Crítica: Deathloop quebra rótulos para se tornar único

Escrito por Gabba Fernandes
Crítica

Vinte e quatro horas, oito alvos, ou você recomeça tudo do zero. E uma assassina na sua cola, claro. Além de uma excelente ideia de roteiro para o cinema, poderia muito bem ser um jogo roguelike. Poderia, porque Deathloop não é.

O que Deathloop é, entretanto, é um metroidvania disfarçado. Não só através do gameplay, mas seu enredo te leva a trabalhar o tempo como seu aliado. No lugar de uma nova habilidade, como é tradicional no gênero, você trabalha com informações. O backtracking é apresentado na forma do próprio loop. Você pode retornar na manhã, meio dia, tarde, ou noite do mesmo dia, em cada uma das regiões da ilha de Blackreef para montar o quebra-cabeça, uma peça por vez.

Mecânicas como corpse-run, upgrades perdidos a cada morte e até mesmo uma lenta progressão sob uma visão mais macro ainda trazem o tom de roguelike ao jogo, porém entram apenas como detalhe, devido ao ritmo e ao foco em pistas e comportamento de cada um dos 9 personagens envolvidos na história.

O sistema de informação adiciona camadas ao tipo de design característico da Arkane, contando com mapas memoráveis que permitem aproximação aos desafios em diferentes caminhos. Seja por astúcia ou até mesmo descuido, a variedade de possibilidades é de cair o queixo, e o jogo faz questão de detalhar o seu caminho na sua “base” que através do menu, mostra o quão próximo de entender como derrubar um dos alvos. É um jogo sobre a construção de um caminho até fechar com um final catártico. Digno de roteiros de espionagem e heists, ainda mais somado com a estética de final dos anos 60.

Outra camada se dá na interação entre Colt e Julianna, os dois personagens principais, e rivais. Enquanto Colt tenta quebrar o Loop, Julianna busca preservá-lo. Além da mecânica bem implementada em que Julianna, controlada por um jogador, pode invadir uma missão de Colt via internet, as conversas via rádio entre os dois dão o tom exato de competição. Os diálogos são muito bem pensados e reagem a dinâmica da história, novamente me fazendo cair o queixo ao ouvir pelo som do Dualsense o que Julianna achou do que fiz.

Os raros pontos negativos, que precisam ser apontados nessa crítica de Deathloop, estão na ligeira falta de feedback sobre o dano tomado, alguns loadings aparentemente desnecessários para o Playstation 5, e alguns bugs ao retornar do botão de pause, por exemplo. Nada que não possa ser consertado com alguns patches.

Assim, Deathloop é um excelente início de geração para a Arkane, agora parte da Microsoft. O estúdio de Lyon tratou de reunir todas as suas referências e trabalhos anteriores em um jogo que transcende rótulos, com uma excelente vibe de espionagem dos anos 60.

Está crítica de Deathloop foi escrita com base na versão de Playstation 5

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Nome do jogo:

Deathloop

Publisher:

Bethesda

Desenvolvedora:

Arkane

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 5

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge