Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Apesar de não ser fã de Dungeon Crawler, Labyrinth of Galleria: The Moon Society me chamou a atenção por dois motivos: a sua arte, que achei bem bonita, e o quão a sua história era bem elogiada pelas 5 pessoas que jogaram em Japonês. Essas foram as duas razões que me fizeram querer jogar algo cujo gênero não sou fã. E talvez eu tenha subestimado Galleria e os dungeon crawlers.
Eu não sou averso a jogos enormes, afinal tenho Trails como minha série favorita, mas dungeon crawlers num geral, tendem a ser longos e feitos para aquelas pessoas que realmente respiram cada segundo e número desses jogos, e Galleria, definitivamente, não é para iniciantes. E se você conhece a Nippon Ichi Software, sabe que ela adora números inflados, como acontece em Disgaea, e isso me deixa exausto.
Porém, se tem uma coisa que eu amo em videogames, são as suas histórias. Para mim, a história é o que carrega essa mídia, e por isso, mesmo ainda sem saber como termina, posso afirmar que Galleria possui um dos enredos mais interessantes que eu presenciei nos últimos anos e é por esse motivo que irei até o final.
A história de Labyrinth of Galleria: The Moon Society já começa no mínimo curiosa, ela segue Eureka de Soleil, uma jovem que chega na mansão de Galleria para realizar um trabalho de catar margaridas. Eureka logo se depara com uma bruxa e se vê em uma missão de coletar misteriosos objetos chamados de Curios para o conde que reside na mansão. Para isso, Eureka conta com a ajuda do espírito andarilho Lanterne de Fantasmagorie, ou Fantie, que é o personagem que controlamos.
A narrativa da história é contada em formato de visual novel, o que é um grande ponto positivo para mim, pois destaca a arte do jogo, em especial as caretas que os personagens fazem. O único porém, é que você não consegue salvar no meio delas, tendo que assistir até o final e meu amigo, como algumas cenas desse jogo são longas. E se você vive no Brasil, sabe como as quedas de luz são constantes aqui… não que isso tenha acontecido comigo… três vezes… enquanto jogava… haha.
Logo você percebe que tem algo de estranho na história, as coisas acontecem e claramente há mais do que o jogo te mostra e a todo momento isso te deixa tanto desconfortável quanto intrigado para o que está por vir, e lhe garanto que vai valer a pena, pois a transição para as partes posteriores do jogo é impressionante.
É muito difícil explicar por que a história de Galleria vale a pena sem estragar toda a experiência além de um simples SÓ VAI. Aproveite as mais de 90 horas que o jogo lhe oferece e embarque nessa jornada. Vale também comentar que, mesmo com essa arte bonitinha, o jogo é bem mais pesado do que se demonstra ser, mas também há ótimos momentos bem humorados.
Enquanto nas dungeons você controla Fantie, no combate você joga com os Puppets, bonecos de diferentes classes que você pode criar. Aqui é onde o gameplay do jogo brilha e onde os fanáticos por esses tipos de jogos se esbaldam. É tanto tipo de customização disponível que é muito fácil se perder no meio de tantas opções e números.
O jogo, no entanto, na medida que vai avançando e chegando aos finalmentes, fica bem complicado para aqueles que jogam casualmente, ou que não são acostumados com o gênero, como o meu caso, ou que querem apenas curtir a história, podem ficar desmotivadas a continuar ou quem sabe criar uma nova paixão.
O combate em si é um combate em turnos padrão, mas o que importa no final são as habilidades e equipamentos que os puppets possuem. Novamente, é muita coisa, e bem mais profundo do que parece. Quanto menos você perceber estará gridando, chegando no level 99 e transferindo almas, resetando os levels, para deixar os puppets ainda mais fortes, e provavelmente é aqui que irá separar os casuais dos jogadores hardcores do gênero, o game aumenta consideravelmente a dificuldade.
Gosto bastante de como as dungeons possuem design e gimmicks bem intuitivas, é muito difícil se perder, ainda mais após liberar novas habilidades com o Fantie. Gosto muito da ideia das dungeons do Apartamento e Cartiervita, onde com apenas um simples design, as elas ficam divertidas de se jogar.
Além da arte e história, um outro ponto cativante do jogo é a sua trilha sonora. Não sou conhecedor de nenhuma trilha dos jogos da NIS, para ser sincero, Galleria é o primeiro jogo da empresa que jogo, mas Tenpei Sato certamente entrou no meu radar. Não teve uma música no jogo até o momento em que eu não me peguei me mexendo no ritmo. Fica o destaque para Coven Club, que é a música tema do Apartamento. Para os fãs de NieR: Automata, temos Emi Evans cantando o tema de encerramento.
Labyrinth of Galleria: The Moon Society é um dos jogos mais impressionantes dos últimos anos, sua história é emocionante, divertida e pesada. Um deleite para fãs de histórias e para fãs de dungeon crawlers.
Labyrinth of Galleria: The Moon Society
NIS America
Nippon Ichi Software
PC, Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch