Crítica: Suikoden I & II HD Remaster: Gate Rune and Dunan Unification Wars – revivendo o épico

Por Arthur Tayt-Sohn

Nota: 9

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Considerada por muitos a “Era de Ouro” dos RPG’s de turno, os anos 90 nos deram alguns dos jogos mais memoráveis até hoje. Foi um período especialmente fértil para o gênero, onde muitas novas ideias e experimentações foram feitas.

Enquanto é natural que lembremos de jogos como Final Fantasy ou Dragon Quest, muitos outros excelentes títulos, de outros estúdios, foram desenvolvidos nessa época. E uma franquia que tenho muito carinho nasceu em 1995: Suikoden.

30 anos após seu lançamento inicial, a Konami traz de volta os dois primeiros jogos em uma coletânea remasterizada chamada Suikoden I & II HD Remaster: Gate Rune and Dunan Unification Wars. Tive a oportunidade de revisitar o conflituoso mundo de Suikoden e conto agora como foi essa experiência.

As Estrelas do Destino

Suikoden é levemente inspirado no livro Margem da Água. Esse livro é um dos quatro grandes clássicos da literatura chinesa e conta a história de 108 foras da lei que se unem contra o governo e, após serem anistiados, são absorvidos pelo exército e participam de lutas contra invasores estrangeiros.

Os jogos foram idealizados por Yoshitaka Murayama, que na época estava interessado em literatura chinesa. Conforme revelado pelo próprio Murayama em entrevista, inicialmente o jogo não teria tantos personagens. A ideia era uma quantidade semelhante aos mangás da época, como Captain Tsubasa e Cavaleiros do Zodíaco.

Porém, ao explicar o conceito para os executivos da Konami, ele acabou usando como exemplo o livro Margem da Água e eles simplesmente amaram a ideia de um RPG com mais de 100 personagens e ele teve que seguir com o projeto antes de ter oportunidade de explicar o conceito de Captain Tsubasa.

Suikoden - Abertura

Assim como no livro, Suikoden 1 e 2 ocorrem na perspectiva de pequenos grupos de resistência contra governos tiranos ou invasores. Seu objetivo é recrutar o máximo possível de aliados para vencer as forças inimigas. Esses aliados são as Stars of Destiny, 108 companheiros que estão destinados a lutarem juntos, como na obra literária.

A franquia, apesar de não estar totalmente em ordem cronológica, é ambientada no mesmo mundo, em diferentes regiões. Suikoden 1 é ambientado em Scarlet Moon Empire, onde um grupo rebelde chamado Liberation Army luta contra o império, que há algum tempo mostra sinais de tirania e corrupção.

Suikoden 2 ocorre alguns anos após o primeiro jogo. Em uma região próxima, um conflito entre o reino de Highland e as cidades-estado de Jowston parece estar chegando ao fim, até que um ataque surpresa a um acampamento do exército de Highland põe em risco as negociações de paz.

Em ambos os jogos, você assume o papel de jovens protagonistas que são arrastados para a guerra e inevitavelmente passarão por momentos difíceis, provações e tomarão decisões que irão impactar o destino de milhares de pessoas.

Não são apenas RPG’s de turno à moda antiga

À primeira vista, os jogos podem parecer RPG’s de turno tradicionais. Enquanto isso é verdade em boa parte dos jogos, eles contam com algumas particularidades. Irei detalhar um pouco de cada um.

Ambos os jogos contam com combates em grupo, onde é possível organizar até seis personagens, sendo três na linha de frente e três na retaguarda. Cada personagem possui um alcance de ataque, sendo alcance curto, médio e longo. Personagens de curto alcance só podem atacar da linha de frente e inimigos da linha de frente deles. Os de médio alcance podem atacar da sua retaguarda, mas também apenas inimigos que estejam na vanguarda. Já os personagens de longo alcance podem atacar qualquer inimigo em qualquer posição que estiverem.

Além dos ataques comuns, é possível utilizar as runas, que liberam diferentes tipos de magia. O uso das runas é limitado e você precisa descansar após usar as magias disponíveis. Não existe mana ou MP no jogo. 

Suikoden - Combate

Também é possível utilizar ataques unite, que são ataques em conjunto que alguns personagens podem utilizar. Normalmente são personagens com alguma relação próxima, como amigos, irmãos e até mesmo casais. Viva o poder do amor.

Os personagens também podem utilizar equipamentos como armaduras, capacetes, escudos e acessórios, mas alguns itens são restritos. Por exemplo, os arqueiros normalmente não podem utilizar escudos ou armaduras muito pesadas.

Além dos combates tradicionais de RPG’s de turno, os dois jogos contam com eventuais combates de estratégia e duelos um contra um. Em Suikoden 1, as batalhas estratégicas apresentam os dois exércitos na mesma tela em um combate que lembra o jogo Pedra, Papel e Tesoura. Já no segundo jogo, o combate estratégico foi reformulado e apresenta de fato combates em estratégia por turnos, onde é importante organizar suas tropas com as melhores combinações de personagens.

E é aí que entra um dos elementos mais icônicos da franquia: o gerenciamento do seu quartel general. Em ambos os jogos você eventualmente terá acesso a um castelo, onde poderá abrigar todos os 108 personagens recrutados. Nem todos são utilizáveis nos combates de RPG, mas eles acrescentam poder e melhorias para seu exército nos combates estratégicos.

Além disso, conforme você recruta novos aliados, seu castelo evolui e o que normalmente eram apenas ruínas, se transforma em uma comunidade viva, com lojas, tavernas, cozinhas comunitárias e até mesmo uma casa de banho.

Suikoden - Combate estratégico

Apesar de ser um RPG tradicional em sua essência, Suikoden trouxe novos elementos bastante interessantes para a época. Como o próprio Murayama disse, ele não via o cenário do jogo como algo isolado, mas como algo que se encaixava no game design do projeto. Por conta disso, o jogo conta com tantos personagens, sistemas de recrutamento, combates estratégicos que simulam combates de larga escala e mesmo os combates por turno podem envolver até doze unidades na tela.

E fora dos combates, o sistema de gerenciamento do castelo também conversa com o cenário e narrativa, onde em ambos os jogos você está criando uma comunidade, abrigando pessoas de diversas origens, humanos ou não, com um objetivo em comum.

Nesta edição remasterizada, os jogos preservam suas mecânicas originais. O inventário dos personagens ainda é bastante limitado e comprar equipamentos no primeiro jogo ainda é cansativo, apesar de agora ser possível realizar trocas de itens entre personagens um pouco mais facilmente, graças à algumas melhorias de UI/UX presentes no jogo.

Além disso, essa edição segue fiel aos jogos originais em um ponto importante: eles não te explicam como a maioria das mecânicas funcionam. Ok, você sabe como atacar os inimigos ou usar itens. Mas provavelmente não sabe como utilizar as runas ou o que diabos é o status negativo balloon. Por que tem um balão inflável na minha cabeça?

Suikoden - Pest rat

Bom, alguns jovens não vão acreditar, mas enquanto hoje em dia algumas versões de jogos já estão vindo sem mídias físicas, antigamente os jogos vinham não só com mídia física, mas também com manuais de instrução. Então, tudo o que você precisa saber sobre como o jogo funciona está neste manual. Nessa edição, é possível acessar o manual no menu do jogo. Então, caso tenha dúvidas sobre o funcionamento de algo dos jogos, recomendo a leitura.

Em resumo, jogadores veteranos já sabem o que esperar de jogos que foram desenvolvidos nos anos 90: visitar cidades, equipar seus personagens, fazer aquele grinding básico para ficar mais forte, etc.

Apesar disso, ambos os jogos ainda são bastante divertidos. Enquanto o Suikoden 1 ainda tem alguns problemas, que já eram visíveis na época do lançamento, como um sistema de combate extremamente simples, Suikoden 2 refina e melhora muito todos os aspectos mecânicos: a exploração, o combate de RPG, o inventário e equipamentos, o combate estratégico que é bem mais sofisticado que o primeiro jogo, o gerenciamento do castelo e até mesmo as atividades secundárias que contam com diversos minigames.

E a Konami parece ter ouvido as críticas sobre a falta de dificuldade dos jogos, já que ele agora conta com seleção de dificuldade, permitindo jogar no modo hard. Mas é importante destacar que NÃO é possível alterar a dificuldade no meio do jogo caso você se arrependa.

Suikoden - banquete

E mesmo sem alterações nas mecânicas do jogo, eles ainda permanecem divertidos. Sobretudo o Suikoden 2, que é mais complexo que o primeiro e ainda continua extremamente divertido. Por mais que eventualmente o jogo se torne fácil, ainda é legal explorar a variedade de personagens e experimentar o que funciona melhor.

Claro que alguns personagens acabam se sobressaindo sobre outros, a ponto de até mesmo serem quebrados, mas até mesmo descobrir como quebrar o jogo é divertido. Inclusive, é parte da experiência de jogar nos anos 90: descobrir como quebrar o jogo. 

Para os que ainda sentem falta de RPG’s de turno, apesar dos inúmeros bons títulos que temos hoje em dia, e querem ter uma experiência clássica, Suikoden 1 e 2 ainda são bastante divertidos.

Épicas crônicas de guerra

Como abordado anteriormente, a franquia Suikoden sempre aborda conflitos e guerras que ocorrem em seu mundo, variando de regiões e de períodos históricos. Os jogos são como crônicas.

Em ambos os jogos, jovens protagonistas acabam se envolvendo no meio de conflitos e eventualmente descobrem que fazem parte de um plano maior do destino. De alguma forma, foram escolhidos para reunir as 108 Stars of Destiny e mudar o destino do mundo.

Suikoden se diferencia de muitos RPG’s da época por apresentar uma narrativa que envolve tramas políticas, conflitos em larga escala, traições, corrupção, etc. E para Murayama, o cenário tem tanta importância quanto os sistemas.

Por conta disso, ambos os jogos se preocupam em ambientar o jogador dentro de um mundo complexo, onde países e reinos com sistemas políticos diversos coexistem. Impérios, reinos, repúblicas e cidades-estado independentes compartilham o mesmo mundo e por diversas vezes entram em conflito, 

Suikoden - Imperador

E esses conflitos podem ser de fato armados, com motivações políticas, como também podem ocorrer conflitos causados por discriminação. O mundo é habitado por humanos, elfos, anões, kobolds, entre outros humanoides que nem sempre convivem de forma pacífica.

E não existe um lado que está sempre certo e um lado que está sempre errado. Você pode estar de um lado que em outro momento da história atacou injustamente ou cometeu crimes, por exemplo. O jogo explora as complexidades e contradições desse mundo e seus personagens.

Enquanto no primeiro jogo a narrativa é mais simples, e diria que até um pouco corrida, não dando tempo para que os personagens e suas motivações se desenvolvam bem, Suikoden 2 não só resolve isso como melhora exponencialmente a experiência com a narrativa do jogo.

Isso porque de acordo com Murayama, após o sucesso do primeiro jogo, os fãs revelaram em cartas que o que mais os envolveu no jogo foi a sua história e seu mundo. E a partir daí, o time precisou decidir entre investir em melhores gráficos ou no desenvolvimento do mundo. E a escolha não poderia ser mais óbvia.

No segundo jogo, a qualidade da narrativa, construção de mundo e dos personagens cresce de maneira absurda. Suikoden 2 é consideravelmente mais longo que seu antecessor e isso dá tempo para que o desenvolvimento dos personagens e dos conflitos ocorra melhor. E com isso diversas reviravoltas acontecem até seu desfecho.

Suikoden - Teresa

E um ponto a se destacar sobre os jogos é a forma que seus antagonistas são apresentados. Enquanto é comum que RPGs tenham antagonistas com status praticamente divinos, vítimas de experimentos ou até mesmo deuses ou demônios, em Suikoden seus inimigos são humanos.

É claro que alguns deles contam com poderes extraordinários, mas em geral são poderes que são um meio para que eles atinjam seus objetivos que eles já tinham antes. E ouso dizer que Luca Blight, antagonista de Suikoden 2, só não é um dos vilões mais odiados da história dos RPG’s porque o jogo original do PS1 não vendeu muito bem no ocidente por problemas de distribuição. 

Alguns reviews em retrospecto, feitos anos após o lançamento do jogo, o colocam em pé de igualdade ou até mesmo o consideram mais maligno que vilões como Kefka, Ganondorf e Sephiroth. E de fato, sua fama o precede.

Suikoden - Luca

Mas mesmo com o tom sombrio que normalmente envolve histórias de guerra, o jogo também alterna com momentos mais leves e de humor bem típicos de obras japonesas, como piadas com o estereótipo da menina tomboy agressiva, mulheres mais velhas flertando com personagens claramente adolescentes, homens mulherengos, espadas falantes, etc. 

É como se o jogo tentasse em alguns momentos não se levar tanto a sério também e aliviar um pouco o tom dele. E algumas piadas acabaram se tornando recorrentes na série e referenciando outros jogos, o que é interessante para quem gosta de pegar referências e detalhes dos jogos.

Por conta disso, acho recomendável jogar os jogos em ordem. Não só porque o segundo jogo é mecanicamente e narrativamente uma evolução substancial do seu antecessor, mas porque há sempre uma referência ou uma informação vinda do jogo anterior, de forma que eles se completam.

Ambos os jogos mantém em sua essência alguns pontos fundamentais: a complexidade sociopolítica do seu mundo, a necessidade da cooperação para vencer a opressão e a criação de uma comunidade como parte fundamental desse processo. Além, claro, da importância da amizade, de fazer o que é correto independente da sua origem e de levar uma vida em paz.

Particularmente acho que o mundo, os personagens e a história de Suikoden ainda são muito interessantes. Murayama fez questão de dedicar boa parte dos seus esforços em criar um mundo coeso e dar importância a personagens secundários. E são justamente esses aspectos que mantiveram uma base de fãs tão sólida até hoje. Quero dizer, até hoje é possível encontrar os fãs em fóruns discutindo seus personagens preferidos, debatendo a história e o mundo do jogo, as referências, etc.

Suikoden - Kirkis

Suikoden 2 principalmente tem uma das melhores histórias dos RPG’s. Eu gosto muito da forma que se desenrolam as tramas políticas do jogo, suas reviravoltas e também como as guerras não acabam de maneira mágica simplesmente só porque você venceu uma luta importante.

Esse ponto inclusive foi o que me surpreendeu muito na primeira vez que eu joguei e que me deixou totalmente imerso na história, querendo saber o que viria depois de cada combate, cada reviravolta e como isso foi cuidadosamente construído.

E para melhorar a experiência, o Remaster conta com correções nas traduções do jogo original. Um exemplo disso é a espada Celestial Sword, que na versão original foi traduzido como Star Dragon Sword por um erro na interpretação dos kanjis. E se ainda não acredita na dedicação dos fãs do jogo, o nome dessa espada foi corrigida nas wikis do jogo logo após a divulgação do trailer.

Infelizmente esse é mais um RPG que não conta com localização em português brasileiro, o que é uma decisão no mínimo estranha visto que a Konami quer alcançar o maior público possível para reviver de vez a série.

Gráficos renovados

Suikoden 1 e 2 receberam um tratamento nos seus gráficos, mas respeitando a direção de arte dos jogos originais. A Konami optou por refazer os cenários em HD e manter os personagens em pixel art, sem aquela estilização tenebrosa que fizeram com Chrono Trigger, o que pra mim foi um grande acerto.

Naturalmente muitos fãs estavam esperando algo no nível de um HD-2D Remaster, mas levando em consideração que a franquia estava “adormecida” por tantos anos, imagino que seria um investimento arriscado. E com o recente anúncio de Suikoden: Star Leap, que segue nessa direção artística, fica evidente que a Konami optou por jogar mais seguro nessa coletânea. 

Apesar de não ser um estilo artístico que eu goste muito, no geral o trabalho de remasterização do cenário ficou bom. O primeiro Suikoden especialmente se beneficiou disso, visto que ele é um jogo de 95 e é visivelmente inferior que o segundo nesse ponto.

Algo que melhorou muito na minha opinião foram a iluminação e as cores. Sempre achei Suikoden 1 e 2 escuros e opacos. O remaster melhora bastante isso, principalmente em ambientes noturnos. Efeitos de água, fogo e luz da lua também ficaram bem melhores.

Suikoden - Riou e Jowy

 

E apesar de eu considerar um acerto os personagens estarem em pixel art, eles ficam um pouco “deslocados” no cenário em HD. No começo isso me incomodou um pouco, mas acabei me acostumando. A minha impressão é que em alguns cenários esse deslocamento fica mais evidente que outros.

Por outro lado, alguns cenários ficaram mais detalhados em HD, então conseguimos ver com mais clareza detalhes arquitetônicos como telhas, tijolos, vitrais e outros detalhes que nos jogos originais acabavam ficando meio borrados. Também foram refeitos os retratos dos personagens e as cenas animadas, que agora também estão em alta definição.

A trilha sonora também recebeu tratamento em HD, mas se mantendo fiel às composições originais. E assim como as mecânicas e o cenário do jogo conversam entre si, o mesmo vale para a trilha sonora.

Ela é bastante diversa e ao mesmo tempo dá à cada localidade uma identidade própria. A variedade de estilos musicais que inspiram a trilha sonora reforçam o aspecto multicultural do mundo de Suikoden. Junto com a arquitetura das cidades, isso contribui com a imersão do jogador nos locais que visitamos. E claro que as músicas são de muito bom gosto, compostas principalmente por Miki Higashino.

Suikoden - Cidade élfica

Ela cita como algumas de suas influências os pianistas franceses Ravel e Fauré, bem como artistas de músicas tradicionais irlandesas e espanhois. O que junto com seu background de música japonesa, explica sua versatilidade em explorar instrumentos musicais e ritmos diferentes nas composições dos jogos.

Dito isto, apesar de alguns pontos do tratamento em HD do cenário não terem me agradado tanto, por parecerem destoar demais da pixel art dos personagens, no geral o resultado foi muito positivo. Eu sei que alguns fãs provavelmente terão críticas mais duras com relação a isso, mas não chegou a ser um problema pra mim.

Alguns avisos antes de jogar

Separei essa parte do review para alguns avisos que podem ajudar a experimentar tudo que o jogo tem para oferecer. Fique tranquilo, não darei nenhum spoiler aqui.

Bem, esse é um jogo que tem algumas particularidades que vale citar. Como disse anteriormente, é recomendável que você jogue Suikoden 1 primeiro. Por mais que não seja obrigatório, já que não há prejuízo no entendimento da história de Suikoden 2, as histórias se complementam e contam com referências interessantes.

Alguns personagens são recorrentes nos dois jogos, por exemplo. Além disso, ao terminar o primeiro jogo você pode carregar o seu save no segundo jogo. Isso libera alguns bônus, como personagens adicionais. E recrutar essa personagem com um aliado específico fazendo parte do seu grupo libera um diálogo adicional. Não é nada demais, só detalhes que fãs gostam de ver mesmo.

Suikoden - duelo

Suikoden 1 conta com apenas um final, mas ele possui algumas variações que dependem de decisões que você tomar no jogo. E é bem difícil descobrir isso por si só, para falar a verdade. É possível encontrar guias na internet, como esses do GameFAQs, que podem te ajudar nisso. Mas cuidado com spoilers.

Já Suikoden 2 possui mais de um final, sendo um deles bem complicado de fazer sem um guia. Mais uma vez, recomendo procurar um guia. Uma dica que dou também é verificar se no menu a opção “Stop the event timer” está ativada. Por algum motivo o jogo original tem uma sidequest relacionada ao recrutamento de um personagem que você pode perder se demorar tempo demais para realizar cada passo.

Sim, é uma opção criada basicamente por causa de uma única sidequest, que é muito boa por sinal. Na versão original do jogo, as pessoas acabavam recorrendo ao speedrun ou ao bom e velho GameShark para zerar o contador do jogo e conseguir fazer tudo a tempo. Enfim, coisas dos anos 90.

Enfim, não hesite em usar um guia sempre que precisar. Alguns sistemas e requerimentos para recrutar alguns personagens são meio obtusos e acho que vale a pena recorrer a isso para não perder nenhum detalhe do jogo.

Vida longa ao legado de Yoshitaka Murayama

O anúncio de Suikoden I&II HD Remaster Gate Rune and Dunan Unification Wars na TGS 2022 não só me surpreendeu, como me deixou muito empolgado. A franquia ficou tanto tempo esquecida que, naquele momento, um retorno parecia muito improvável.

O fato é que não só Suikoden voltou, como a Konami parece estar muito empenhada, e empolgada, em de fato reviver a série. Recentemente foram anunciados um novo título, Star Leap, um anime de Suikoden 2, um mangá e até mesmo uma peça de teatro de Suikoden 1.

Infelizmente Murayama nos deixou muito cedo, tendo falecido em 2024, pouco antes do lançamento do seu novo projeto Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes. O jogo bateu recordes no Kickstarter, batendo sua meta principal em apenas 3 horas e em seguida todas as metas opcionais. Isso evidencia o carinho dos fãs pelo trabalho do diretor.

Torço pelo sucesso desse projeto da Konami e que mais pessoas tenham oportunidade de conhecer Suikoden. Tenho ótimas lembranças jogando a franquia e fico feliz que mais pessoas possam conhecer agora. 

Que esse legado do Murayama permaneça vivo e encontre novos admiradores do mundo que ele criou. E que as pessoas que agora tomarão conta da franquia, e que pareciam genuinamente entusiasmados na apresentação da Konami, consigam colocar Suikoden novamente no patamar dos grandes clássicos que a série merece.

 
 

 

 

Nome do jogo:

Suikoden I & II HD Remaster: Gate Rune and Dunan Unification Wars

Publisher:

Konami

Desenvolvedora:

Konami

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch

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