Crítica: Boomerang X e as Cenouras na Vara

Escrito por Silvio Diaz
Crítica

Boomerang X é sobre pura agilidade e precisão, um jogo que exige pensamentos rápidos, concentração e entendimento de seus inimigos, tipos de ataque e habilidades do protagonista. Uma mistura nada fácil de se fazer sem se tornar repetitiva, exaustiva ou frustrante. Boomerang X é uma vara com múltiplas cenouras. 

O que é Boomerang X

Em Boomerang X, o jogador se encontra em uma ilha antes povoada por formigas humanoides, mas que hoje é dominada por criaturas das sombras. Dessa forma, numa tentativa de escapar desta ilha, o jogador encontra um boomerang extremamente afiado e feito para derrotar as criaturas.

Todas as ações do jogo se baseiam no Boomerang, tanto os ataques quanto boa parte da movimentação do jogador será pela arma que permite estilingar o jogador pelas arenas. Dessa forma, as batalhas que começam muito terrenas, rapidamente se transformam em peripécias aéreas em que o jogador precisa se equilibrar no ar e usar de tudo o que tem.

Boomerang X e uma de suas cenouras

Essa necessidade é muito bem fortificada pelas suas mecânicas. Boomerang X sabe muito bem o que quer do jogador, então todos os elementos necessários passam aos poucos a se tornarem motivo de bônus. Matar mais de um inimigo no ataque, derrotar múltiplas criaturas sem pisar no chão e etc. Todos esses elementos permitem novos ataques ou habilidades e criam uma certa necessidade para o jogador de tentar conseguir. Ou seja, o que move o jogador deixa de ser apenas a necessidade graças a dificuldade.

O malabarismo aéreo de se estilingar constantemente com o boomerang se torna também uma maneira de adquirir recursos -habilidades- e também mantém o jogo muito mais ágil e no controle do jogador. Essa cenoura é completamente opcional, porém necessária e importante. Com o tempo, você quer ser mais rápido e quer acumular habilidades que podem trazer ainda mais bônus. Aqui, a cenoura não é o desafio, mas sim a facilitação dele. 

A velha, porém obrigatória cenoura

A outra situação que empurra o jogador é obviamente o seu desafio que funciona muito bem. Suas arenas funcionam por rodadas e cada rodada apresenta novos inimigos ou junções deles. É um micro espaço de bom game design. Ele acostuma o jogador com ideias e aos poucos joga ainda mais informações utilizando o que acabou de ensinar. Rapidamente o jogador se sente preso nesta ilha mental de uma quase necessidade de ultrapassar a dificuldade. 

Foi dessa forma que eu, particularmente, terminei Boomerang X em poucas horas mesmo cheio de enjoo graças aos rápidos movimentos do game. Ele é criado de uma maneira quase artesanal para prender o jogador em todos os seus cantos e isso funciona muito bem. É uma cenoura velha prender o jogador na ideia de se superar, mas aqui, essa cenoura é excelente.

Uma vara curta

Boomerang X foi uma grande surpresa, esperando apenas um jogo ok, encontrei algo realmente inteligente e criativo. Aqui, cada detalhe faz parte e a sua duração pequena -terminei em 5 horas, mas é possível ser bem mais rápido já que morri diversas vezes nas arenas finais- provam a intenção dos desenvolvedores. A ideia de criar algo conciso e pequeno, focado 100% no que querem demonstrar.

É graças a esse pensamento que cada habilidade faz diferença e suas adições se espalham por toda a campanha, é aí que encontramos inteligência, Boomerang X não tem sobras,cada momento é importante e faz parte do desenvolvimento do jogador para com o desafio apresentado. Dessa forma, a cenoura parece sempre perto e não permite o jogador cansar de correr atrás, criando assim, um jogo excelente. 

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Nome do jogo:

Boomerang X

Publisher:

Devolver Digital GAmes

Desenvolvedora:

DANG!

Plataformas Disponívies:

PC, Nintendo Switch

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge