Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Desenvolvido pela Koei em parceria com a Atlus, Persona 5 Strikers, mesmo que tenha traços de um musou, está longe de entrar para essa categoria. O jogo que continua a história da versão vanilla é na real, umRPG de ação extremamente competente. Sendo assim, nessa crítica de Persona 5 Strikers, quero focar em como ele consegue, carregar todos os traços da franquia com adaptações impecáveis para um novo estilo.
Confira o nosso podcast sobre Persona 5 Strikers:
Em Persona 5 Strikers, Joker, o protagonista da história, volta para Tokyo após um ano dos acontecimentos do primeiro jogo, mais exatamente, nas férias de verão. Após se reencontrar com os Phantom Thieves (lembrando que sem a nova personagem do Royal) eles acabam entrando em uma nova situação, dessa vez, precisando invadir as “cadeias” criadas pelo metaverso.
Entretanto, dessa vez, o jogo deixa de se concentrar em uma única região e explora todo o Japão. Assim, o grupo viaja por diversas cidades descobrindo aos poucos os mistérios e os monarcas, reis e rainhas dessas cadeias. Tudo isso repleto de metáforas e continuando ideias e pensamentos de Persona 5.
Então, antes mesmo de falar da parte mecânica, o que honestamente é o principal a ser comentado, é bom afirmar o quão interessante é a sua história. Obviamente, mais fraca que a história anterior com os palácios e todas as questões de pessoas no poder. Strikers, ainda, de um certo ponto, tem uma história poderosa.
A questão é que já no começo o jogador descobre que o metaverso se abre graças a uma “rede social” e que os monarcas, sombras de pessoas reais e influentes na vida real, usam dessa rede para roubar o desejo de seus seguidores. Uma metáfora óbvia, mas que serve muito bem para o além dela.
Usando de pessoas que não são 100% problemáticas, o jogo consegue criar discussões interessantes sobre internet. Dessa forma, se discute traumas e os tons de cinza entre o bem e o mal. Não que isso já não fosse falado antes ou fosse novidade, mas da maneira que Persona 5 Strikers faz, funciona muito bem.
Honestamente eu não esperava, mas existe um real foco em história no game e isso realmente não é um problema. Os personagens são bem tratados e não se tornam apenas caricaturas como em outros spin-offs da franquia e até mesmo evoluem. Uma boa adaptação narrativa, que não chega aos pés da maravilha que fizeram com as mecânicas.
Mecanicamente, ele é uma mistura de musou com RPG de Ação, com seu combate em dungeons divididos em encontros com as sombras, da exata mesma forma de Persona 5. suas lutas conseguem ter um vasta quantidade de inimigos e é aí que a semelhança com Musou acaba. Ele é muito mais sobre agilidade em estratégia do que derrubar dezenas de inimigos em um único ataque.
O principal ponto divisório em como sua batalha funciona é que tudo de Persona está em Strikers. Buffs, debuffs, diferentes status negativos no personagem e as forças e fraquezas elementares. Dessa forma, matar rápido não acontece normalmente, ao contrário da facilidade de morrer com mínimos erros antes e durante a luta.
Por exemplo, com a concepção de Musou na cabeça, no começo eu morri muito. Eu não pensava no quanto de SP usar ou no momento certo de usar ataques mágicos, nem usava da possibilidade de invocar uma persona e parar o tempo para analisar o combate. Até com a fraqueza do time não estava me importando. Dessa forma, achando que não faria tanta diferença, minha Ann morria constantemente.
Nesse time de 4 personagens, não se tem um controle dos outros 3 enquanto joga com um. Então existe uma necessidade de se preocupar com eles e constantemente trocar de boneco apertando nos direcionais. Curar e usar as habilidades únicas fazem diferença e evoluir os personagens e cumprir missões secundárias do jogo ajudam a facilitar nas batalhas e ter uma união melhor entre o time.
Com o tempo, todos os seus elementos de persona aparecem com mais força e demonstram muito bem a ótima adaptação do turno para ação. Status que apenas mudam números do personagem no turno, se tornam diferenças mecânicas. Esquiva automática, tal qual no RPG, funcionam tem mais peso graças a agilidade da ação a ponto de permitirem até um contra ataque que faz muita diferença.
O ponto é que Strikers realmente não é sobre apenas permitir o jogador de bater em demônios com os adorados Phantom Thieves. Ele é sobre usar tudo do RPG da franquia e criar algo próprio com ação e sem se perder. Dessa forma, administrar itens e se preocupar com buffs e debuffs fazem diferença e o afastam de um musou. Escrevendo a crítica, ficou claro Persona 5 Strikers é na real um Action RPG.
Persona 5 Strikers é uma surpresa em diversos sentidos. Sua história está longe de ser fraca como a de outros Spin Offs de Persona e sua narrativa funciona. Ela continua o que foi criado no RPG e explora outros cantos que não faziam parte da ideia principal e foco do 5. Tudo isso sem mudar demais ou caricaturar seus personagens.
Essa continuação narrativa funciona para as mecânicas de combate, se separando apenas na falta dos Social Links. Ainda assim, seu combate é igual e diferente. Quando comparado com o RPG, ele consegue ser similar em ideias, porém, diferente em como se joga. Dessa forma, é impossível não mencionar em uma crítica de Persona 5 Strikers que eles estão criando algo único. Uma mistura própria de ação, agilidade, estratégia e preparo.
Dá para comparar o novo Persona com Final Fantasy 7 Remake. Os dois jogos recriam mecânicas de suas franquias para a ação sem perder absolutamente nada. Dessa forma, é impossível não gostar de Persona 5 Strikers, ele é uma boa continuação e uma ótima adaptação do RPG para Ação. Um estilo que genuinamente espero surgir mais e que não fique apenas em um jogo.
OBS: Infelizmente Persona 5 Strikers, não tem tradução para Português BR.
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