Crítica: Olija e sua não-narrativa pixelada

Escrito por Gabba Fernandes
Crítica

Para falar de Olija, temos que tirar da frente é que não precisamos mais de jogos com uma não-narrativa tentando imitar Dark Souls.. Viramos a década, para valer agora, e não tem tanto espaço na memória ou paciência para diálogos escusos e codificados. Entendeu pessoal? Ok, obrigado.

É uma tela de loading muito bacaninha

Olija, ou melhor, Ou-í-a como o dialeto do jogo diz, é interessante em seu tema: Lord Faraday, seu personagem decide navegar em busca de riquezas após seu vilarejo de pescadores produzir cada vez menos, ano a ano. Logo seu navio naufraga e, com sorte, um barqueiro o salva, te incentivando a buscar sua tripulação nas ilhas ao redor. Isso tudo vai por água abaixo e se torna secundário quando pelas andanças você encontra uma lança amaldiçoada e resgata uma monarca de um reino que aparentemente te odeia, mas que sem uma palavra se torna uma espécie de interesse romântico. Lembra, isso tudo contado em pixel art meio 8bit e com frases sem conexão.

Faraday vivendo suas “Viagens de Guliver” quando encontra sua otome rara

Falando da pixel art, ela tem uma variedade interessante na qualidade, o que é entendível dado o escopo do jogo. Consegue, entretanto, ser muito coesa e agradável, tanto aos olhos quanto ao gameplay. O que é escondido (e dá o toque de metroidvania ao jogo) é feito na medida certa, sem deixar os caminhos confusos. O design das telas também apresenta bem inventivo, e se aproveita muito da principal mecânica do jogo, o poder de dash da lança amaldiçoada.

Parece Paraty-RJ

Ela permite que Faraday tenha uma boa dose de mobilidade extra além de opções em combate, que se somam a armas secundárias, dando um mínimo de 3 opções de ataques, diversificando a brincadeira. O flow é interessante, e os chefes divertidos. Os chapéus de marinheiro são os Power ups, que podem ser farmados e devem ser escolhidos antes de cada “navegação”, dando um diferencial interessantemente estratégico ao jogo, dentro de suas limitações.

Em sensação, ele pode muito bem ser comparado com Hyper Light Drifter, mas em 2D ao invés de isométrico. O tema naval também é uma grata surpresa, já que há pouquíssimos jogos que exploram essa temática como plano principal, ainda menos sem ter uma mecânica de navegação (alguém já acertou isso? Pois é).

Não é dos jogos mais longos, mas pode ser desafiador para alguém sem tanta habilidade mecânica quanto eu, mas diferente da narrativa, esse lado não tenta se passar por um jogo da From Software. Olija é interessante, divertido, e vale o tempo que dura. Mas deem uma relevada na história em sí, porque vai por uns lados muito esquisitos.

Nome do jogo:

Olija

Publisher:

Devolver Studios

Desenvolvedora:

Skeleton Crew Studio, Thomas Olsson

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge