Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
O último jogo da trilogia “World of Assassination” traz de volta o Agente 47, concluindo o arco do confronto com a organização Providence. Em Hitman 3, após os eventos do segundo game, 47 e seu amigo Lucas Grey partem em uma caçada contra os três “Partners” da Providence: Carl Ingram, Marcus Stuyvesant, and Alexa Carlisle.
Mas será que Hitman 3 consegue concluir com sucesso essa saga? Nós da Game Lodge tivermos a oportunidade de jogar e darei minhas impressões sobre o jogo, totalmente livre de spoilers.
Primeiramente, é importante entender que esse não é exatamente um jogo padrão de tiro e ação. Hitman é um jogo que incentiva, e premia, sua criatividade ao assassinar seus alvos. O jogo conta com um sistema de pontos que serve tanto para ranquear seu desempenho bem como liberar recompensas: novos equipamentos e novos locais para iniciar uma fase.
Inclusive é um ponto que incentiva o fator replay. Hitman 3 é um jogo curto, mas a cada vez que você completa os desafios propostos pelo jogo, pode retornar às mesmas fases e completar as missões de formas diferentes.
Claro, é possível atirar primeiro e perguntar depois. Porém os tiroteios descontrolados podem dificultar sua missão, além de punir de certa forma o jogador com uma baixa pontuação. Entenda, Hitman é um jogo de stealth. E quanto mais criativo e furtivo você for, melhor.
Como o próprio nome da trilogia sugere, 47 deve realizar uma série de missões ao redor do mundo. Passando por locais como um prédio de alto luxo em Dubai, uma tradicional mansão no interior da Inglaterra, um típico club alemão em uma fábrica abandonada, entre outros.
Cada local é tipicamente caracterizado, de maneira bem fiel. Desde a ambientação até o figurino dos personagens presentes no ambiente, nada parece fora do lugar. Houve uma preocupação em realmente ambientar o jogador nos locais das missões.
Isso tudo com belíssimos gráficos, cortesia da engine Glacier. Os locais são muito bem detalhados e por vezes eu quis ficar só explorando e observando o ambiente. A missão em Dubai especificamente tem um visual incrível
Dentro dessa proposta, Hitman 3 incentiva e premia sua curiosidade. O jogador tem total liberdade para escolher sua abordagem. Não existem muitas indicações do que fazer e para onde ir, com algumas exceções. Você precisa explorar o ambiente, observar, escutar diálogos dos personagens e planejar suas ações.
Alguns alvos você sequer terá a clara informação de quem são. Para descobrir, 47 precisa se infiltrar nos locais e descobrir por si só por meio de documentos e conversas de outros personagens.
Em uma determinada missão, eu precisava encontrar um objeto que estava dividido entre duas pessoas. Sem saber quem eram, precisei descobrir uma delas enquanto ela se identificava em uma ligação telefônica e outro durante uma conversa com um funcionário do local.
Algo parecido ocorreu em outra missão, em que eu tinha variadas opções de como matar meu alvo. Ouvindo a conversa dos seguranças, eu descobri sobre uma rota de fuga que eu poderia sabotar. Prestando atenção na conversa de outro funcionário, eu encontrei uma forma de assassinar o contrato de forma que parecesse um acidente.
Para adicionar mais complexidade a esse desafio, o acidente só poderia ocorrer em um local fora da rotina do meu alvo. Foi preciso que eu desencadeasse algumas ações que fizessem com que ele resolvesse sair da sua rotina habitual e ir para o local em que ele morreria.
Hitman 3 oferece uma variedade imensa de formas de se cumprir seu objetivo, mas sem entregar nada de mão beijada. O jogo te dá seu alvo, os equipamentos iniciais e pronto. Liberdade é a palavra chave.
Isso inclui a liberdade de iniciar a missão sem nenhum equipamento e cumprir seu objetivo com o que você encontrar em seu caminho. Praticamente tudo no jogo pode ser uma arma, até mesmo um sabonete. Assim como o próprio ambiente se torna uma arma mortal nas mãos de 47.
Empurrar seus alvos de locais altos, envenenar alimentos e bebidas, eletrocutar, afogar, derrubar lustres, intoxicar a ventilação. Enfim, não existem limites para sua criatividade e o jogador acaba querendo recomeçar uma fase só pra saber como seria matar alguém de outra forma.
Como citado anteriormente, esse é o último jogo do arco “World of Assassination”. Chegamos à conclusão da saga de 47 contra a organização Providence. Hitman 3 fecha de maneira satisfatória o enredo da trilogia. Sem deixar pontas soltas para especulações, o jogo é bem claro e direto em sua narrativa.
O desfecho não traz exatamente grandes surpresas. Lembra bastante obras consagradas de espionagem como 007 e Missão Impossível, com seus clichês e estrutura narrativa. E isso não é exatamente uma crítica, longe disso. A história funciona perfeitamente e na verdade é preferível que um jogo tenha uma história com mais clareza. As vezes os excessos em narrativas não-lineares prejudicam a história e isso não acontece em Hitman 3.
Em cada missão você recebe um briefing da missão, do seu alvo e pode assistir cutscenes que explicam o que está acontecendo no mundo do jogo. Isso já é o bastante para entender o que se passa nesse universo.
É claro que se você quiser explorar um pouco mais, as missões contam com objetivos secundários e até mesmo diálogos soltos dos personagens que revelam mais detalhes da trama. Suas motivações e ocupações nesse universo.
É bem bacana explorar cada canto das fases, ouvir os diálogos, ler documentos e encaixar cada pedacinho dessa história. Mas se você não curte muito essa ideia, pode se limitar aos objetivos principais sem prejudicar seu entendimento da história
Hitman 3 fecha com chave de outro o ciclo do Agente 47 no arco World of Assassination. O jogo é polido, divertido e desafiador. Caso você ache que está fácil demais, ainda pode aumentar o nível de dificuldade que acrescenta novas camadas de desafio, com mais guardas, câmeras e mudanças na IA dos inimigos.
A IO Interactive já confirmou que apesar de ser o fim da trilogia, esse não é o fim da franquia. Com a nova geração já presente, fico curioso em como a desenvolvedora irá aprimorar ainda mais o que ela já fez de forma competente. Até o próximo contrato, Agente.
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Hitman 3
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