Crítica: Genesis Noir – Nem toda arte é jogo

Por Gabba Fernandes

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Atestando o óbvio, Genesis Noir é lindo. Seja de se ver, com seu visual desenhado a mão, meticulosamente colorido nos detalhes amarelados, suas animações detalhadas, ou sua direção de arte que bebe de técnicas diversas cuidadosamente mescladas. Tudo é bem pensando para encaixar com uma história que busca utilizar de um triangulo amoroso de filme noir para explicar como a construção de uma sessão livre de Jazz e a criação do nosso universo tem tanto em comum.

galáxia em genesis noir

Ele dura cerca de 4h, e está também disponível no Game Pass, o que o tornaria uma ótima opção para terminar em um fim, de semana. Afinal, é bonito, tem uma trilha sonora sensacional, e além de tudo, tá aí, prontinho para ser aproveitado. Entretanto, ele fica incrivelmente intragável a partir do momento que se propõe como um jogo.

A forma mais rasa, e errada de criticá-lo seria por ser um Walking Simulator. Você anda, observa umas coisas acontecerem e pronto, como um jogo ele é ruim. Porém, não é isso que acontece. Incontáveis Walking Simulators são bons jogos, tem boas narrativas, mesmo que escondidas, e são gostosos de jogar.

Genesis Noir tem quase tudo isso. Você anda, observa algumas coisas, acha que tá pensando um pouco nos puzzles até notar que o jogo te dá um total de zero opções para entender o que deveria ser entendido e começa a tentar qualquer coisa até dar certo. Sem entrar em Spoilers, um puzzle composto por girar seletores a fim de criar um mesmo padrão de onda na tela tem na sua apresentação informação de que é possível girar o seletor para esquerda ou direita, algo que também é indicado quando você olha para o seletor. Como montar o padrão correto? Nem perto… Ok, tudo bem novamente, pois tentativa e erro faz parte de uma investigação, seja para um assassinato, uma teoria da criação do universo ou uma nova linha de baixo.

personagem principal genesis noir

Quatro horas de jogo passaram a parecer pelo menos dezesseis. Todo o interesse que eu tenho naturalmente por Noir, Ciência e Jazz, se esvaiu aos poucos. Imagine que a cada ação em algum jogo tivesse uma barra de loading, acompanhada da necessidade de uma movimentação com o mouse que parece ter saído de um experimento do início da vida do Wii. Eu cansei de clicar, e segurar o botão do mouse, ou fazer movimentos circulares para girar galáxias mais rápido, de forma até exaustiva.

Talvez no controle a maioria dos movimentos seja mais generoso, mas creio que a lentidão ainda permanecerá como um contraponto. Genesis Noir é um jogo que teria TUDO para me agradar dentro do seu escopo, porém se tornou extremamente frustrante a medida que o final catártico só me proporcionou raiva pelo tempo perdido, e alívio por não ter sido tanto tempo assim quanto eu havia sentido ser.

Tudo por conta dos seus problemas enquanto jogo. Em um espectro de proximidade, tudo o que ele faz de errado, os point n’clicks da LucasArts já haviam consertado 25 anos atrás, o que torna ainda mais intragável.

Mas ele é lindo, isso ele é mesmo.

Nome do jogo:

Genesis Noir

Publisher:

Fellow Traveller

Desenvolvedora:

Feral Cat Den

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch