Crítica: Resident Evil 3 Remake – Problemas além de um jogo

Por Silvio Diaz

Resident Evil 3 Remake não fez o barulho que poderia ter feito. Muito esperado nos últimos meses, tanto pela nostalgia, quanto pela qualidade de seu antecessor, o jogo não conseguiu cumprir as expectativas. Mais fraco que o Remake do segundo e voltado para ação, o Remake de Resident Evil 3 tem diversos motivos para não funcionar e dar aquele gostinho amargo na boca dos fãs. 

Antes de comentar sobre os problemas dele, é bom deixar  claro que não estamos falando de um jogo ruim, no máximo, medíocre. Um jogo esquecido, que ainda sim, segue a ótima base de do remake de Resident Evil 2. Com visão em terceira pessoa, mecânica de tiro idêntica e os mesmos inimigos. 

A primeira coisa a ser dita dos problemas do remake de Resident Evil 3 é sobre quão bom é o segundo. Até ele, eu só tinha terminado Resident Evil 7 que já era um bom jogo e ver todos os elementos no remake do segundo foi desnorteador. Tudo funcionava muito bem, cada inimigo e cenário carregavam sua própria tensão, a pouca quantidade de bala com o quão os zumbis eram resistentes davam valor necessário a cada inimigo e até mesmo os chefes eram ótimos.

Resident Evil 3 Remake Hunter

Tendo todas essas qualidades em Resident Evil 2 Remake, fica impossível não ter ansiedade e expectativa com o terceiro e talvez esse seja o seu maior problema. Resident Evil 3 Remake é muito mais focado em ação e em diversos momentos parece se esforçar para ser diferente de seu antecessor. Como se a Capcom quisesse testar ainda mais as águas e ver até onde pode ir com a revitalização da franquia. 

Ainda sim, existem elementos do jogo que são impossíveis de defender. Mecânicas que ultrapassam o teste e parecem apenas desleixadas, a maior delas, e talvez, a que deveria ser a mais importante para o jogo, é o Nemesis. Tudo ligado ao tão famoso monstro é um desastre. Claro que piora drasticamente quando se comparado ao Mr. X do segundo game, mas mesmo sem isso, olhando para a importância dele na indústria, ele é indiscutivelmente uma vergonha.

Todas as suas aparições são scripatadas, não existe a tensão de fugir ou o medo dele aparecer a qualquer momento como Mr. X e como o jogo é extremamente linear, Nemesis não tem nem mesmo espaço para brilhar. Ele surge nos momentos chaves que o jogador  pode facilmente derrotar ele com uma granada perto de uma fonte de energia e pronto. Um dos poucos momentos de tensão, algo que o remake do segundo faz tão bem, se esgota. 

Resident Evil 3 Remake Nemesis

No fim, Nemesis serve apenas para guiar a aventura e aos poucos se apresentar como um chefe a ser derrotado. Ao mesmo tempo que Nemesis é, assim, sem graça, o fato do jogo ser linear mata até mesmo o seu segundo grande personagem, Racoon City, que deixa de ser um lugar interessante e passa a ser apenas um cenário qualquer que o jogador vai caminhar.

Resident Evil 3 Remake com certeza não fez tanto barulho quanto o segundo. Isso não quer dizer que ele é ruim, só estamos debatendo um lançamento que tentou fazer diferente e não funcionou. Óbvio que o esperado fosse que evoluísse o que foi feito no antecessor,mas ainda sim, não se pode dizer que é um jogo terrível, só só não é o que podia ser nem o que gostaríamos que fosse.

Resident Evil 3 Remake está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.

Está crítica foi feita em base de uma cópia cedida pela empresa ao Game Lodge