Crítica: Batora Lost Haven – O peso da escolha

Escrito por Leonardo Costa
Crítica

Batora: Lost Haven é um jogo de ação isométrico com elementos de RPG, desenvolvido pela Stormind Games e publicado no Switch pela Team17. Lançado em 2022 para PC e consoles Xbox e PlayStation, o jogo está recebendo agora em Abril de 2023 uma versão para Nintendo Switch. Batora é ambientado em um mundo de fantasia e segue a história de uma jovem chamada Avril, que descobre que é a única esperança para salvar o mundo da destruição iminente.

A jornada para salvar a Terra

Batora: Lost Heaven segue a história de Avril, uma jovem que vive em um mundo devastado após um evento misterioso que tirou sua família dela. Avril começa a ter sonhos estranhos que a levam a um local específico, onde ela encontra duas entidades poderosas chamadas Sol e Lua. Ela descobre que é a escolhida das entidades e recebe poderes se tornando a campeã deles, com a missão de salvar o mundo da destruição que o ameaça. Com a ajuda de aliados que vai fazendo no caminho, Avril viaja para diferentes regiões do universo, enfrentando inimigos poderosos e resolvendo quebra-cabeças.

Batora: Lost Haven é bem direto ao ponto em sua história, tirando alguns poucos momentos em que fazemos um vai e vem para acumular tempo apenas, o jogo não enrola em avançar em seu enredo. Avril consegue ter um certo desenvolvimento por seu tempo de tela, mas seus aliados não são muito trabalhados, eles fazem bem o papel de oferecer suporte a trama mas é difícil criar um apego, já que a história não faz questão de se aprofundar neles.

O jogo também faz questão que Avril (e o jogador) entenda o peso da escolha, já que durante a jornada ela terá que tomar decisões que terão consequências indesejadas. No começo sentimos que Avril é bem relaxada e direta, sendo até imprudente as vezes, mas com o avançar da trama e com ela entendendo o peso que as escolhas tem, Avril começa a ficar mais precavida. Isso pode ser mais ou menos notável a depender das escolhas que tomamos, por conta do sistema de moral.

Avril pode tomar o rumo de conquistadora, com ela agindo mais pelo instinto e sendo mais impulsiva, ou como uma defensora, apoiando mais os povos que ela encontra pelo caminho e refletindo bem antes de tomar alguma atitude. Vale ressaltar que o jogo indica a todo momento que não existe um caminho certo ou errado, Avril continuará tentando salvar o mundo independente do caminho e toda a escolha dela terá alguma consequência boa ou ruim. O enredo mostra que perdas as vezes são inevitáveis e que devemos lidar com as consequências difíceis de escolhas que não temos como fugir.

A dualidade do combate e dos quebra-cabeça

O jogo apresenta um combate de ação com câmera isométrica, bem no estilo de outros ARPG. Além disso o jogo apresenta um sistema de mundos, divido entre físico e o mental. No mundo físico, representado pelo Sol e a cor laranja, a Avril possui uma espada e técnicas de combate corpo a corpo. No mundo mental, representado pela Lua e a cor roxa, ela usa rajadas de energia e técnicas para combate a distância. Cada mundo tem o seu intervalo de uso próprio para cada técnica e uma barra de vida própria, você morre no jogo caso alguma das duas barras seja zerada.

O sistema de mundos funciona em relação aos inimigos também, pois cada um deles vai ter uma representação de cor, entre laranja e roxo, para indicar qual mundo ele vai receber mais dano e em qual você receberá. Isso vai afetar o padrão de ataque também, pois inimigos que recebem e dão dano no mundo físico vão ter ataques de corpo a corpo e os inimigos do mundo mental vão ter ataques a distância. Além disso existem inimigos que serão de ambos os mundos, eles começarão em algum dos dois e após perder metade da vida eles irão trocar. Os bosses também vão variando entre os mundos em suas batalhas.

Essa mistura cria uma gameplay interessante, pois requer que você preste bem atenção em cada inimigo para otimizar seu dano e não demorar para abater eles. Cria uma sensação de mudança constante também, mas perto do fim do jogo sente-se a repetição, principalmente pela variedade de inimigos não ser muito grande. Felizmente, como o jogo não é muito longo, ele sabe acabar antes que essa sensação repetição vire um problema de fato.

É importante salientar que a atenção que você vai ter de dar ao sistema de mundos vai depender da dificuldade que você estiver jogando. No fácil o dano é igual, independente do mundo em você estiver e o inimigo for, no normal o dano a mundos diferentes será reduzido e no difícil só é possível dar dano se você estiver no mesmo mundo do inimigo.

Além do combate, o jogo trabalha com muitos momentos com quebra-cabeças, que utilizam do sistema de mundos também. Eles não são difíceis, é possível passar por eles com certa tranquilidade, mas são bem pensados para aproveitar o sistema de dois mundos e fazer o jogador ficar alternando entre ambos.

O jogo também contém um sistema de runas, em que dão bônus variados. É possível equipar bastante runas, mas senti durante a jogatina que eles não são muito variados, sendo algo que você vai equipar meio que por obrigação e não um sistema super aproveitado para permitir variações de build.

Um jogo que combina com o Switch

No geral, Batora: Lost Haven é um jogo divertido e bem-feito em termos de jogabilidade, tem uma história simples e agradável mas peca pela falta de profundidade em alguns personagens. Se você está procurando por um jogo de ação e aventura rápido e empolgante  pode valer a pena conferir, ainda mais no Nintendo Switch, pois o jogo combina perfeitamente com a jogabilidade no portátil. O desempenho é bom e durante a review não ocorreram bugs na jogatina. O jogo possui um modo de Novo Jogo+, então quem ter tentar se desafiar em uma jogatina casual, o jogo oferece esse fator replay.

Nome do jogo:

Batora: Lost Haven

Publisher:

Stormind Games, Team17

Desenvolvedora:

Stormind Games

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge