Crítica: Loop8: Summer of Gods – Verão único, porém ordinário

Escrito por Colaborador
Crítica

Loop8: Summer of Gods é o novo lançamento da Marvelous Inc. desenvolvido pela Sieg Games e publicado aqui pela XSEED Games, o jogo é um híbrido entre RPG e simulador de encontros no qual conta com Yuuri Shibamura, o criador do clássico que nunca veio para cá, Gunparade March, além de ser o escritor da famosa série Touken Ranbu.

Review escrita por EmpHighwind

O mundo de Loop8 é devastado por uma calamidade chamada Kegai, o protagonista, Nini, é o único sobrevivente da destruição de uma estação espacial chamada “Hope” e vai passar o verão na vila rural de Ashihara Nakatsu, um dos poucos lugares protegido da ameaça dos Kegais, porém em poucos dias os Kegai começam a atravessar a barreira.

Esta premissa é bem exagerada para o jogo, mas devido a temática de mitos japoneses, ela começa a fazer sentido como uma releitura da história de Ninigi no Mikoto e o jogo não é sutil quanto a isso como por exemplo alguns personagens comentarem de lembrar de suas vidas passadas e Ashihara no Nakatsu Kuni ser o nome do mundo dos humanos.

Estruturalmente o jogo segue o calendário do mês de agosto, quando os Kegai atravessam a barreira e um contador de dias para o fim do mundo começa, caso o mundo seja destruído, acontecerá automaticamente um loop de volta para o começo do mês. Cada Kegai precisa de um hospedeiro e é necessário encontrar o hospedeiro para poder acessar a borda entre o mundo dos mortos, Yomotsu Hirasaka, e poder enfrentá-lo, quando derrotado já começa o contador para o próximo. A ordem dos Kegai pode mudar com exceção do chefe final, mas infelizmente sempre serão os mesmos hospedeiros.

Como um simulador de encontros, o jogador passa a maior parte do tempo aumentando atributos, interagindo com personagens e se locomovendo, ações que consomem tempo dentro do jogo, e diferente de RPGs ortodoxos, não tem nível ou experiência ganha em batalha.

O maior destaque do jogo é a maneira como o jogador e os personagens interagem entre si, tendo três atributos importantes: amizade, afeição e ódio na qual cada personagem tem um com o outro, definindo suas relações.

Quando o jogador interage com outro personagem, ou ocorre a mecânica de sugestões em que são as opções do que se pode fazer, podendo falhar, estas ações têm custo energia e vigor, mas nem todas gastam tempo, e quanto maior a amizade, mais opções liberam, pode ser repetido várias vezes no mesmo dia e gradativamente vai diminuindo as chances de sucesso das sugestões ou ocorre um evento que passa a impressão de aleatoriedade, em especial tem uma personagem especifica que com uma afeição alta com o protagonista tem uma chance de poder causar um game over do nada ao interagir com ela.

Mas o mais interessante destas é a inteligência artificial dos personagens, com base no sistema utilizado em Gunparade March, os outros personagens também andam por aí e interagem entre si, não só isso como eles ainda podem interromper o jogador ou cortar as conversas com outros personagens.

Além disso, o jogador pode usar sua visão demoníaca para ver o humor dos outros personagens e o que eles estão fazendo, o humor dos personagens não só afetam as chances das sugestões daquele personagem com o jogador como a atmosfera da área influenciando todos naquela área.

As expedições ao Yomotsu Hirasaka são simples, você pode levar dois personagens juntos, tem um portões que levam para o chefe na qual é necessário de magatamas para abrir, estas são obtidas através de testes dentro do Yomotsu Hirasaka que podem ser uma verificação de atributo ou um combate.

O combate é por turnos e o jogador não controla as ações dos outros personagens, as ações de combate gastam energia e os ataques devem ser escolhido junto de um dos três atributos de relações, no qual o dano é influenciado ao do hospedeiro possuído pelo Kegai. Por exemplo, usar ódio em ataques deixam os inimigos mais fortes e habilidades de suporte também não podem ser usadas em aliados com bastante ódio. Vale salientar que o jogo possui morte permanente quando o vigor chega em zero para os aliados no combate, assim como os hospedeiros também podem morrer caso negligenciados.

Quando o protagonista morre em combate, o mundo é destruído e automaticamente começa o loop, também é possível fazer o loop obtendo algum dos múltiplos finais ou falando com uma personagem específica. No loop, os atributos voltam para os valores iniciais porém o ganho deles é aumentado para chegar mais rápido aos valores anteriores.

Porém o jogo tem upgrades colecionáveis que persistem os loops através da forma de bênçãos, nas quais são obtidas interagindo com objetos ou vendo eventos, sempre com a animação de um esquilo voador vindo dar as bênçãos que podem tirar a imersão, este sistema também facilita até demais o gerenciamento de tempo dos loops subsequentes.

A duração de um loop pode durar entre 8 a 15 horas, incentivando a rejogabilidade, apesar disso a magia do jogo se perde quanto mais loops fazer, pois a facilidade de maximizar os atributos faz com que você acabe vendo os mesmos eventos, além de ser sempre os mesmos hospedeiros.

A trilha sonora é composta por Noriyuki Iwadare (das séries Lunar e Grandia) e as músicas associadas com a atmosfera das áreas poderiam ser transicionadas melhor quando muda subitamente ao entrar ou sair um personagem daquele local. Visualmente, as paisagens são bonitas e capturam bem o sentimento de uma vila rural japonesa, apesar dos modelos 3D não combinarem com ela e algumas animações estarem estranhas.

Enfim, Loop8: The Summer of Gods é uma experiência única, pelo fato de Gunparade March, um jogo com as mesmas ideias de sistemas, não ter vindo pra cá. Infelizmente Loop8 é muito curto, mesmo que ele seja assim para incentivar a rejogabilidade, a magia se perde por causa dela. O jogo será lançado dia 6 de Junho para as plataformas Playstation 4, Nintendo Switch, Xbox One e Steam.

Nome do jogo:

Loop8: Summer of Gods

Publisher:

Marvelous Inc., XSEED Games

Desenvolvedora:

Sieg Games

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Nintendo Switch

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge