Crítica: Assassin’s Creed Valhalla – A epítome da franquia

Escrito por Silvio Diaz
Crítica

Assassin’s Creed desde o começo foi uma franquia que ao mesmo tempo que se tornava comum ganhava toques de estranheza. Ao mesmo tempo que era um jogo de mundo aberto, ela sempre mudava.Trazia novos elementos e carregava uma narrativa que misturava algo histórico com uma mitologia própria. Assassin’s Creed Valhalla é tudo isso ao máximo, se tornando a epitome da franquia

Desde a discussão da importância do culto dos assassinos até um lore mais pesado com a história presente e a antiga civilização estão em Assassin’s Creed Valhalla. Junto deles, mudanças mecânicas e uma maturidade no que a franquia se tornou o permite reunir tudo o que a franquia foi da melhor forma.

O que Assassin’s Creed se tornou

A franquia da Ubisoft se tornou um grande “RPG Arcade” com um combate simplificado e uma estrutura completamente focada em level. Origins e Odyssey acabaram até mesmo com o clássico esquema de hidden blade, que já não mantavam com stealth. Ao mesmo tempo, Odyssey conseguia se manter “extremamente Assassin’s Creed” com as suas bizarrices de frutos do Eden.

Assassin's Creed Valhalla Neve

Valhalla olha para tudo isso e mistura com o que a franquia foi desde o começo. Hidden Blade, que agora já são criadas pelo culto do credo, diferente do anterior que era uma lança quebrada, matam de primeira. O sistema de level se tornou menos rígido,feito de uma maneira que permite o jogador vencer inimigos muito mais fortes, mesmo que seja muito difícil. Ao mesmo tempo, o universo e todas as estranhezas da narrativa do presente e frutos estão mais fortes do que nunca.

Assassin’s Creed se afastou muito do que era antes, o que é bom.  Aquilo que a franquia foi na geração passada não funciona mais, ainda assim, Valhalla consegue olhar o melhor dos dois lados e misturar de maneira inteligente. Tudo isso acrescentando e explorando outros elementos, já conhecidos pela indústria, porém novos para o método ubisoft. 

A mistura de dois mundos 

Com essa mistura, Valhalla consegue ser muito mais atrativo em diversos sentidos. Equipamentos e habilidades podem ser encontrados pelo mapa e cada um tem sua importância e possibilidade. Não existe arma fraca ou descartável, tudo depende do jogador. Muitas das vezes, esses itens estão em criptas ou quase mini dungeons que lembram as criptas dos assassinos existentes em AC 2 e Brotherhood.

Junto de personagens antigos, o Codex está de volta e ler e-mails do presente no jogo voltaram a ter um tipo de importância. Claro, isso é algo que nem todos vão se importar,mas foi um alerta de que realmente estavam olhando para o que Assassin’s Creed já foi.

Ao mesmo tempo, o sistema de level, mesmo que melhorado ainda está ali, junto com o como habilidades funcionam. Sem falar na desenvoltura maior para explorar mitologia, algo que só passou a estar mais presente em Origins e Odyssey. 

Assassin's Creed Valhalla Barco

Outro ponto que volta é o como a campanha funciona, o jogo não tem um final exatamente com créditos. Existem arcos, e o jogador pode terminar histórias diferentes, ter um final e não ter visto todas as outras histórias e finais presentes no jogo. Graças a isso, a Ubisoft consegue manter um jogo de mais de 60 horas refrescante. O tempo todo com novos pequenos arcos, alguns com grandes mudanças de cenário ou missões diferentes.

Problemas

Mesmo sendo a epitomé da franquia, o jogo não é perfeito. Muito da exploração que o game incentiva o jogador a fazer não funciona tão bem, um problema derivado do quão detalhado são os cenários. Essa busca de gráfico e realidade podem dificultar e até cansar rapidamente a busca de soluções para puzzles não muito intuitivos.

As missões secundárias, chamadas de “mistérios” também não funcionam.  De começo é divertido ter esses encontros pelo mapa com micro missões que nem se dão o trabalho de entrar na lista de coisas a fazer, ainda assim, são poucas que realmente fazem diferença ou marcam de alguma forma o jogador. Na maior parte do tempo, elas parecem estar ali apenas para ter sempre um conteúdo acontecendo no mapa, o que não adianta muito no quão ignoráveis elas são.

Outro detalhe problemático é o como equipamentos funcionam, em vez de bonificações e status realmente diferentes, só faz realmente sentido usar algo novo quando se tem pelo menos três partes da build, já que é quando o primeiro bonus, que realmente fazem diferença é ativo. Dessa forma, a exploração e o sentimento de encontrar um equipamento novo demora um pouco mais do que devia para surtir realmente um efeito positivo. Um problema pequeno, mas que no longo prazo se torna decepcionante.

Assassin’s Creed Valhalla

Assassin’s Creed Valhalla não é perfeito e nem tem como ser, sendo a epitome da franquia, já basta misturar o que foi bom nos dois e criar algo novo como está sendo feito. Para os fãs de AC como eu, é realmente animador ver a Ubisoft olhando para trás e trazendo os mistérios e as conspirações de volta. 

Da mesma forma, as melhorias em sistema de level, árvore de habilidade e loot de arma dão um frescor excelente ao que o jogo é. O novo AC me lembra o sentimento de jogar Brotherhood, onde tudo o que já tinha sido feito estava na sua melhor forma e as novidades davam ainda mais sabor ao jogo. É realmente feliz ver Assassin’s Creed em tão boa forma e Valhalla com certeza é uma ótima despedida para a geração e uma boa conclusão do que a franquia é hoje. 

Assassin’s Creed Valhalla tem dublagem e legenda localizada para Português Brasil e está disponível para Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X e PC.

Está crítica foi escrita em base de uma cópia cedida pela assessoria da Ubisoft ao Game Lodge.

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