Crítica: GrimGrimoire OnceMore é surpreendentemente cativante

Escrito por Jean Kei
Crítica

GrimGrimoire é um jogo de estratégia em tempo real originalmente de Playstation 2 desenvolvido pela Vanillaware. O jogo recebeu para consoles atuais uma versão remasterizada e aproveitei para conhecer o título pela primeira vez, já que gosto de quase tudo da Vanillaware.

E devo dizer que me sai surpreendido positivamente. Entrei sem saber quase nada do jogo e saí cativado pela direção de arte linda, gameplay simples de entender mas com complexidades que fazem  domínio ser um pouco complicado e história que tem uma fórmula simples mas é escrita de maneira charmosa e engajante.

Então, qual é premissa desse jogo?

Neste jogo conhecemos Lilet, uma aprendiz de mago que vai estudar numa escola de magia peculiar, a Silver Star Tower. O que essa escola tem de peculiar? Antes de ser uma escola, esta torre pertencia a um famoso mago maligno. Apesar de um ambiente acadêmico, o local ainda possui áreas inexploradas, armadilhas e monstros de seu antigo dono rondando por ai. De fato, uma das primeiras coisas que avisam para Lilet em seu para ela em hipótese alguma andar pela torre a noite.

O jogo é bem direto ao ponto, a narrativa começa um tanto rápida tanto para lhe apresentar as mecânicas principais do jogo quanto para toda sua premissa. Em pouco tempo, um grande incidente acontece que compromete toda a escola e seus alunos e Lilet se vê acordando em seu primeiro dia de aula, percebendo que está experenciando um dia da marmota.

A partir dai, a narrativa vira um mistério para entender o que e porque aconteceu. A narrativa acaba funcionando e engajando pelo carisma imediato que os personagens passam, não apenas pela escrita, mas também pelo design deles.

Design inclusive, muito estiloso

Como todo jogo da VanillawareGrimGrimoire é lindo. Além do design de personagens, monstros e cenários chamativos, ele é uma das artes 2D mais bonitas em um videogame. A sensação que a arte GrimGrimoire passa é a de se estar interagindo com um livro ilustrado. Inclusive, o jogo é tão seguro de direção artística que as maiores recompensas por terminar segmentos do jogo são ilustrações diferentes dele. E funciona bem, as ilustrações são muito boas num geral e parte da minha motivação de continuar era encontrar mais.

Ok, mas como se joga isso?

Como falei no começo, o jogo é de estratégia em tempo real. Aqui temos um cenário 2D onde você não tem controle direto de Lilet, mas sim controle das criaturas que ela poderá invocar com seus vários Grimórios.  O cenário é 2D e bastante vertical, onde você mandará certos tipos de criaturas coletarem recursos para lhe dar mana, e assim invocar outras criaturas com habilidades distintas.

Normalmente, a condição de vitória é destruir todos os círculos de invocação do inimigo enquanto defende os seus. 

Como as coisas funcionam é bem simples de entender, e o jogo é bem direto em suas explicações. O que pega é que, de fato todas as criaturas que você invoca são única e bem definidas em seus pontos fortes e fracos, se você acabar se afobando, colocando unidades para enfrentar o tipo de desafio errado sem ter nada para contra-atacar, possivelmente sofrerá uma morte muito rápida.

Dificuldade maleável

O jogo tem modos de dificuldade e habilidades exclusivas para cada dificuldade como uma forma de balanço. Joguei o jogo na dificuldade padrão tendo problemas em certo trechos, mas com um pouco de insistência acabei passando. Testei no modo fácil e o jogo de fato fica bem menos punitivo, ainda que te exija compreensão real de suas mecânicas para seguir em frente. Caso você seja bom em jogos de estratégias, a dificuldade hard não é incentivada apenas por proporcionar mais situações intensas, mas também por conter habilidades e magias exclusivas.

Ao mesmo tempo que poucas coisas são mais legais do que invocar um dragão e dizimar seus inimigos, poucas coisas são mais frustrantes do que invocar um dragão na hora errada, mandar pro lugar errado e ele simplesmente morrer rápido.

Sabendo ler bem o inimigo, você atropela ele muito facilmente e de forma gostosa, porém, saiba administrar suas defesas para você não ser o atropelado

Exigente porém flexível.

Um dos pontos que mais me pegaram na jogabilidade de GrimGrimoire é como ele usa sua arvore de habilidades. Aqui temos uma arvore para cada grimório, podendo melhoras suas unidades invocadas, dar a eles magias que contornam suas fraquezas ou realçar suas forças. O que me chamou atenção foi a sua capacidade de pedir reembolso de todas as habilidades, permitindo você desde o começo a testar coisas novas sem muito medo de errar. Outro ponto positivo da natureza de reembolso do jogo, é permitir desafios mais específicos, pois você jamais estará numa “build inviável”.

Enfim, GrimGrimoire OnceMore é um jogo gostoso

Se você gosta de jogos de estratégia e gosta do estilo da Vanillaware, não tem muito o que errar aqui. É um jogo com uma estrutura interessante, tem uma narrativa divertida de acompanhar e uma jogabilidade que se diferencia bem da maioria dos RTS, por ser pensado primariamente para consoles. O único defeito digno de nota é que, as vezes o jogo pode soar um pouco repetitivo. Em seu primeiro terço, onde ele ainda está te ensinando passo a passo do jogo é onde ele pode ser mais lento e repetitivo, pois as batalhas são longas e pela simplicidade inicial, não terá muita variedade no que fazer.

Nome do jogo:

GrimGrimoire OnceMore

Publisher:

NIS America

Desenvolvedora:

Vanillaware

Plataformas Disponívies:

Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge