Crítica: Dead Rising Deluxe Remaster – Ideias mortas-vivas

Por Silvio Diaz

Nota: 8

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Quase 20 anos depois, vindo do mundo dos mortos, Dead Rising ganha uma remasterização. Dead Rising Deluxe Remaster, uma nova versão do primeiro jogo da franquia que lentamente caminhou pela indústria e ganhou notoriedade por suas ideias corajosas e que não é tão lembrado como deveria e parte do motivo são suas ideias “mortas-vivas”.

Morte e Vida geracional

Dead Rising é um ótimo exemplo do fim de uma geração e o início de uma nova. Seguindo a filosofia de experimentações e foco em ideias da “geração Playstation 2” e em apresentar a tecnologia da “geração 360”. O jogo da Capcom é ótimo para se ver e pensar o que as duas gerações foram e como ecoam até hoje na indústria. 

Dead Rising é o tipo de jogo que ficou morto por muito tempo e de maneira tímida foi voltando e se tornando algo mais ameno e mais polido. Um jogo tipicamente japonês. Algo super comum no Playstation 2, mas que vimos morrendo aos poucos na sétima geração de consoles.

O jogo ainda ia além, pois além de ser ultra japonês, era a visão do Japão de como os Estados Unidos são. Não à toa é um jogo ultra inspirado em “A Noite dos Mortos-Vivos” e mesmo sendo propositalmente cômico, não evita fazer críticas, óbvias, porém infelizmente contundentes até hoje. 

Dead Rising Moto

Jogar Dead Rising Deluxe Remaster é um portal mais acessível de um período interessantíssimo da indústria, onde as discussões mais importantes estavam acontecendo e videogame era visto de maneira mais séria e com mais propósito. O original continua seja super válido, entretanto, o remaster o deixa mais palatável sem remover nada do que o torna especial, tanto como jogo, quanto para as discussões envolta dele.

Mecânicas despedaçadas

Tempo, game design e até uma evolução do estilo arcade para algo mais console. Tudo o que conseguimos encontrar de maneiras diferentes em jogos atuais e estavam lá a quase 20 anos atrás. 

O problema de Dead Rising é a sua maior qualidade, a coragem. O jogo não tem medo de obrigar o jogador a recomeçar do zero, ele até mesmo está constantemente tentando fazer isso até a última hora de jogo. Existe uma genialidade muito própria em como ele trabalha cada fator, tanto em mapa, quanto gerenciamento de tempo. Tudo isso com mecânicas muito próximas ao arcade, mas utilizando da possibilidade de ser infinito nas mãos do jogador em sua própria casa.

O jogo é o produto de uma época, mas trabalhou com diversos elementos que encontramos até hoje despedaçados por toda a indústria. A maneira como ele quer que o jogador reconheça o mapa ou experimente e se arrisque por recompensas. Até mesmo seu mundo aberto encolhido, é exatamente o que queremos hoje e em 2006, antes mesmo de cansarmos de mapas gigantes, já estava lá.

Até mesmo encontros aleatórios, que só foram se tornar padrão anos depois estavam ali, obviamente, tudo muito mais simples e com pouco polimento, são pequenas ideias e mecânicas pouco desenvolvidas, mas que funcionam da sua maneira, e graças a combinação de todas elas, até mesmo após duas décadas, funcionam.

Ideias mortas-vivas

A falta de polimento e jogabilidade truncada de Dead Rising foi um sacrifício necessário na época de seu lançamento para experimentar e criar uma junção de mecânicas muito únicas. 

Dead Rising zumbis

Dead Rising Deluxe Remaster não precisou ser um remake, nem atualizar de maneira drástica suas mecânicas, o jogo por si só se sustenta em seu game design único e se torna uma ótima forma de ver a transição geracional da época do lançamento original e o como ele é realmente um jogo cheio de ideias mortas vivas, que de uma maneira ou de outra, estão em formato de mecânicas despedaçadas por toda a indústria.

Nome do jogo:

Dead Rising Deluxe Remaster

Publisher:

CAPCOM Co.

Desenvolvedora:

CAPCOM Co.

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 5, Xbox Series S|X

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