Crítica: Streets of Rage 4: Mr. X Nightmare – O Beat’em Up Essencial

Escrito por Gabba Fernandes
Crítica

Devo confessar que mesmo fã de beat’em ups em geral, nunca tive contato com a série Streets of Rage antes do renascimento no quarto jogo. Claro, a fama dos jogos de Mega Drive não é pequena, e se estende para outros pontos como sua trilha sonora. Porém, pouco contato tive com o console em sua época, o que me fez abordar o gênero de “briga de rua”, como era chamado nos fliperamas nos anos 90, através de jogos de CPS1 e 2, deixando esse grande buraco no gamelog.

Felizmente, Streets of Rage 4 foi uma grata surpresa em 2020, capaz de transportar minha mente para os tempos mais simples em que deliciosos frangos regeneravam a barra de vida, e combos gigantescos poderiam ser feito sem condições específicas. Definitivamente um dos melhores jogos do ano passado, que volta para seu bis agora com o DLC Mr. X Nightmare, com adições que tira de um revival bem feito de um gênero sem muita coisa a apresentar, e o colocam no patamar de beat’em up definitivo. Além de me fazer correr atrás dos três primeiros jogos agora.

As adições começam com quatro novos personagens, bosses encontrados ao longo do modo história principal, com movesets cuidadosamente diferenciados, para trazer um frescor a jogabilidade. Novas músicas, compostas por Tee Lopes, que atuou em Sonic Mania, e um extenso e completo modo Sobrevivente.

Este modo, por si só poderia ser um jogo a parte. Nele, os heróis conseguem uma reconstrução da mente de Mr. X, vilão original da série, e a utilizam para criar situações de combate para treinamento. Na prática, você enfrenta hordas de inimigos em cenários variantes de telas do jogo base, com novas armas e mais aleatoriedade, de forma infinita. A cada sala completa, o jogador decide entre 2 upgrades qual deverá levar adiante em sua run, como comum em roguelikes. Isso sem contar que ainda há missões semanais especiais e, com a experiência obtida a cada tentativa, novos golpes alternativos são desbloqueados para utilização em qualquer modo de jogo, dando ainda um pouquinho de conteúdo extra para quem se dedicar, o que chamávamos de “fator replay” na época do original.

Visualmente, a simulação é muito interessante, contando com efeitos de glitch em transições ou filtros de scanlines quando o cenário passa a ser de algum SoR em 16bits. O esmero com o legado da série é mantido no DLC como sendo uma devida continuação.

Esse esmero é tanto, que paralelo com o DLC, um update gratuito será disponibilizado para todos os donos de uma cópia do jogo: refinamentos e balanceamentos de inimigos, um modo de dificuldade ainda mais punitivo, modo treino e alteração da paleta de cores.

Caso tenha algum carinho com os anos 90 de maneira geral, mesmo que não com Streets of Rage, o quarto jogo e sua expansão merecem ser jogados. É um dos casos de que é um jogo feito exatamente como você lembra que a época que o representa é.

Nome do jogo:

Street of Rage 4: Mr.X Nightmare

Publisher:

Dotemu

Desenvolvedora:

Lizardcube, Guard Crush Games

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge