Crítica – Scorn é um ótimo conceito dentro de um péssimo jogo

Escrito por Jean Kei
Crítica

Scorn é um jogo de puzzle, FPS e horror ambientado em um mundo muito inspirado em H.R Giger. O jogo esteve muitos anos em desenvolvimento e devido a sua proposta de ambientação, chamou muita atenção.

De fato, a ambientação e mistério é a melhor parte desse jogo. Ele é muito competente no Body Horror, em te deixar intrigado e desconfortável com seu mundo distópico cheio de mecanismos interessantes. Eu adorei o fato dele ser de fato um jogo de horror que aposta no ambiente e no mundo, e não em jumpscare barato.

Aqui você será lançado num mundo misterioso e com quase nenhuma orientação, e ao explor-lo vai perceber que tudo aqui é uma mistura de tecnologia com orgânico.

E é um jogo bem imersivo

Scorn não ser nem um pouco expositivo ajuda na imersão. A forma com que armas funcionam, a forma que você vai mexendo nos mecanismos e descobrindo como e para que servem é intrigante e imersiva. E essa imersão faz todos os momentos (que são muitos) de body horror serem muito efetivos. Em questão de atmosfera, com certeza esse é um dos melhores jogos.

O jogo faz um bom trabalho com sons e faz bom uso de sua trilha sonora (e também da ausência da mesma).

No começo, eu tava com um sentimento de que esse jogo não queria dizer nada e seria muito um “choque pelo choque”. Mas no final das contas o mundo me convenceu que era de fato algo bem construído e com propósito.

Contudo, é aqui que acaba meus elogios

Infelizmente, apesar de todos esses pontos positivos, Scorn é muito ruim de se jogar.

Ele é um jogo de puzzle em que seu primeiro puzzle é um dos mais difíceis do jogo. Não por ser muito complexo, mas por estar logo no começo quando você ainda não sacou bem como o jogo funciona. Depois desse começo, a maioria dos puzzles eu acabei fazendo de forma meio automática, tendo poucos de fato memoráveis.

Mas o maior problema do jogo, de longe, é ele ser também um FPS. Ele abraça o survival horror e, no intuito de aumentar a tensão, faz o ato de atirar não ser nem um pouco recompensador, com a inclusão de inimigos difíceis e munição limitada. O problema é que eu não fiquei tenso com a jogabilidade desse jogo, fiquei frustrado.

Ele tem checkpoints em lugares estranhos, a escassez de munição e item de recuperar vida, jogabilidade desengonçada e inimigo que causa muito dano faz com que, caso você não tome cuidado, fique preso em um momento do jogo.

Jogar Scorn acaba sendo um desafio cansativo e uma barreira para explorar a arte e ambientação daquele mundo. Se ele se focasse mais nos puzzles e não tivesse combate, ou pelo menos fosse algo muito mais raro no jogo, teria um apreço muito maior por ele.

Enfim, Scorn é um jogo muito criativo mas ruim de jogar

Ele definitivamente não é um jogo pra qualquer um. É um jogo com arte e mundo transgressor, muito bem feito e com vários méritos. Mas o ato de jogar dele é ruim e se isso for um fator forte para você, dificilmente sairá positivo do jogo.

Scorn está disponível no Game Pass, então vale a pena dar uma conferida.

Nome do jogo:

Scorn

Publisher:

Kepler Interactive

Desenvolvedora:

Ebb Software

Plataformas Disponívies:

PC, Xbox Series S|X

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge