Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Atestando o óbvio, Genesis Noir é lindo. Seja de se ver, com seu visual desenhado a mão, meticulosamente colorido nos detalhes amarelados, suas animações detalhadas, ou sua direção de arte que bebe de técnicas diversas cuidadosamente mescladas. Tudo é bem pensando para encaixar com uma história que busca utilizar de um triangulo amoroso de filme noir para explicar como a construção de uma sessão livre de Jazz e a criação do nosso universo tem tanto em comum.
Ele dura cerca de 4h, e está também disponível no Game Pass, o que o tornaria uma ótima opção para terminar em um fim, de semana. Afinal, é bonito, tem uma trilha sonora sensacional, e além de tudo, tá aí, prontinho para ser aproveitado. Entretanto, ele fica incrivelmente intragável a partir do momento que se propõe como um jogo.
A forma mais rasa, e errada de criticá-lo seria por ser um Walking Simulator. Você anda, observa umas coisas acontecerem e pronto, como um jogo ele é ruim. Porém, não é isso que acontece. Incontáveis Walking Simulators são bons jogos, tem boas narrativas, mesmo que escondidas, e são gostosos de jogar.
Já Genesis Noir tem quase tudo isso. Você anda, observa algumas coisas, acha que tá pensando um pouco nos puzzles até notar que o jogo te dá um total de zero opções para entender o que deveria ser entendido e começa a tentar qualquer coisa até dar certo. Sem entrar em Spoilers, um puzzle composto por girar seletores a fim de criar um mesmo padrão de onda na tela tem na sua apresentação informação de que é possível girar o seletor para esquerda ou direita, algo que também é indicado quando você olha para o seletor. Como montar o padrão correto? Nem perto… Ok, tudo bem novamente, pois tentativa e erro faz parte de uma investigação, seja para um assassinato, uma teoria da criação do universo ou uma nova linha de baixo.
Quatro horas de jogo passaram a parecer pelo menos dezesseis. Todo o interesse que eu tenho naturalmente por Noir, Ciência e Jazz, se esvaiu aos poucos. Imagine que a cada ação em algum jogo tivesse uma barra de loading, acompanhada da necessidade de uma movimentação com o mouse que parece ter saído de um experimento do início da vida do Wii. Eu cansei de clicar, e segurar o botão do mouse, ou fazer movimentos circulares para girar galáxias mais rápido, de forma até exaustiva.
Talvez no controle a maioria dos movimentos seja mais generoso, mas creio que a lentidão ainda permanecerá como um contraponto. Genesis Noir é um jogo que teria TUDO para me agradar dentro do seu escopo, porém se tornou extremamente frustrante a medida que o final catártico só me proporcionou raiva pelo tempo perdido, e alívio por não ter sido tanto tempo assim quanto eu havia sentido ser.
Tudo por conta dos seus problemas enquanto jogo. Em um espectro de proximidade, tudo o que ele faz de errado, os point n’clicks da LucasArts já haviam consertado 25 anos atrás, o que torna ainda mais intragável.
Mas ele é lindo, isso ele é mesmo.
Genesis Noir
Fellow Traveller
Feral Cat Den
PC, Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch