Crítica: Elden Ring Nightreign – Ótimo com poréns

Por Jean Kei

Nota: 7

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Quando escrevi minhas impressões com o Network Test de Elden Ring Nightreign, disse que não sabia muito sobre o jogo.

Olhando para trás, o que tínhamos ali representava muito mais do jogo completo do que esperava. Nightreign ao mesmo tempo que é um jogo muito bom e com bastante coisa engajante, pode ser bem repetitivo e um tanto limitado.

A recepção desde o anúncio do jogo foi um tanto mista, especialmente por ser uma experiência muito diferente do que se espera de um soulslike, que pode ser terrível para jogar solo.

Os problemas de se jogar Nightreign sozinho

No estado atual do jogo, ele simplesmente não flui bem sozinho. Não que seja impossível terminar solo, mas é uma experiência super punitiva e desequilibrada.

Como dito no texto de impressões da Network Test, esse é um jogo sobre ser rápido. Seu objetivo principal é correr pelo mapa de forma otimizada para chegar nos chefes principais, forte o suficiente para lidar com eles. Jogando num grupo coordenado, isso pode ser algo fluido e divertido. Amigos podem distrair inimigos e te levantarem. Sozinho, todo mundo foca em você e não há quem te levante. O jogo fica contraditório no modo solo, pois exige que você seja cauteloso ao mesmo tempo que exige pressa.

Minhas tentativas de jogar solo eram sempre frustrantes, pois ou eu chegava muito fraco nos chefes por morrer demais no caminho, ou morria pouco, mas cada luta era um tanto demorada, não dando tempo de construir um personagem forte no caminho.

Se eu tivesse insistido em jogar solo, demoraria provavelmente o triplo do tempo para finalizar o jogo e estaria profundamente irritado com ele. Talvez até mais irritado do que se tivesse jogado totalmente com pessoas aleatórias.

Os problemas de se jogar com pessoas aleatórias

No Network Test, eu tive experiências ótimas com grupos coordenados e experiências péssimas com gente que se recusava a cooperar num jogo cooperativo. No jogo completo, as experiências ruins que tive foram muito maiores do que as boas, jogando com gente aleatória.

Esse jogo simplesmente fica muito difícil se apenas duas pessoas estiverem cooperando e impossível se nenhum dos três cooperarem. O jogador pode até não ser habilidoso, porém, se for cooperativo, ele vai ser uma adição ao time. Joguei as primeiras 8 horas sozinho com aleatórios e só consegui matar um chefe graças à sucessão de azar no matchmaking. Até quando enfim as coisas davam certo, alguém caia da partida ou quebrava tudo, insistindo em decisões erradas. O jogo era engajante, eu queria aproveitá-lo ao máximo, mas me via incapaz de desfrutar por estar num Xbox Series e o jogo não ter crossplay.

Foi aí que, por desespero, eu criei um tópico no fórum interno do Xbox pedindo ajuda para jogar me comunicando com alguém, e quando atenderam meu chamado passei apreciar muito mais o jogo.

A experiência de jogar conhecendo as pessoas

Algumas pessoas vieram jogar comigo depois que pedi ajuda no Xbox, algumas não foram uma experiência exatamente boa, mas já melhor do que com o aleatório. Poucas partidas depois, encontrei algumas pessoas com as quais joguei diversas partidas juntos de forma recorrente e terminei eventualmente o jogo. A experiência foi tão legal que ainda planejo jogar mais com os novos colegas e talvez chegar ao 100% do game.

Minha experiência foi como estar no inferno, até que em dado aprendi a lidar com ele, e com ajuda encontrar um lugar de conforto. E curiosamente, sinto que minha experiência conversa com a narrativa do jogo.

Estranhamente um dos soulslikes com narrativa mais direta

Entre uma partida e outra, você tem a mesa redonda como um hub em que escolhe os personagens fixos do jogo, equipa relíquias com upgrades permanentes e encontra alguns diálogos. Quanto mais você joga, mais abre páginas do diário pessoal de cada personagem, que conta diretamente sobre quem ele é. Algumas páginas de diário têm a opção de “Rememoração”, onde você vivencia um evento do passado daquele personagem de forma interativa e algumas vezes isso gera sidequests no jogo principal.

Não é a história mais elaborada ou engajante do mundo, mas dá um sabor bem interessante, especialmente o tom melancólico do mundo somado com a conexão que os personagens têm entre si. Ao ver a história deles, é de se notar que a maioria ali são pessoas que, em circunstâncias normais, jamais estariam juntas, mas acabaram encontrando algum nível de companheirismo e até um certo laço familiar no fim das contas.

A experiência de passar muito perrengue no jogo até eventualmente encontrar pessoas para fazer grupinhos específicos e juntos se coordenarem para avançar ressoa com o que a narrativa do jogo quer contar. No fim das contas, Nightreign não funcionaria de outra forma senão como um jogo focado em multiplayer.

Enfim, é um jogo cheio de altos e baixos

Elden Ring Nightreign é um jogo que me vi bastante engajado e terminei empolgado para jogar mais. É muito fácil ver o porquê de ter gente que desgosta dele. Apesar de ser um soulslike ele não tem a mesma cadência e exigências dos jogos da FromSoftware. Seu mapa único pode se tornar repetitivo mesmo com variáveis e estratégias otimizadas, já que, uma vez que seu grupo souber a melhor forma de explorar o mapa, essa fórmula será repetida diversas vezes. Dito tudo isso, ainda é um jogo muito divertido e com ótimos momentos em grupo. Elden Ring Nightreign não é um jogo para todo mundo e possui várias ressalvas, mas fico feliz de ter dado uma chance para ele.

Nome do jogo:

Elden Ring Nightreign

Publisher:

Bandai Namco

Desenvolvedora:

FromSoftware

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X

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