Crítica: Call of Duty Black Ops Cold War

Escrito por Ramon Davi
Opinião

Call of Duty Black Ops Cold War é o quinto jogo da franquia Black Ops. Dessa vez voltando a guerra fria, o jogo apresenta todos os clichês de uma Rússia querendo dominar o mundo pela força, os famosos espiões e sempre enfatizando que o país é o grande vilão.

O problema dos Russos

Já para tirar o elefante branco da sala, existe um problema que vai além de ideal quando ainda criamos histórias em que os russos são simplesmente vilões da guerra fria. Um problema que a Activision parece não ter percebido ainda: O mundo não é o mesmo de 10 anos atrás.

Tudo é polarizado e complexo hoje em dia. O mundo não é mais ilusoriamente preto e branco e os tons de cinza se tornarão padrão. Hoje, não é mais incomum o conhecimento dos atos terríveis dos Estados Unidos por toda a sua história e vilões não são mais só vilões.

A pintura de que a Russia era um demônio comunista, já não fazia sentido antes, mas hoje parece ser só palavras velhas e vazias jogadas em um vídeo game. A crítica aqui não é sobre a parte ideológica nem nada, é puramente narrativa. O grande país vilão e terrível não faz mais sentido, e Black Ops Cold War acaba parecendo uma obra envelhecida já no dia de seu lançamento graças a essa falta de tato dos desenvolvedores.

Algo que poderia ter sido muito melhor explorado na campanha do jogo, entretanto, além da inclusão de sexo não binário, tudo nele é como se fosse algo antigo. Inclusive o seu maior problema mecânico: As escolhas

Escolhas

A primeira missão termina e apresenta o problema das escolhas de Black Ops Cold War. Elas em si não são um problema, mas como elas funcionam em prol da história.

Usando a primeira missão como exemplo temos 3 escolhas principais: prender, matar ou deixar um personagem. Todas elas teriam que ter um impacto na história porém essas escolhas não afetam em nada a narrativa. Isso ocorre no jogo inteiro, várias escolhas que não alteram e nem mexem na história. O único momento que isso muda é no final, quando fica claro que todas as suas escolhas anteriores não tem importância e nem peso emocional nenhum.

Em Black Ops Cold War também adicionaram a criação de personagem onde o jogador pode escolher origens, sexualidade e “psicológicos”. As origens só funciona, literalmente, no papel. Ela apenas existe lá para quando você iniciar uma missão aparecer que você é da CIA, M16 ou EX-KGB não afetando a gameplay nem a campanha. A única coisa que muda é o psicológico do seu personagem. Ele funciona como um bônus, que vai de poder recarregar 50% mais rápido até ter 25% mais de vida.

Missões

Após a criação do personagem nos é apresentado um pequeno hub onde há o mural de missões. Neste mural o jogador pode escolher qual ir tanto as principais quanto secundárias já liberadas no começo. Entretanto, são apenas duas curtas e fáceis. No mural também temos as evidências encontradas nas missões como um colecionável que explica mais sobre a história.

As missões em si, são boas. Call of Duty Black Ops Cold War, parece ter um tipo de foco no estilo stealth quando comparado nos outros jogos da franquia. Entretanto, os desenvolvedores conseguiram misturar bem esses momentos cautelosos com as partes frenéticas já comuns de Call of Duty.

O level design é bem simples e linear. Com isso muitas das missões em stealth são tranquilas. Nada muito complexo ou com várias formas de chegar na mesmo objetivo. Nos tiroteios os inimigos nunca ficam fora de sua visão, sempre estando na sua frente. Em algumas missões há objetivos secundários não muito complexas sendo só abrir uma porta e falar com alguém ou achar uma chave que libera uma arma para ser usada apenas na própria missão.

Nada muito inovador, mas que ainda funcionam.

Multiplayer

Já no Multiplayer tivemos 3 novos modos. Começando com o VIP Escort, que é o mais simples e comum chegando mais próximo dos modos normais. Esse modo consiste em dois times de seis pessoas, tendo um time com o objetivo de escoltar o VIP até o ponto de extração e o outro tendo que impedi-lo.

O segundo modo é o Combined Arms bem parecido com o modo Dominação do Call of Duty Morden Warfare, o modo consiste em 2 times de 12 jogadores, onde alguns mapas tem o tamanho alterado, ganhando veículos como helicópteros, barcos e motos.

O terceiro é o fireteam o modo é o mais próximo de um battle royale de squads, consistindo em 10 times de 4 jogadores, onde todos tem o objetivo de armar bombas em específicos pontos no mapa, esse modo é o mais diferente e provavelmente o primeiro que será esquecido pela comunidade.

Também tivemos uma grande modificação no Killstreak, agora chamado de Scorestreaks, que consiste em pontos, não mais em kills e não resetando após morrer, ajudando os que nunca conseguiam pegar as streaks nos outros jogos lançados anteriormente.

Conclussão

Call of Duty Black Ops Cold War é um jogo simples e eficaz, entretanto peca bastante na história. A obviedade de que todas as suas escolhas foram inúteis só importando a do final é frustrante, e a criação de personagem cria uma expectativa na narrativa que nunca chega lá. Porém tirando isso o jogo é divertido, com uma gameplay rápida e frenética algo que esperávamos de um jogo da franquia Call of Duty.

Call of Duty Black Ops Cold War está disponível para Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series e PC.

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