Crítica – Moons Of Darsalon – No Espaço Ninguém Pode Ouvir Você Comandar

Escrito por Pedro "Antigamer" Silva
Crítica

Moons of Darsalon é um Plataforma Puzzle 2D retro muitíssimo inspirado pelo clássico Lemmings mas aqui você é um personagem real dentro da fase ao invés de um deus operando intenções nos seus habitantes.

No caso aqui você é um astronauta, um darsaloniano muito carismático que atrás de comandos feitos pelos direcionais do controle diz para os outros camaradas quando andar, parar, seguir você etc. Com esses comandos seu objetivo é levar o máximo de companheiro de volta para base ajudando-os a desviar dos perigos naturais e locais do planeta presente.

Perigos esses dos mais variados pois além do jogo ter aliens e naves que te atacam, líquidos corrosivos e explosivos e fogo-amigo ele também possui física real de objetos, que causam danos de queda e o terreno ainda é em várias partes destruível o que traz uma outra camada de complexidade (e problemas).

É DIFÍCIL, ESSE JOGO É DIFÍCIL.

Mas dá para lidar é tipo a vida, toda hora uma coisa nova para te atrapalhar ou te ajudar, pessoas que entendem o que você fala, mas as vezes não, buraco na rua e algumas coisas injustas e fora da sua mão….

O jogo é feito de diferentes leveis e ao longo do jogo você vai recebendo e aprendendo a lidar com itens que te ajudam de diferentes formas como a lanterna que te ajuda a iluminar o caminho para seus camaradas, um rifle laser para atacar inimigos (ou amigos) e que também destrói terreno, uma arma que cria terreno e ajuda você a fazer pontes para facilitar a travessia e até uma jetpack irada.

Toda fase você vai perder, isso é um fato. Existe um trabalho no começo de cada fase que é entender o que você vai fazer, entender o terreno, os inimigos e onde se encontra cada personagem que precisa ser salvo e pelo menos para mim só consegui entender isso em todas as fases indo lá e me jogando de qualquer jeito e depois reiniciando até o momento da grande tentativa onde eu botava em pratica o que eu entendi.

Para alguns isso pode ser frustrante, é um jogo que exige um aprendizado e movimentos deliberados, mas ao mesmo tempo pode ser muito prazeroso ver seu plano dando certo, e sendo um personagem ali traz uma camada de ação e reflexos que lemmings não possuía de certa forma.

Enquanto você se debate tentando fazer aquele carinha pular aquele morro você não está mal acompanhado sonoramente e visualmente. O jogo possui um visual extremamente interessante, uma mistura de renders 3D e sprites 2D com um pixelado muito bem-feito por cima trazendo aquele “retro-moderno” que as vezes temos em alguns jogos que tentam emular o passado.

A trilha sonora futurista é feita em 8-bit e é baseada no chip utilizado em 1982 em computadores Commodore 64, 128 e etc, sou suspeito por ser fã de chiptune mas a trilha sonora inteira me agradou, não são irritantes e encaixam bem com a atmosfera do jogo, e de quebra você ainda tem uma versão do clássico “Misirlou” de Dick Dale em alguns finais de fase.

Ta, mas e aí, com esse monte de ferramentas e perigos, visuais e sons bacanas, o jogo funciona?

Bom, na maior parte do tempo sim, o que realmente complica a meu ver é as imprevisibilidades de um sistema de física real para esse tipo de jogo que exige tanto movimentos bem pensados. Constantemente me peguei atravessando paredes depois de colidir com algo, danos estratosféricos por cair de alturas curtas, mas em terreno levemente acidentado, o que me faz sentir que a mistura de colisão complexa e terreno maleável complica o cálculo de diversos tipos de colisões no jogo.

Isso não incomodaria tanto caso o jogo não fosse tão difícil e as vezes um malabar de atenções requisitadas, o movimento e os comandos dados aos camaradas deixam de ser tão deliberados quando você tem que contar com a sorte de não dar algum bug com terreno etc., o que honestamente me preocupa por não conseguir imaginar uma solução mais viável para esse tipo de problema

Comecei a encarar os defeitos como ferramentas, porém quando pulei uma fase inteira por subir rápido demais com a jetpack e atravessar o teto isso começou a me importunar um pouco a mais.

Gostaria de deixar claro que ainda não terminei o jogo inteiro, fiz 10 fases e estou apanhando feiamente de uma fase aqui, e continuo tentando porque por mais que tenha esses problemas que citei o jogo tem algo viciante, esse ciclo de perder, aprender, perder de novo, reaprender e ganhar, em conjunto com a trilha sonora cativante e o visual caricato (e as tiradas que os personagens dão quando você apronta alguma) fazem valer a pena e as vezes até relevar esses defeitos.

Nome do jogo:

Moons Of Darsalon

Publisher:

Dr. Kucho! Games, Astrolabe Games

Desenvolvedora:

Dr. Kucho! Games

Plataformas Disponívies:

PC

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge