Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Monster Hunter Stories é originalmente um jogo de Nintendo 3DS, que já recebeu uma versão para dispositivos mobiles e que agora em 2024 recebeu uma remasterização para plataformas modernas. Prometendo apresentar Monster Hunter para um novo público e por uma nova perspectiva, o jogo é um clássico que foi bem recebido na época pelos fãs e que alguns anos atrás recebeu uma continuação.
Será que a Capcom conseguiu fazer bem com essa remasterização e torná-la a versão definitiva do jogo? Vamos embarcar nessa crítica para descobrir.
Em Monster Hunter Stories somos apresentados aos Montadores, que diferente dos Caçadores tradicionais que conhecemos ao longo da franquia, não caçam os monstros mas sim buscam criar laços e parceria com os monstros que encontram.
Seu personagem vem da vila dos Montadores, Hakum. Pouco antes de fazerem o Rito de Afinidade para se tornarem oficialmente Montadores, você, Cheval e Lilia partem para a floresta escondidos em busca de um ovo de monstro, para brincam de fazer o ritual por si mesmo.
Só que durante o processo o ovo realmente choca e nasce um Rathalos dele, que Lilia apelida de Ratha. Ao voltarem para a vila, ela é atacada por uma Nargacuga que foi afetado pelo Miasma Sombrio, uma nuvem que aflige monstros e os deixam raivosos e descontrolados.
O vilarejo é destruído, vidas foram perdidas durante o ataque e Ratha, que tentou parar o Nargacuga, é ferido e jogado de um desfiladeiro, se perdendo no processo. Passados um ano dessa confusão, chegou a hora de você oficialmente se tornar um Montador.
Durante o Ritual de Afinidade, você recebe seu primeiro ovo de monstro e ao choca-lo cria laço com seu primeiro Monstie. Além disso, você acaba conhecendo um Felyno misterioso chamado Navirou, que se junta a você em sua jornada.
Cheval, que já não é mais o mesmo desde o ataque, também se torna um montador, mas abandona a vila logo em seguida jurando destruir o miasma da sua maneira. Lillia parte para se juntar aos Escrivães Reais, com o intuito de poder conhecer mais do mundo e dos monstros que habitam nele.
Ao longo da história, vamos nos aventurando pelo mundo com Navirou para resolver problemas envolvendo monstros e para purificar o Miasma Negro que tem assolando o mundo. Também lidamos com caçadores, descobrimos mais do passado de Navirou e tentamos botar juízo na cabeça do Cheval.
O jogo tem uma história interessante, que trabalha bem para destacar e apresentar os montadores em relação aos caçadores que já conhecemos. Vamos descobrindo que apesar dos meios utilizados serem diferentes, eles tem bastante em comum, já que sempre buscam entender e respeitar os monstros e os papeis dele no ecossistema.
Apesar de uma boa história de jornada para nosso personagem, sinto que a história poderia ser melhor trabalhada para ligar alguns fatos e para explicar melhor a questão do Miasma Sombrio.
Os personagens são bons e carismáticos, sendo fácil de criar um laço de interesse e preocupação com eles. Apesar, de temos também uma dupla de personagens dos mais irritantes que já vi em um jogo. E eles terem um papel que move a história na parte final me tira um pouco do sério.
Diferente dos jogos principais, Stories não é um RPG de ação e sim um RPG de turno. Nele você invade a toca de monstros, rouba seus ovos, os racha para obter novos Monsties, os treina e monta uma equipe de seis para usar em batalha contra outros monstros. Não atoa é popularmente chamado de “Pokémon de Monster Hunter”.
Durante nossa jornada vamos explorando não só cidades e vilarejos, mas como campos, florestas, montanhas e desertos. Podemos andar livremente pelo mapa montado nos monstros e não temos encontros aleatórios, os monstros aparecem pelo mapa e para iniciar combate temos que ir de encontro a eles.
Também temos a coleta de recursos, como plantas, minérios, ossos, grãos, frutas, etc. Usamos esses recursos para não só forjar equipamentos, mas para também criar poções e outros consumíveis.
Assim como nos outros jogos da série, os Monstros tem suas resistências e fraquezas, tanto elementais quanto a tipos das armas. Então, aqui também somos incentivados a estudar sobre os Monstros antes de enfrentá-los. Entender suas forças, fraquezas e padrões é essencial para poder se dar bem no jogo.
As batalhas funcionam num sistema de “Pedra, papel, tesoura”, só que aqui ao atacar temos que escolher entre Potente, Rápido e Técnico. Sendo que ataque Potente vence o técnico, ataque rápido vence o potente e ataque técnico vence o rápido. Por isso é importante saber os padrões do monstro para poder entender qual tipo de ataque usar.
Durante a batalha você escolhe qual comando seu personagem vai usar, podendo ser um ataque básico, uma habilidade ou usar um item. Também podemos dar uma ordem para os Monsties usarem uma habilidade, mas caso não o façamos ele atacará sozinho de forma aleatória. As habilidades gastam pontos de Afinidade para usar, que é uma barra que enche quando ganhamos disputas.
Ao atingir o nível máximo de Afinidade com seu Monstie, você pode montá-lo para realizar juntos um ataque especial, que conta com três níveis diferentes de força.
Ao ganhar a disputa durante o turno, não só aumentamos nossos Pontos de afinidade, como o personagem da mais dano. Se perdemos o nosso personagem leva mais dano e caso empate o dano é repartido entre os dois lados.
Caso você e seu Monstie escolham o mesmo tipo de ataque e ganhem a disputa, um ataque em conjunto é realizado, causando mais dano ao adversário e cancelando totalmente o dano que você receberia.
Em alguns momentos aleatórios, eventos em tempo real aparecem no meio das batalhas. São eventos de apesar um botão de forma repetida ou girar o analógico. Vencer esse duelo fará com que vocês causem dano extra de grande proporção ao inimigo.
Outra coisa que volta dos jogos principais é que queremos derrotar os monstros repetidas vezes para ganhar item deles para forjar e melhorar nossas armas e armaduras. Além disso, contra alguns chefes podemos escolher partes do corpo, como cabeça e cauda, para bater durante a batalha e quebrar essa parte renderá mais recursos que o inimigo dá e mudará um pouco o padrão do monstro.
Transcrever a dinâmica de ação de Monster Hunter para um combate por turno e manter sua essência não é das tarefas mais fáceis, mas a Capcom conseguiu fazer bem. Com os devidos ajustes, temos um combate de turno bem redondinho e que a todo tempo você sente ainda aquele ar de Monster Hunter o tempo todo.
Aqui temos grind também, afinal é parte essencial da franquia, mas que durante a campanha é bem mais dosada para poder dar um ritmo melhor aos desenrolar. E para quem gosta de um grind maior, temos bastante a partir do endgame com vários monstros que são liberados no Rank Alto e com vários modos de desafios interessantes.
Grind para pegar nível eu não precisei fazer durante a jornada, mas eu também foquei muito em 3 monsties, se eu ficasse trocando muito ia precisar talvez fazer um pouco, pois o nível não sobe com tanta facilidade assim. A dificuldade do jogo é ok no geral, você vai precisar estar sempre estocado de itens mas não teve nenhuma batalha muito absurda não.
Só é chato alguns monstros que conseguem as vezes atacar 3 vezes por turno, criando um pico de dificuldade chato. Só que não é nada que uns itens não resolvam.
Como um bom “monster like” temos também batalhas contras outros montadores, tanto offline quanto online. Então, conteúdo para o jogo não falta.
Monster Hunter Stories é um ótimo remaster, ele trouxe algumas melhorias na qualidade de vida, virou um jogo totalmente dublado agora e conta com vários extras.
No menu podemos acessar o Museu, no qual você pode ouvir as músicas do jogo, além de conferir artes conceituais e comentários dos desenvolvedores. O jogo traz também conteúdos que antes eram exclusivos da versão japonesa de 3DS, como monstros de endgame. E temos skins de personagens exclusivas liberadas desde o início do jogo.
Só que apesar do trabalho bem feito, por se tratar de um jogo original do 3DS algumas limitações são sentidas jogando nas plataformas atuais. A principal delas é o tempo de algumas animações e a quantidade de loading dividindo áreas do cenário.
Não é nada que vá de fato atrapalhar durante o jogo, mas que é sentida por quem está jogando, principalmente se você já teve contato com o segundo jogo. Só que novamente, é algo natural de se esperar de uma remasterização de um jogo vindo do 3DS.
Monster Hunter Stories é a porta de entrada para um novo jeito de jogar uma franquia bem antiga e conhecida. Temos um RPG de turno bem carismático e que não foge das raízes que fizeram Monster Hunter ser famoso. É um prato cheio para quem gosta de RPG, de Monster Hunter e de domar monstro.
Se trata apenas de uma remasterização, mas que foi bem feita e que soube portar bem um clássico do 3DS para consoles modernos. Apesar de alguns detalhes que te lembram que se trata originalmente de um jogo de 3DS, você também não deixa de ficar pensando em vários momentos: como isso aqui rodava em um 3DS?
Monster Hunter Stories
Capcom
PC, Playstation 4, Nintendo Switch