Entre os dias 17 a 19 de Maio aconteceu um evento de videogames em Brasília: o Brasília Game Festival (BGF)
Fiquei sabendo que o evento contaria com uma mostra indie, contando com diversos jogos brasileiros de variados tamanhos em desenvolvimento.
E de fato havia projetos de tamanhos bem variados. No evento tinha desde jogos ambiciosos com equipes de cerca de dezenas de pessoas a primeiros projetos comerciais feitos por uma única pessoa.
Decidi então, escrever de forma breve sobre alguns jogos que consegui jogar por lá:
Um Deck Builder Roguelike com animações bem boas e exageradas, com um design bem inspirado em coisas como Gurren Lagann
Eu não sou a pessoa mais habilidosa com Deck Builders e nunca fui muito fã, devo admitir. Porém, vendo as mecânicas de usar cartas para encher a população de um planeta para causar diversos efeitos somado com a arte muito carismática, fiquei com bastante vontade de jogar mais o jogo.
O jogo me pareceu bem intuitivo num geral e ao final da minha primeira run, sai entendendo o que fiz de errado para não ter ido tão longe, o que é sempre um bom sinal.
Mas o que me pegou mesmo no jogo foram os personagens. O design de tudo é carismático e toda essas estética exagerada e divertida é muito o meu tipo de coisa.
O jogo vai lançar agora em maio, e provavelmente a demo já estava numa versão bem próxima da final.
Dimension Animals é um Metroidvania em que você começa com um cachorro com habilidade de realizar curtos teleportes e usa como sua mecânica principal, e com o tempo encontra outros animais com habilidades diferentes que expandem sua maneira de explorar.
Ele é um jogo com conceitos simples e usando muita coisa que a gente já viu, mas é tudo tão bem aplicado que foi um dos jogos que mais sai animado.
O design do mapa é super bem polido em te guiar pelos cenários, os controles são precisos, a movimentação de cada bichinho que encontrei é gostosa e bem animada.
O jogo entende muito bem o que faz um Metroidvania ser gostoso, fazendo um mapa que torna o ato de explorar muito recompensador.
O jogo ta pra sair 05 de junho, e me deixou legitimamente empolgado para testa-lo.
Outro Metroidvania, já este está mirando mais para o lado “Castlevania” do gênero e está no começo do desenvolvimento. Dos jogos que joguei, esse foi o único que tinha dublagem em português acompanhando o texto do jogo, o que me faz acreditar que o jogo está mirando numa narrativa mais densa.
A demo tinha alguns segredos escondidos, sendo um daqueles que quem não da atenção perde facilmente. Como disse no começo, este jogo olha bastante para Castlevania. A movimentação do personagem e o cenário da demo com um tom “Castelo gótico” deixa bem evidente.
Um jogo de luta 2D 2 vs 2, a priori parece um party game, porém ele é um meio termo legal.
O cenário se divide em três instâncias, fazendo com que mesmo com quatro personagens lutando, as coisas não fiquem caóticas demais. Claro, pela natureza desse tipo de jogo vai ter muitos momentos caóticos, porém nunca fiquei perdido demais nas lutas. Os controles funcionam como um jogo de luta tradicional, envolvendo movimentos como meia lua para execução de golpes, mas os movimentos e combos são bem fáceis de executar num geral.
O jogo é de um estúdio grande com muitas pessoas envolvidas, e boa parte delas são artistas isso é bem claro. O jogo ta muito bem animado e as artes são bem bonitas.
Yggdra the Rescue é um jogo de plataforma rápido muito inspirado em Pizza Tower. Aqui controlamos um coelho com diversos movimentos para correr pelo cenário.
O jogo está bem no começo do desenvolvimento, mas do que foi mostrado deu pra ver no que ele está mirando. O jogo tem controles um pouco complexos de serem usados em conjunto, mas no momento em que são dominados se torna algo gostoso e recompensador de executar. Joguei duas vezes a demo, uma demorei uns 10 minutos na fase, e na outra, já entendendo melhor os controles terminei em 1 minuto e meio
Pizza Tower foi um dos meus jogos favoritos do ano passado, e se esse aqui conseguir replicar bem um level design show com bons controles, teremos um potencial ótimo jogo aqui.
Mais um plataforma com protagonista coelho, mas este está olhando para Celeste.
as fases mostradas na demo são similares ao tipo de desafio encontrado nas telas de Celeste: desafios curtos e precisos.
The Rise é um jogo de plataforma com controles bem precisos e desafios atrelados a isso, sendo exigido saber a hora de usar um dash e aplicar da melhor forma para prosseguir.
Incentivando a jogar de forma frenética, cada fase tem um contador que te recompensa com uma cenoura caso termine a fase a tempo. Na build atual terminei a maioria das fases faltando um segundo ou menos para extrapolar o limite de tempo, o que achei bem desafiador. De começo estranhei um pouco o dash diagonal do jogo, porém percebi que era um pouco diferente de forma proposital. Aqui o Dash diagonal leva o personagem um pouco mais pra cima na hora de completar o movimento. As primeiras fases do jogo foram divertidas e bem implementadas, e imagino que o jogo vá ficar cada vez mais desafiador ao longo do tempo em sua versão final.
Inclusive, até no tamanho dos pixels e a arte do cenário lembra bastante Celeste. O pouquissímo que o jogo entregou de narrativa me deu um sentimento parecido também.
O jogo passou por diversas mudanças bruscas no design dele e agora que está numa direção que o desenvolvedor está satisfeito.
Um RPG por turno com algumas mêcanicas de gerenciamento. Aqui você é uma garota que decide seguir a carreira de sua falecida mãe como uma Cosplayer. Confeccionando seus próprios Cosplays e frequentando eventos com ele. Como de costume dos jogos da Behold, toda a ideia desse jogo é bem mundana. As lutas são roleplays acontecendo no evento e mesmo com elementos de realismo mágico, num geral o jogo é bem pé no chão. Quase tudo no jogo é uma brincadeira lúdica.
Essa é a vibe do estúdio. A série Pen and Paper se passa numa mesa de RPG, Chroma Squad é um estúdio gravando episódios deum Super Sentai e aqui toda a ação é um roleplay em eventos. Enfim, o estúdio adora brincar com essa metalinguagem e os jogos costumam ter uma certa sensação de conforto atreladas a isso.
O jogo já foi lançado em formato de Early Acess.
Love Garden é uma Visual Novel Dating Sim de planta. Você é um estudante de biologia num mundo de plantas antropomórficas começando a vida na universidade e conhecendo potenciais amores.
Esse jogo tem toda uma preocupação em ser um lugar de conforto. Tanto no quesito da escrita e apresentação das coisas serem de uma forma acolhedora quanto uma ênfase em diversidade de corpos e identidades. Neste quesito, me lembrou bastante Boyfriend Dungeon. Contudo o que me mais me interessou no texto foi a brasilidade dele. Aqui veremos elementos que são muito característicos de uma universidade brasileira, como o RU
Imagine se Kirby tivesse uma estética e toda uma mística e narrativa envolvendo seres divinos e entidades poderosas… Exato, teriamos Kirby.
Piadinhas a parte, The Tale of Lumi é um jogo de plataforma 2D onde você controla Atlas, uma criaturinha que para salvar o reino usa poderes divinos.
O jogo tem uma enfase curiosa em ter puzzles na plataforma dele, como poderes de portal para travessia, habilidades que além de atacar o inimigo lhe faz quicar nele e exige que você os use para travessia.
Encontrei alguns bugs na build apresentada e algumas coisas que ainda faltam polimento, mas num geral, foi um dos jogos mais gostosos de controlar que joguei no dia.
A forma que o Walljump funciona nesse jogo é bem divertida, e consigo imaginar pessoas usando junto com algumas habilidades para speedrun de forma interessante.
Quando tinha visto pela primeira vez, o evento anunciou bem pouco sobre os jogos indies que estariam na amostra, e me deparar com uma diversidade interessante de jogos brasileiros me animou bastante.
Tiveram mais jogos na mostra indie, mas acabei não encontrando tempo para jogar tudo que eu queria e me aprofundar