Crítica: Master Detective Archives: Rain Code Plus – Danganronpa, só que não

Por Angelus Victor

Nota: 8

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Master Detective Archives: Rain Code foi lançado apenas para o Nintendo Switch em 2023. Desde que o Kotaro Uchikoshi e o Kazutaka Kodaka saíram da Spike Chunsoft para formar seu próprio estúdio de jogos, a Tookyo Games, parece que eles prometeram bastante para os fãs, anunciando uma série de projetos, com esse sendo um deles. E haviam várias informações que sugeriam que nunca viríamos o jogo fora do console da Nintendo, mas não levou nem um ano e aqui estamos com Master Detective Archives: Rain Code Plus, uma versão “definitiva” do jogo, só que lançado para múltiplas plataformas.

Yuma Kokohead, o detetive com amnésia

A história de Master Detective Archives: Rain Code Plus começa com Yuma Kokohead, um jovem detetive que acorda em uma estação de trem, só que sem nenhuma memória sobre seu passado. A única coisa que ele possui é um bilhete para o Amaterasu Express e uma carta indicando que ele foi despachado para o Kanai Ward, um local onde há muitos mistérios que ninguém jamais conseguiu resolver. E como um detetive da World Detective Organization, ele deve ajudar a resolvê-los.

Após embarcar no Amaterasu Express, Yuma se encontra com outros Master Detectives, que o suspeitam de ser um impostor. Afinal, a carta mencionou que apenas cinco detetives estariam abordo, mas aqui estamos com seis? Logo após isso, Yuma começa a ouvir vozes em sua cabeça, e se depara com Shinigami, uma deusa da morte, onde segundo ela, que diz que Yuma assinou um contrato com ela em troca de suas memórias.

Não leva muito tempo até que ele acorda com o trem em chamas, e descobre que todos os Master Detectives foram assassinados. E então, começa o caso do “Massacre ao Expresso Amaterasu”, onde Yuma deve descobrir o que aconteceu enquanto ele estava desacordado para provar sua inocência. O que é uma tarefa mais fácil dizer do que fazer, considerando sua situação.

Talvez a coisa mais interessante é como essa parte da história se chama “Capítulo 0”, e o objetivo dela é simplesmente um tutorial gigante, te explicando sobre cada aspecto da gameplay do Rain Code antes mesmo de até começar a história. Inclusive, o jogo tem uma cena em que você seleciona a dificuldade…só que não. E mesmo assim, ela faz uma conexão tão boa com a história que eu me pergunto do por quê que não há um demo com esse capítulo.

Investigando o caso

Durante as investigações, Yuma irá fazer algo digno de um detetive: Investigar! Isso requer desde a examinar o corpo da vítima, como os arredores para saber o que realmente aconteceu. Tais dicas são então salvas pela Shinigami, que irá “cuspi-lás” em formato de Solution Keys (Chaves de Solução em tradução livre). São essas chaves que o jogador irá utilizar dentro de um espaço chamado Mystery Labyrinth (Labirinto Misterioso em tradução livre).

Dentro desse Mystery Labyrinth, você será questionado sobre vários aspectos do caso, tais como “Qual foi o motivo dessa morte?” ou “Quem que estava nesse local?”. Você também irá se deparar com os Phantoms, cujo objetivo é prevenir você de chegar até o final do labirinto e descobrir a verdade do caso. E então começa o Reasoning Death Match, onde o Phantom irá atirar uma série de frases, e você precisa cortar a que está errada utilizando uma Solution Key. Além disso, temos o Shinigami Puzzle, que é uma espécie de “pula pirata”, onde você deve completar a palavra que falta na frase.

Danganronpa, é você?

OK, imediatamente consigo ver uma chuva de elementos similares a Danganronpa. As Solution Keys são iguais aos Truth Bullets, o Reasoning Death Match é parecido com o Non-Stop Debate, só que com um twist de ação. Porém, isso não significa que Rain Code não consegue ser original, pois ele introduz diversos elementos originais, como vários Quick Time events para Yuma se esquivar de armadilhas.

Levou muito tempo até eu descobrir que palavra ele estava me pedindo.

No final de cada capítulo, o jogo dá uma nota entre C até SS, determinado de quanto tempo você demorou para resolver o puzzle, e se você precisou utilizar muitas dicas ou não. Pessoalmente, teve vários puzzles que foram bem puxados, mas dentre eles, o mais difícil foi o Shinigami Puzzle. Você pode arrastar as Solution Keys para a Shinigami engolir e te dar uma dica, mas mesmo assim, teve muitas vezes que eu não consegui pensar em qual palavra o jogo estava me pedindo. E dos puzzles do jogo, é o único que possui um tempo limite para ser resolvido.

Leve falta de otimização no PS5

No PS5, Master Detective Archives: Rain Code possui telas de loading que levam muito pouco tempo. Existem dois modos de gráfico: Performance, em que o jogo prioriza manter uma taxa de quadros alta, e Quality, que prioriza resolução. Durante todo meu jogo, eu utilizei o modo Performance.

Só que isso me fez notar uma coisa esquisita. É bem aparente que a Spike Chunsoft não fez muita otimização pro jogo. As vezes, me parece que eles mudaram quase nada do Nintendo Switch, e por isso, consigo ver alguns momentos em que texturas as vezes possuem um leve artefato estranho, e em certas cenas em alguns capítulos, há até um gargalo na performance que honestamente não é de se esperar de um jogo assim. Talvez isso seja corrigido numa day one patch. Quem sabe.

Mais jogabilidade com troféus e DLC

Originalmente, Master Detective Archives: Rain Code tinha um pacote de DLC que consistia de 5 side stories, custando 20 doletas na época, isso em cima do lançamento. Nesta versão, toda a DLC da versão de Nintendo Switch está incluído sem custo adicional. Isso é bem legal, pois significa que há muito mais para ler. É recomendado porém que você jogue essas side stories após concluir a história principal, e tem um motivo pra isso do qual não posso falar para evitar spoilers.

Cada episódio leva no máximo 20 minutos para ser concluído, e honestamente, fora dois episódios bem específicos, eu achei a DLC bem…curta, especialmente considerando o preço que cobraram por ela no Nintendo Switch. Dessas histórias, eu só gostei de duas: Halara e Yakou. Elas parecem que foram as mais combinaram bem com a vibe do jogo. As outras histórias foram honestamente bem tediantes.

Além disso, o Nintendo Switch não tinha um sistema de troféus, mas o PS5 definitivamente tem! A maioria dos troféus podem ser obtidos facilmente apenas jogando pela história principal. Os mais difíceis ou chatinhos de obter seriam provavelmente ganhar o Rank SS em todos os capítulos, pois tem muuuitas pegadinhas que o jogo te lança. A sorte é que, depois de completar o jogo, você ganha a opção de rejogar os capítulos a partir do Mystery Labyrinth, e você pode avançar e pular as cutscenes segurando R1.

Além disso, existe um bug nas skills de Vitality se você pegar elas enquanto está dentro do Mystery Labyrinth, o que significa que se você quiser a platina do jogo, sua única chance é jogar o capítulo desde o começo ou tentar passar pelo Mystery Labyrinth e desequipar as skills de Vitality. E esse fast-forward é beeeem lento, e não é um toggle, ou seja, seu dedo tem que ficar no R1 quase que toda hora.

Não há desculpas para você não jogar esse jogo agora

Master Detective Archives: Rain Code Plus é justamente o que fãs de Danganronpa estavam esperando há anos. O jogo pega elementos que parecem familiar à quem já é fã da franquia, mas ainda assim, adiciona muitos elementos originais. Ele não é perfeito, é claro, especialmente com seus gargalos de performance e alguns bugs que provavelmente são fruto de uma falta de otimização.

Porém, os personagens expressivos e o diálogo são cômicos e incríveis, e eu diria que a melhor parte é que agora o jogo está disponível em múltiplas plataformas, ou seja, não há mais desculpas para você não jogar esse jogo, na minha opinião.

Nome do jogo:

Master Detective Archives: Rain Code Plus

Publisher:

Spike Chunsoft Inc.

Desenvolvedora:

Tookyo Games, Spike Chunsoft

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 5, Nintendo Switch

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