Crítica: Elder Scrolls Online:Greymor – A mistura do single player com MMO

Por Silvio Diaz

Eu nunca fui fã de Elder Scrolls e honestamente, sou um daqueles que nunca se importou com Skyrim. Nunca achei ruim, só não é meu “lance” e devo admitir que estou mais do que surpreso com Elder Scrolls Online, o MMO da Bethesda, e sua expansão Greymor. Um jogo que sempre tive curiosidade para experimentar, e agora que finalmente tive a oportunidade, não consigo parar de jogar.

Ainda sim, eu preciso começar reclamando dele, pelo menos antes de lançar tantos elogios e apresentar os motivos de eu estar tão empolgado com ele. O problema aqui, é o quão confuso tudo nele consegue ser. Elder Scrolls Online:Greymor não tem a história mais complexa do mundo, ela é simples e quando criamos um novo personagem, o começo se passa no Oeste de Skyrim para quem tem a expansão. Entretanto, em nenhum momento ele tenta facilitar para situar o jogador no universo, um problema sério para os novatos, como eu. 

Em pouco tempo, nomes de pessoas, cidades, reinos e acontecimentos do mundo são jogados na cabeça do jogador sem a menor preocupação. Sem um glossário simples para explicar e pontuar ao jogador. Em pouquíssimas missões principais, fica difícil saber o que está fazendo e o motivo, primeiro, pois do jeito que é feito, rapidamente esquecemos nomes e motivos; Segundo que depois de se perder tanto, a atenção e vontade de acompanhar a história some. 

Elder Scrolls Online - Montaria

Esse problema se estende também para seus sistemas e modos, algo pode ser já esperado em um MMO, mas ainda sim, é problemático. Construir roupas e até entrar em modos que aos poucos são liberados ao jogador se tornam frustrantes. Parte do meu tempo no jogo é tendo que pesquisar em wikis o que os modos são e como boa parte de seu sistema funciona. Algo que poderia ser visto como uma forma de criar sensação de exploração ao jogador, mas passa fortemente do limite. 

Independente do que possa ser dito de Elder Scrolls Online, a forma que suas missões são construídas, com o jogador aprofundado ou não na narrativa, é excelente. Desde o início da campanha, que no meu caso foi pela expansão Greymor, eu não tive que passar pelos desafios de “matar 10 porcos” e objetivos do tipo. Os desenvolvedores souberam trabalhar de um jeito que isso não fosse necessário.

Um tutorial no começo e pronto, o mundo fica aberto para o jogador explorar, fazer missões principais ou apenas vagar. Conhecer todo o enorme mapa e suas diferentes regiões e completar missões secundárias ou os diversos outros objetivos que cada área possui.

Elder Scrolls Online - Neve

Foi surpreendente ver que algumas missões secundárias eram melhores que primárias, com puzzles mais inteligentes, combates mais difíceis e histórias melhores escritas. Dessa forma, eu não me sentia obrigado a sempre estar focado nas principais, eu podia refrescar um pouco com missões de exploração, escavação e etc. No fim, não importa o tempo que eu jogo de uma vez, eu não enjoo. 

As mecânicas de Elder Scrolls Onlines não devem em nada as de Skyrim, e  quando se misturam ao tradicional do MMO, se tornam ainda melhores. Podendo se jogar tanto em primeira quanto terceira pessoa, o combate funciona de uma maneira bem parecida e ágil. Até mesmo o como os equipamentos funcionam é parecido, ainda que temperados com elementos de jogos como World of Warcraft

O combate já costumeiro para os fãs da franquia, é carregado de habilidade especiais como no gênero online. Dessa forma, o batalhar em Elder Scrolls Online consegue ser empolgante, ágil e cheio de possibilidades. É até melhor que em Skyrim e dá ainda mais motivo para batalhar e pensar o que evoluir. 

O mais interessante é com o sistema de level funciona, ao invés de apenas, grindar até subir um nível e gastar pontos em habilidades e status, o MMO da Bethesda exige que o jogador use constantemente o que quer melhorar, tal qual os jogos single player da franquia. Então, se quer ter golpes mais fortes e mais habilidades com uma espada? use-as isso também serve para tipos de armadura, profissões, raça e classe. 

Dessa maneira, tudo nele é recompensador e na maior parte do tempo o jogador sente que está evoluindo. Construiu roupas? fez comida? lutou usando um cajado e usou magias de um grupo específico da classe? Tudo isso evolui partes do personagem e aos poucos permite o jogador de ter mais verbos em sua própria campanha.

Dessa forma, Elder Scrolls Online(ou como nós íntimos, chamamos ESO) se tornou meu jogo diário, ouvindo um podcast e me distraindo. Pois enquanto eu não consigo mais me esforçar o necessário para guardar todas as informações de sua narrativa simples mais nada noob friendly, eu me divirto com suas boas mecânicas e progressão excelente, pois as vezes é tudo o que precisamos, uma boa gameplay.

Elder Scrolls Online: Greymor está disponível para PC e MAC e será lançado dia 9 de Junho para Playstation 4 e Xbox One. O jogo não tem tradução para português. 

Está crítica foi escrita baseada em uma cópia do game cedida pela Bethesda ao Game Lodge