Fora do Radar | Jogo Ruim, Jogo Bom, Jogo Velho e Jogo Livro

Por Silvio Diaz

Essa semana o Fora do Radar é recheado de diversidade. Temos navinhas, jogos novos, jogos nem tão novos e até mesmo jogo que te faz pensar se é jogo mesmo. Confira as indicações da semana e descubra essas maravilhas conhecidas como joguinhos.

Tarnished Blood tem boas ideias mas executa fofo

Tarnished Blood é um jogo com ideias que se funcionasse do jeito que funciona, seria um dos melhores jogos do ano.

Ele é um jogo de estratégia meio combate por turno onde você controla a timeline do combate e vai encaixando ações para se posicionar e atacar aonde vantajoso e evitar sofrer na mão do inimigo. Os combates podem ser longos e árduos, e depois disso você é recompensado vendo um replay da batalha sem cortes que você montou ali.

O problema é que esse tipo de jogabilidade depende muito de visual, que de longe é a parte mais fraca do jogo. Os bonecos são muito pouco animados, me lembrando trabalhos amadores de Flash que trombava no Newgrounds. O modelo dos personagens também são um tanto genérico, o que não contribui nada.

Toda essa parte estratégica e que consome bastante tempo deveria valer a pena por você ver seus personagens fazendo coisas incríveis, mas com esses problemas você só vê uns bonecos genéricos e desengonçados pulando pra lá e pra cá e malemal mexendo o corpo.

Aliás, o jogo tem momentos narrativos entre uma batalha e outra, e as vezes dentro das batalhas que pode ser interessante. Estes trechos que aumentam, diminuem status ou até podem causar traumas nos personagens (bem a lá Darkest Dungeon). É uma camada a mais do jogo que é legal, mas não se sustenta por si.

Escrito por Jean

Viagem no tempo e leitura

LOOPERS é uma Kinetic Novel desenvolvida pelo estúdio Key, em colaboração com o escritor Ryukishi07, conhecido pelo seu trabalho em Higurashi When They Cry e Umineko When They Cry, e também com o Ilustrador Kei Mochizuki, conhecido pelo seu character design em alguns jogos como Fate/Grand Order.

Kinect Novels são um gênero de Visual Novels na qual o jogador não tem alguma interferência na história, do começo ao fim a narrativa se desenrola conforme a visão do escritor, normalmente Visual Novels possuem diferentes rotas e escolhas que alteram o final, Kinect Novels sendo mais lineares.

LOOPERS é uma história bem curta sobre um grupo de pessoas que ficam presas em um loop temporal, sendo forçadas a viver o mesmo dia de novo e de novo, enfrentando seus problemas interiores e convivendo com outros personagens, eles buscam entender uns aos outros e uma maneira de quebrar esse loop de volta a realidade. A história tem um bom ritmo, ótimos mistérios, excelente desenvolvimento de personagens e dramas pessoais, para amantes de viagem no tempo, é uma boa leitura.

Escrito por Guinyus

Roleta russa com espingarda

Você está no banheiro de uma balada em um armazem nada suspeito, seu único caminho é em direção a uma porta onde tudo que te espera é uma espingarda calibre 12. e o Dealer. Esse é o contexto de Buckshot Roulette, um jogo indie desenvolvido por Mike Klubnika, sobre uma partida de roleta russa, que usa espingardas em vez de um revolver, entre você e o Dealer.

É um jogo simples, mas muito divertido. As partidas funcionam num sistema de rodadas, onde você tem que ganhar 3 rodadas contra o Dealer para sair vitórioso e levar seu prémio em dinheiro para casa. A cada rodada ambos tem um número x de vidas e quem perder todas primeiro perde a rodada. Durante essas rodadas serão apresentadas o número de balas que a arma vai ter e o número de capsulas vazias, cabe ao jogador gravar e planejar sua jogada.

Para incrementar tudo, a cada recarga da arma a gente pode pegar um número de itens para ajudar. Esses itens tem efeitos variados como recuperar vida, impedir o turno do Dealer, fazer a arma dar 2 de dano, checar se tem bala ou apenas o cartucho vazio, entre outros. São várias coisas que permitem criar uma tensão na partida, além de aumentar a estrategia para vencer. Não é apenas sorte aqui, apesar de ter obviamente seus momentos em que você tem que decidir arriscar e torcer para dar certo.

Depois que você “zera” a primeira vez, você libera o modo “O dobro ou nada”. Nesse modo você não tem um número de rodadas determinado para vencer. Aqui você joga e a cada fim de rodada que você ganhar tu pode escolher entre dobrar o valor do prémio ou simplesmente ir para casa com o que você tem. E como o nome já diz, se você perder a rodada depois de escolher dobrar você volta sem nada. Vale dizer que esse dinheiro é só pontuação, não tem nada que você faça com ele em si.

Esse é uma aventura que eu recomendo para quem quer algo sem compromisso, e um jogo um tanto diferente. O fator rejogabilidade dele é bom e eles já tem anunciado um modo multiplayer para o jogo, o que deve deixar ainda mais legal de se jogar (e talvez perder umas amizades). Além disso é um jogo super em conta e ainda está disponível pela nossa parceira Nuuvem.

Escrito por Leonardo Costa

Jogo de Navinha com trema no nome

Esses dias eu tirei a poeira do meu PS1 e peguei um disco de um jogo que eu adorava jogar ali no finalzinho dos anos 90: Einhänder.

Desenvolvido pela Squaresoft do Antigo Testamento, hoje Square-Enix, Einhänder é um jogo de nave bastante criativo e desafiador. E por alguma razão que só uma mente com ideias doidas como a dos desenvolvedores dos anos 90, o jogo é levemente baseado no mito grego de Selene e Endimião.

O nome do jogo vem do alemão “uma mão”, que referencia o “braço” que a nave possui, que é utilizado para equipar armas secundárias e que permite que você altere a direção dos disparos.

Apesar de hoje ser meio um clássico cult desconhecido, o jogo foi bem recebido pela crítica na época. Alguns anos depois a IGN chegou a eleger ele como o melhor jogo de nave 2D.

Esse é um dos títulos da antiga Squaresoft que tenho muito carinho e que é um exemplar bem legal de uma época bastante experimental da indústria dos games dos anos 90.

Escrito por Arthur

Fora do Radar é um quadro semanal do Game Lodge com a intenção de comentar sobre jogos diferentes e que mesmo que sejam interessantes de serem comentados, de maneira positiva ou não, não geram tanto assunto para um texto inteiro só deles.

Buckshot Roulette está na Nuuvem

Buckshot Roulette custa só 10 reaizinhos na Nuuvem e é um baita joguinho pra ter na coleção virtual