Crítica: Gungrave G.O.R.E seria um ótimo jogo em 2006

Gungrave é uma série que tinha muita minha atenção no comecinho da minha adolescência. Toda a estética “massa véi” e a ideia de um jogo de ação focado em armas de fogo me interessava muito. Eram jogos rápidos, não muito complexos e que dava uma boa diversão descompromissada.

A série ficou parada até 2017 com um jogo VR, e agora em 2022 ela voltou de vez com Gungrave G.O.R.E, que é uma continuação direta do Gungrave Overdose, o segundo jogo da franquia.

Aliás, tão direta que a sensação que tive é que ele é um jogo lançado pouco tempo depois do segundo.

Em pouco mais de 15 anos, muita coisa mudou nos videogames. A forma com que se encara level design, controles, e diversas abordagens mecânicas mudou muito.

Então é bem fácil de se estranhar quando se começa Gungrave G.O.R.E e se depara com um jogo com um sistema de mira diferente do acostumado, com uma lógica de defesa e esquiva diferente da maioria dos tiros em terceira pessoa e com movimentação menos realista. O que, veja bem, não é ruim. Gungrave é um jogo que te da muita diversão se você se permitir.

Aqui você tem balas infinitas, parry em míssil, empurrar pessoas com seu caixão e diversos ataques especiais. Muitos inimigos que aguentam muitos tiros e que te obrigam a se posicionar e ficar se movimentando constantemente também é comum. E claro, esse jogo possui chefes que exigem estratégias específicas, e a maioria deles é divertida de se enfrentar.

Mas mesmo divertido, ele ainda é um jogo cansativo

Infelizmente mesmo com essas diversas mecânicas, o jogo não se aprofunda muito em nada e jogar muito tempo pode acabar fazendo a experiência ser maçante. Os cenários e level design também é pouco inspirado e não te instiga a ir muito além. O jogo também tem diversos problemas de câmera que causam pequenas irritações ao longo da experiência.

Enfim, Gungrave G.O.R.E é cheio de falhas, mas por trás delas tem um jogo divertido.

Gungrave G.O.R.E claramente é um jogo de baixo orçamento, com uma filosofia de videogames da década retrasada, as vezes bem repetitivo e sempre esquisito. É um jogo falho, mas por trás das falhas há algo genuinamente charmoso, e se você apreciar esse charme, provavelmente vai acabar se divertindo.

E o jogo ta disponível no Game Pass, então não custa tentar, né?