Crítica: Fuga: Melodies of Steel 2

Fuga: Melodies of Steel foi um dos jogos de 2021 que mais me surpreendeu. Sua simples apresentação, seu visual bem carismático, contrastando com a sua história, foram uma combinação que deu muito certo. É um daqueles jogos que facilmente são classificados como Hidden Gem, ainda que sua desenvolvedora, CyberConnect2, seja relativamente conhecida, porém não pelas suas IPs originais.

Para minha surpresa, novamente, o jogo alcançou um bom número de vendas, com a ajuda do Game Pass, teve não só uma, mas duas sequências anunciadas, ou planejadas, pois nunca sabemos o futuro, fechando assim uma trilogia na nova entrada da série Little Tail Bronx.

Fuga: Melodies of Steel 2 se passa um ano após o true ending do primeiro jogo, as crianças, que estavam vivendo em paz, se encontram de novo no campo de batalha, após Taranis, o tanque em que as crianças usaram no jogo anterior, acordar e raptar seus amigos.

Tematicamente maduro

Vingança, esse é o tema de Fuga: Melodies of Steel 2. Das crianças ao vilão, o sentimento de vingança percorre por todo o jogo. Até onde você vai para vingar aqueles que se foram? É um tema já utilizado a exaustão, mas funciona justamente pela abordagem mais simples, mas com camadas, que o game traz.

Novamente, os desenvolvedores fazem um ótimo trabalho para dar o contraste necessário ao jogo, afinal, jogamos com fofas criancinhas num campo de batalha, podendo morrer a qualquer hora. Obviamente não entrarei em territórios de spoilers, mas eu não esperava que o jogo fosse para alguns lugares, em especial em sua reta final.

Os eventos de afinidade continuam bem escritos, a grande diferença é sobre os assuntos conversados entre eles, agora que são personagens que já se conhecem há algum tempo.

Após os eventos finais, o jogo me deixou muito curioso pelo que vem por ai, ainda mais sendo o final de uma trilogia, e espero, que mesmo tendo sido lançado perto de um dos jogos mais esperados e bem avaliados do ano, que Fuga 2 não passe despercebido por muita gente, assim como foi o primeiro em seu período inicial de lançamento.

Familiar, porém melhor

Olhando de longe, o core do jogo é o mesmo do anterior. Tudo aqui funciona exatamente igual, utilizando-se das atualizações implementadas no primeiro jogo, Na verdade, para ser honesto, foi o jogo de 2021 quem recebeu as novidades do segundo título, já que a atualização 1.50 foi lançada no início do ano, praticamente o transformando em um novo jogo.

Colheita automática, modo turbo, UI melhorada, e até mesmo um retry mode para pegar o novo true ending, são algumas das novidades que estão presentes tanto no segundo, quanto no primeiro jogo após o último update. Fora isso, todo o jogo funciona exatamente igual ao primeiro.

Uma outra adição, agora apenas para o segundo título, foi o Judgment System, onde, com base em suas escolhas no jogo, você pode ganhar novas skills e, posteriormente, um epílogo baseado no seu nível de Empathy e Resolve. Além disso, uma nova personagem, Vanilla, se juntou ao bando. Essa personagem é de extrema importância para o rumo da história.

Mas de longe, a maior novidade foi o Mangarm, que permite dar um grande dano, deixando uma das crianças nocauteada e zerando o ganho de experiência da batalha onde foi utilizada, é uma ótima medida para se livrar de lutas mais difíceis ou aquelas que o RNG te sacaneou… não que tenha acontecido comigo, claro…

Outra coisa é a presença de Airship Services, que ajudam as crianças ao longo das fases. Entre os serviços, temos acesso as lojas, opções de bombardear grupos de inimigos, transporte, para caso você queira farmar experiência na área e reposição de suplimentos.

Falando sobre batalhas, vamos comentar sobre o combate, que como falei, é o mesmo. É um clássico combate em turnos, onde a grande gimmick é explorar as fraquezas dos inimigos, aplicando delays e destruindo eles. Uma das coisas que mais adoro no combate de Fuga é a sua curva de dificuldade que é muito bem ajustada, a não ser que você decida anular toda experiência ganha.

A parte interna do tanque também permanece a mesma, contando com a atualização que eu mencionei antes. No entanto, enquanto no primeiro jogo eu tive facilidade em obter materiais para dar upgrades no meu tanque, em Fuga 2 eu achei meio escasso, mesmo após explorar dungeons e pescar materiais, quase sempre senti que estava muito atrás do que o jogo procurava.

Visualmente e graficamente falando, o jogo continua praticamente o mesmo, apenas com alguns modelos novos aqui e ali, porém é visivelmente mais polido que o seu antecessor. 

Fuga: Melodies of Steel 2 apresenta uma história mais madura que seu antecessor, trazendo mais uma vez o horror da guerra. Mesmo que bem parecido com seu antecessor, o novo título traz qualidades de vida que se destacam consideravelmente.