Crítica – Phantom Brave: The Lost Hero: Um lugar de conforto

Por Jean Kei

Nota: 7

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Os jogos de RPG tático da Nippon Ichi Software possuem um DNA muito próprio, principalmente nos anos 2000. Os jogos costumeiramente continham histórias divertidas e com uma veia de humor, animações que, apesar de ressaltarem uma limitação de verba, são cativantes e sistemas mais complexos e profundos do que aparentam. Um desses jogos dessa época foi Phantom Brave.

Muito semelhante a outras franquias da NIS, como Disgaea, mas com uma pegada única em seu sistema, Phantom Brave era um jogo bem interessante. Lá, a protagonista Marona possuía a habilidade de interagir com fantasmas, e a parte central do gameplay envolvia invocá-los e materializá-los no campo de batalha de forma estratégica. Bem, 21 anos depois, esse jogo ganhou uma sequência, expandindo suas ideias e se assemelhando um tanto aos moldes dos Disgaea mais recentes.

Uma boa introdução

Nunca cheguei a jogar o primeiro Phantom Brave, conhecia por assistir algumas gameplays e sempre tive um certo interesse na franquia, mas nunca me aprofundei. Phantom Brave: The Lost Hero entende que duas décadas depois muitas pessoas iriam para ele como sua primeira experiência ou não lembrariam tanto do primeiro jogo, então ele introduz bastante coisa mesmo sendo uma continuação direta.

O jogo começa com um resumo do que ocorreu no primeiro jogo, contextualiza a jornada de Marona, uma garota ostracizada pela sua habilidade com fantasmas, mas ressignificou seus poderes para ajudar as pessoas e se tornou alguém amada pela comunidade. O jogo expande essa temática apresentada na introdução, fazendo Marona conhecer Apricot, uma fantasma filha de um capitão de uma frota lendária, que está desaparecido e a reputação de sua frota foi para o lixo. Marona é atacada por um bando pirata maligno que rouba seus poderes e joga-a ao mar, mas ela é salva por Apricot.

Como gratidão e por sentir empatia de uma fantasma que está solitária e triste, ela se junta como pirata a fim de reestabelecer o nome manchado do bando do pai de Apricot, expandir território e ter poder o suficiente para derrotar o bando de piratas que lhe roubou os poderes e sumiu com seu parceiro.
Como disse, Marona é bem contextualizada aqui como uma menina empática e amorosa, e ela serve como guia e inspiração para a deuteragonista ressignificar sua situação, ajudar uma comunidade e receber amor em troca.

É um jogo fofo, com texto fofo e muitas piadinhas e um certo humor bobo. Ao mesmo tempo que gosto disso e é um lugar de conforto, não é nada muito novo para mim e não empolga tanto.

Porém, o brilho desse jogo está em seu sistema

O sistema de usar fantasmas em batalha é o que faz o diferencial. Aqui você pode usar uma técnica chamada Confinar para materializar seus fantasmas em itens espalhados pelo cenário. Cada item tem atributos bônus para seus fantasmas, bem como eles podem pegar itens e equipamentos para usar para si ou para outros fantasmas se confinarem neles. Além disso, cada fantasma tem turnos limitados antes de se desmaterializar e não poder ser usado novamente.

Essas regras fazem com que o jogo tenha uma dinâmica estratégica bem interessante. Cabe a você escolher a maneira mais adequada para invocar seus aliados e aonde invocar. Passei um pouco de sufoco no início por invocar quase todo mundo de maneira afobada, mas logo peguei o jeito e tudo fluiu legal.

Estilo um pouco homogêneo, mas esse barco já partiu

Uma questão que ficou na minha cabeça é o quanto esse jogo aparentemente é mais “homogeneizado” do que seu antecessor. Pelas gameplays que assisti do primeiro jogo, apesar de muitas semelhanças, tinha direções de cenas e cadência bem distinta de Disgaea. Até a forma dos bonecos em sprites se comportarem e estarem e a disposição deles nos cenários eram distintas. Já o The Lost Hero não me parece tão único, sua direção, forma de apresentar personagens e cenários é muito similar à Disgaea 6 e 7. A impressão que tive é que ao longo dos anos os SRPGs da NIS foram ficando um tanto mais homogeneizados, e que se não fosse a ambientação, esse jogo poderia facilmente ser um Disagea.

Dito tudo isso, é uma experiência positiva

Phantom Brave: The Lost Hero é um jogo fofo, confortável e com mecânicas divertidas que trazem coisas únicas, o que é quase paradoxal considerando o quanto ele também é dentro da caixinha do estilo de jogos da NIS. É um lugar de conforto aonde você vai sabendo exatamente o que lhe aguarda, e esse é tanto sua força quanto seu defeito dependendo do olhar.

Nome do jogo:

Phantom Brave: Lost Hero

Publisher:

NIS America

Desenvolvedora:

Nippon Ichi Software

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch

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