer Dragoon e Space Harrier como exemplos de ótimos Rail Shooters, não ajudou nem um pouco, tendo em suas críticas da época comparações constantes.
Agora em maio de 2024, a ININ Games trouxe Rainbow Cotton para o ocidente em um formato de Remake, com melhorias no controle, algumas qualidades de vida e também acompanhado de um “Retro Mode” disponibilizando também a opção de jogar um jogo fiel ao que era em 2000.
Esta versão de Rainbow Cotton de fato traz melhorias bem-vindas. Agora caminhos alternativos são mais claros, o jogo ganhou uma espécie de lock-on e chefes apresentam uma barra de vida. Dito isso, o jogo ainda tem problemas na mira e algumas frustrações.
O jogo tem fases longas e checkpoints apenas nos chefes, ao final da fase. Principalmente no fim do jogo, me frustrei bastante ao morrer pouco antes de chegar no chefe da fase.
Os gráficos refeitos no remake mantiveram a “carinha de Dreamcast” do jogo, que de fato é um 3D charmoso. A trilha sonora é gostosinha e divertida e o jogo tem cutscenes animadas que são o puro suco da estética dos anos 90
Essa franquia é totalmente um produto de seu tempo. A protagonista na série é a bruxa chamada Cotton, uma garota com aparência fofa, porém, infantil e burra. Cotton é comicamente gananciosa e às vezes um pouco cruel quando se trata de seus doces, sua paixão número um.
Cotton conta com sua companheira fada Silk, e geralmente as histórias do jogo envolvem Silk convencendo Cotton a salvar as fadas de um mal maior.
Em Rainbow Cotton, o reino das fadas está sendo ameaçado por uma criatura que poderá destruí-las e tomar todos os seus doces, e Silk chama Cotton para salvá-las, mas, ao mesmo tempo, enganando-a para que Cotton não termine ela mesma se apossando dos doces do reino.
A história é bobinha, e com aquele humor específico de anime dos anos 90, você encontrará o tropo de gota para denotar vergonha, caras deformadas de formas específicas e um ritmo bem típico daquela época. O tom inteiro do jogo é de uma jornada bobinha, mas acaba sendo algo carismático e um tanto divertido. Como de costume do gênero Shmup, o jogo é super curto, consequentemente a narrativa também é bem breve. Afinal, não é exatamente por ela que você está jogando o game.
Uma coisa que me chamou atenção é que, o Retro Mode tem um filtro de TV CRT simulando o visual num aparelho da época. Muitas empresas erram um tanto em seus filtros, mas aqui achei que ficou charmoso
O jogo é simples e originalmente problemático, e esse remake vem para deixar a experiência com uma pequena peça histórica antes exclusiva do japão mais acessível para o mundo.
Ele não é um jogo famoso ou algo que vai mudar sua vida, mas nem precisa.
Tenho muito carinho pela franquia Cotton, boas lembranças de infância estão atreladas com essa série e sempre que um jogo novo daquela época se torna acessível para o mundo fico particularmente feliz.
Rainbow Cotton
ININ Games
Success
PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch