Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Dragon Quest é um fenômeno no Japão, uma franquia lendária que inspirou milhares de jogos e estabeleceu um padrão no gênero RPGs que viria a servir de base para muitos outros games do mesmo estilo. Dragon Quest XI S: Echoes of an Elusive Age é a nova versão da franquia.
O que faz de Dragon Quest tão famoso assim (?) talvez seja o estilo de arte de Akira Toriyama (Criador de Dragon Ball), Talvez o roteiro heroico e inspirador de Yuji Horii ou até mesmo a trilhas sonoras épicas e aventureiras de Koichi Sugiyama. Eu gosto de pensar que a união de tudo isso cria uma experiência fantástica a cada jogo da franquia.
Após mais de 30 anos dessa séries de jogos que começou lá em 1986 chegando agora em 2020 com o seu re-re-lançamento de um dos melhores games da franquia. Dragon Quest XI: Echoes of an Elusive Age é relançado pelo seu 4° ano seguido, agora em 5 plataformas diferentes, e cada versão desse jogo só adiciona mais qualidades a um jogo que por si só já é uma obra de arte.
Dragon Quest XI S: Echoes of an Elusive Age Definitive Edition, já havia sido lançado em 2019 para Nintendo Switch com um série de melhorias em relação as outras 3 versões anteriores do jogo. Agora, ele chega ao PS4 pela 3° vez e estreia no Xbox One, pelo Game Pass. adicionando melhorias e novas adições.
Dragon Quest IX é um dos games mais confortáveis que já joguei, é difícil me expressar em palavras no significado desse adjetivo, pois é algo muito subjetivo. Porém é do tipo de jogo onde você começa a jogar e não coloca o controle de lado tão cedo, é uma experiência aconchegante em todos os aspectos.
Você fica completamente imerso no universo do jogo de tão rico e vivo que é. A construção do mundo e dos personagens tornam a experiência extremamente agradável, com temáticas coloridas, músicas prazerosas e cidades extremamente detalhadas e um vasto campo aberto e explorável. É difícil de não se sentir submergido nesse universo.
Isto é, para quem obviamente é extremamente fã de jogos de RPG com batalhas com turno extremamente antiquado porém seguindo uma tradição de seus antecessores com um toque de modernidade.
Dragon Quest é uma franquia que conta histórias fantasiosas e bem clichês em muitos aspectos, DQ XI não é diferente disso.
No jogo acompanhamos a história da reencarnação do herói lendário conhecido com The Luminary. Aquele que irá livrar o reino dos tempos de escuridão, que pode ou não ser a reencarnação do Erdrick de outros jogos mais antigos, já que ele é mencionado não diretamente durante a história.
A história se dá início com nosso protagonista vivendo pacificamente em um vilarejo bem afastado e desconhecido do reino, quando descobre seus “poderes” e que é o Luminary. Assim, o herói segue sua jornada para falar com o rei Carnelian que governa o reino de Heliodor sobre sua posição e obviamente ninguém acredita e nosso herói é trancado em uma cela nos calabouços do castelo. Após escapar o jogo começa de verdade.
No início apenas o protagonista é controlável, e conforme você avança na história vai ganhando mais aliados ao seu time, que tem uma relação muito próxima com o herói e com os eventos da narrativa.
Os fundamentos do combate de Dragon Quest XI S permanecem os mesmos desde seus antecessores, um RPG por turno simples de entender porém com muita profundidade envolvida e sempre adicionando um toque de modernidade.
Em campo é possível ver os inimigos, andando por aí e quando você interage com eles de forma agressiva uma batalha se inicia. Sim é possível que você evite e passe reto em todos os inimigos e siga direto para o chefe, o que resulta em todos os membros da equipe ficarem extremamente abaixo do nível recomendado.
Porém, ficar abaixo do nível em Dragon Quest nem sempre é um problema. Estando no nível recomendado, o jogo se torna extremamente fácil. Algo que não é necessária mente um problema, é bom que o jogo seja fácil e amigável afinal é uma das tradições da série. Porém o combate fica muito mais complexo e divertido quando se está bem abaixo do nível recomendado fazendo você ter uma postura mais estratégica e pensar seriamente antes de agir, tornando o jogo bem mais divertido na minha opinião.
Muita gente pode falar que o jogo tem sessões de grind, e sim, as vezes você vai precisar grindar um pouco, mas ao custo de ficar extremamente “apelão” apenas spammando o ataque mais forte de cada personagem acaba um pouco com a graça do jogo. Estando abaixo o jogo muda completamente, se tornando muito mais perigoso e divertido de certa forma.
Cada personagem em combate agem e atacam de formas diferentes, pode se dizer que é de certa forma é um job system. Você pode escolher qual a arma principal de um personagem, por exemplo: Erik pode atacar tanto com uma espada, facas ou um boomerang e por aí vai. Você decide o’que é melhor para sua equipe, mas é sempre bom manter tudo bem balanceado, tendo bons DPS, Healers e casters.
Um diferencial desse jogo, é uma nova mecânica no combate chamada de Pep power, que são poderes especiais, algo similar ao Limit Break de Final Fantasy. Porém sem nenhuma barra indicativa, impedindo o jogador de saber quando ela será habilitada. Ainda assim, quando ativadas é possível fazer um ataque conjunto com outro personagem.
Existem vários tipos de Pep Powers diferentes e combinações diferenciadas com vários personagens. Elas podem ter alguma habilidade de dano, curar a party inteira ou aumentar a defesa e ataque. Todas elas tendo uma animação ou um cutscene bem divertida de se ver.
A cada level ganho, os personagens recebem uma quantia variável de pontos que podem ser gastos na árvore de habilidades ou aumentar status. A cada “rota” da árvore de habilidade geralmente tem um foco em uma arma específica.
Por exemplo com o personagem principal é possível decidir se você quer investir mais pontos de uma arma de uma mão só ou em uma arma de duas mãos, ou com Erik se vai investir mais em espada ou nas facas.
O combate, tendo inimigos diferentes e únicos em todos os lugares e o fato deles tem o design do Akira Toriyama os tornam ainda mais incríveis.
O combate é bem variado e tem um ritmo bem agradável, com inimigos diferentes e únicos em todos os lugares e o fato deles tem o design do Akira Toriyama os tornam ainda mais incríveis. Ao mesmo tempo, ele é rápido e recompensador, fazendo com que o jogador quase nunca queira evitar um inimigo, tornando as sessões de grind bem mais fáceis de certa forma.
O game é divido em várias áreas relativamente grandes com bastante conteúdo explorável, onde é possível coletar uma série de itens para upgrade ou baús e locais secretos, Além é claro dos inimigos.
Um sistema de crafting também está incluído, podendo forjar armas, equipamentos e acessórios para todos os personagens da sua equipe usando materiais coletados pelo mundo do game. Muitas das vez acaba saindo mais barato do que comprar os equipamentos em lojas espalhadas pelas cidades.
O jogo também faz um ótimo trabalho de mostrar ao jogador alguma área específica na qual ele não pode acessar ainda, porém está lá para lembrá-lo em um eventual futuro para voltar e explorar aquela área novamente. Geralmente portas em vermelho ou portões de ferro estão espalhados pelo mundo e por cidades.
Falando nas cidades, ela são um dos melhores aspectos do jogo, todos os vilarejos e cidades são absurdamente detalhadas e enormes. Todas casas tem um interior decorado e extremamente detalhado, com NPCs e diálogos únicos, as cidades têm vida, são coloridas,animadas e um deleite de se explorar.
Outro grande aspecto de Dragon Quest XI S são seus personagens principais. Além do Luminary que serve como um espelho para o jogador, todos os outros membros que entram na sua equipe são extremamente únicos e interessantes, com premissas e objetivos que fazem sentido. Todos têm uma ambição para alcançarem e caminham junto do protagonista para chegarem ao seus objetivos.
Nesse caminho você percebe que todos começam a ter uma lealdade muito grande uns pelos outros e se tornam verdadeiros companheiros, é difícil criar uma sinergia tão incrível como essa. Tudo só melhora quando a história de cada um começa a se unir junto da história principal e do protagonista criando reviravoltas e momentos sensacionais.
A trilha sonora do jogo é uma obra de arte composta por Koichi Sugiyama, a versão definitiva aumenta isso adicionando uma versão orquestrada da trilha, lembrando que nas versões anteriores só havia a versão sintetizada. Outra adição é a inclusão de uma dublagem em japonês, que nem mesmo na versão japonesa do jogo lançada em 2017 tinha. Era apenas diálogos sem voz e na versão lançada em 2018 apenas dublagem em Inglês.
Algumas adições menores contam com velocidade aumentada para batalhas, tornando sessões de grind muito mais agradáveis. Poder forjar itens em qualquer lugar, antes só era possível em um acampamento, e um modo foto.
Outra novidade é que as Draconian Quest foram expandidas com novas opções. Esse sendo um modo na qual é possível fazer várias alterações e modificações que tornam o jogo mais difícil, por exemplo, fazer os inimigos mais fortes, excluir compras e venda em lojas e por aí vai.
E a grande adição da versão definitiva é a opção de poder jogar o jogo em um modo 2D em 16 bits, bem parecido com os Dragon Quests de Super Nintendo. É uma adição interessante porém só recomendo em um segundo playthrough ou só pra testar mesmo. Jogar nessa versão perde grande parte do impacto e das novidades de Dragon Quest XI S além de ser bem mal feita em alguns aspectos.
Um dos “problemas” do jogo, se é que pode se considerar um problema é não poder salvar o game na hora que quiser, somente em locais específicos. O jogo conta com um auto-save mas nem sempre ele funciona bem, já tive problemas de morrer em algum boss e voltar em um save no começo da dungeon, perdendo umas duas horas de progresso, sem nenhum ponto de save dentro do calabouço.
Mas fora isso, é difícil pensar em algum outro problema que me incomodou, porque realmente não existem muitos, o jogo é de fato quase uma obra de arte, na qual só tem pontos positivos em quase todos os aspectos.
Dragon Quest XI S: Echoes of an Elusive Age Definitive Edition Chega em 4 de Dezembro, e está disponível para PC, PS4, Xbox One e Nintendo Switch.
Está crítica foi feita na versão de Playstation 4 por uma cópia cedida pela assessoria de imprensa da Square Enix.
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DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age
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