Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
A série Gundam foi lançada nos anos 80, muito antes de eu ter nascido. Mas se há uma coisa que eu sei é que existe uma comunidade ativa de pessoas que postam suas mais recentes criações no Twitter ou em outras redes sociais. E com o lançamento de Gundam Breaker 4, a Bandai Namco está tentando estender isso para o mundo digital, permitindo que até mesmo aqueles que não possuem a capacidade de montar seu próprio Gundam possam personalizar seus próprios robôs e compartilharem suas criações ao mundo afora.
Apesar do jogo se chamar Gundam Breaker 4, o algarismo 4 no nome se refere ao fato de que o simulador se chama: Gundam Battle Blaze: Beyond Borders, com quatro palavras que começam com B. No começo, um narrador explica que isso marca um grande desenvolvimento do simulador Gundam, onde tecnologias permitem que pessoas possam acessar suas bases de maneira remota, sem a necessidade de ir ao arcade pessoalmente.
Nessa história, você joga seu próprio avatar, que não pode ser personalizado fora o Gundam que ele utiliza, e ele não possui gênero ou voz definidos. Logo após seu primeiro login, você se depara com Tao, um iniciante que está animado em descobrir as novas coisas do simulador, e Lim, uma garota determinada a superar até mesmo Meister Jin, o atual melhor jogador deste beta.
Há vários tipos de missões que você pode jogar no Gundam Breaker 4. Primeiro, você tem as missões de história, que podem ser realizadas off-line ou on-line, pois são principalmente para um jogador e utilizam personagens controlados por IA. O Modo História é bastante curto. Na real, o Modo História, até onde pude ver, nada mais é que um tutorial gigantesco, pois ele é necessário para que você desbloqueie a maioria, se não todas as coisas do Gundam Breaker 4.
Além desse modo, você tem as missões Quest e Bounty Hunter, e elas são todas parecidas. Em Bounty Hunter, você seleciona quais oponentes deseja lutar contra, e depois recebe recompensas de acordo com a dificuldade deles. Enquanto nas Quests, você pode jogar por várias fases do Modo História para obter mais partes de Gundam.
Também existe um modo online, e felizmente, a conexão on-line não é estritamente necessária para jogar o jogo. A única coisa que exigirá uma conexão é se você quiser jogar com seus amigos ou se quiser fazer determinadas missões junto com eles. Você também pode adicionar seus amigos para uma espécie de Clã, que é tipo uma guild. O online me lembra muito Monster Hunter, onde você só joga missões junto com pessoas online.
No começo, Gundam Breaker 4 praticamente te força a misturar partes, criando assim um verdadeiro Frankenstein. E sim, eu vi ALGUMAS pessoas criarem algumas combinações realmente interessantes nos testes feitos anteriormente, e o jogo inclusive te deixa pintar essas partes com a cor que você quiser. Desde as várias peças que compõem o robô em si, você também pode utilizar uma série de armamentos diferentes, desde chicotes a espadas de mão dupla.
Porém, devo dizer que a interface de personalização é bem ruinzinha. Você tem vários menus que simplesmente entulham a tela, e toda santa vez que você abre um menu novo, o jogo te força a ler um tutorial que nada mais é você apertando “próximo, próximo, próximo”. O tutorial do Diorama por exemplo, foi um dos piores tutoriais que eu já vi, pois ele não te deixa brincar com nenhuma opção até que você conclua ele, e não há como dar skip nisso. Nossa, como isso foi chato.
Uma pena, considerando que o principal apelo do Gundam Breaker 4 é basicamente “personalização” acima de tudo. Há mais de 250 kits de Gundam para escolher, e esse modo Diorama permite que você pose eles para tirar fotos e postar nas redes sociais. Você também pode ver as builds de outras pessoas pela Galeria, e segundo a Bandai, teremos muito mais kits vindo em updates futuras. Existem também as skills que você pode equipar caso você tenha uma peça específica, mas tais skills não parecem dar tanto dano assim. Talvez a única skill útil que percebi foi a que recupera seu HP, e só.
Sinceramente, não achei nenhum incentivo para continuar jogando as missões, a não ser, talvez, aumentar meu Ranque de Construtor e pegar novas partes para criar novos Gundam. Essas missões não passam de um “maceta o botão repetidamente até você completar”, levando dez minutos, ou as vezes até vinte minutos. E elas são todas iguais. Você derrota os inimigos, e vai pra próxima área.
A maioria dos troféus no PlayStation são muito fácil de obter, com a maioria dos que eu ganhei sendo apenas “complete uma missão com essa arma”, ou “complete o capítulo 2 da Main Story”. Até onde pude perceber, existem só alguns troféus que necessitam do Online, mas não são muitos, considerando que mesmo sem me conectar, já consegui uma boa parte deles.
Gundam Breaker 4 é certamente… um jogo interessante. A única coisa que ele tem a seu favor é o aspecto de personalização para que você tire fotos e compartilhe com outras pessoas. Mas se você não gosta da experiência fora do Diorama e talvez as missões que serão adicionadas em patches futuras para a Season Pass, acho difícil muito que seja um jogo à recomendar pra qualquer um.
Não me leve a mal. Eu reconheço que esse jogo pode ser bom para os fãs da série Gundam. Porém, para mim, ele é meio sem graça e não consigo me ver jogando por mais de 20 minutos de cada vez, e honestamente arrisco até dizer que daqui a dois meses, a maioria gritante dos jogadores provavelmente irá esquecer sobre a existência dele.
Gundam Breaker 4
Bandai Namco Entertainment
Crafts & Meister
PC, Playstation 5, Xbox Series S|X