Crítica: Taiko no Tatsujin: Rhythm Festival – Bate Forte o Tambor

Por Matheus Megazao

Nota: 10

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge

Quando eu descobri a série Taiko no Tatsujin parecia que eu tinha descoberto ouro. Um jogo de ritmo excelente populado exclusivamente por músicas japonesas era uma intersecção perfeita pra mim, e desde então sou um enorme fã. A série está sempre se aperfeiçoando a cada novo jogo, com mais música, novos modos e mais acessibilidade, ao passo que sempre esteve ausente de uma das plataformas mais populares pra jogos de ritmo: o PC. Após um lançamento exclusivo da Microsoft Store, finalmente a série resolveu chegar em plataformas melhores com Taiko no Tatsujin: Rhythm Festival, que não só finalmente entrega aos jogadores de PC um jogo de forma mais acessível, como também é um dos pontos altos da série até aqui.

Ritmo de festa

Uma das belezas nesses jogos é que, mecanicamente, eles praticamente não mudam entre suas versões. O básico do gameplay é simples e sólido há muitas iterações, então geralmente o grande destaque entre cada jogo é o que existe ao redor da base. Rhythm Festival, um antigo exclusivo de Nintendo Switch, é provavelmente o jogo com mais conteúdo até agora. Talvez a maior mudança com ele em relação a seus predecessores seja a introdução do Taiko Drum Pass – um serviço de assinatura para músicas, que pode ser adquirido mensalmente ou a cada 3 meses, com preços na faixa de 20 e 50 reais respectivamente. O jogo base já contém uma setlist inicial bem decente, com 76 músicas que incluem muitos dos clássicos onipresentes nesses jogos, porém o Drum Pass joga esse número para em torno de 800.

Esse é um número insano de músicas para um jogo de ritmo (com mais sendo adicionadas constantemente!), o que torna seu preço completamente justificável. Meu único medo com esse novo modelo de monetização seria a não existência de formas de comprar conteúdo adicional separadamente, mas isso também está disponível. Claro que nem toda música no Drum Pass está disponível em DLCs individuais – e essas DLCs são apenas pacotes com múltiplas músicas – mas já evita de te fazer refém do passe caso queira expandir sua coleção.

Outra grande mudança na mecânica básica é a adição do movo Improvement Support, que serve para que você possa treinar músicas inteiras ou até trechos específicos. Por mais que Taiko no Tatsujin sempre tenham sido jogos de ritmo bem acessíveis por não punirem tanto o jogador, ter um modo como esse em que você pode treinar as partes mais difíceis de uma música e receber comparativos com sua performance anterior é um grande avanço. Em cima disso, o suporte nativo de controles e tambores no PC também ajuda a proporcionar uma experiência bem customizável ao jogador, coisas que tornam esse jogo uma excelente porta de entrada pra quem nunca jogou a série.

Mais que só tambores

Para aqueles momentos que você quiser variar um pouco, o jogo oferece seus já tradicionais minigames. Dessa vez temos três principais que, em geral, são muito divertidos. Os dois mais “tradicionais” são Don-chan Band e Ninja Dojo. Don-chan Band, como o nome sugere, é sobre formar uma banda com outros jogadores. Permitindo até 4 pessoas simultaneamente, ele é um modo cooperativo em que você escolhe um instrumento e toca apenas ele durante a música. Sendo assim, cada jogador vai receber notas diferentes – às vezes simultaneamente – e todos juntos vão compor a música ao mesmo tempo que competem pelo maior número de fãs no final. Esse modo é extremamente divertido porque você toca músicas que pode já ter dominado de formas diferentes, o que introduz novos desafios.

O único lado decepcionante é que existe um número bem pequeno de músicas inicialmente – 5 para ser mais preciso – mas que faz sentido dado o fato que são mapas completamente diferentes. O outro modo é Ninja Dojo, que também coloca até 4 pessoas para jogarem juntas, mas dessa vez elas competem diretamente. Esse minigame é mais próximo da mecânica tradicional, em que todos os jogadores tocam a mesma música normalmente, mas adiciona elementos de competitividade e risco vs recompensa. Conforme você vai jogando e se saindo melhor, seu personagem vai avançando na tela e ficando na frente dos outros, o que encurta o espaço que as notas tem para viajar até sua área de acerto e torna o jogo mais difícil. Ele pode ser bem estressante – principalmente jogando com outras pessoas no mesmo ambiente – mas esse é claramente seu objetivo.

O terceiro modo é Great Drum Toy War, que incorpora elementos de deck building ao modo principal. Aqui, você monta um deck de cartas que possuem diferentes efeitos negativos para seu oponente, e conforme vai tocando a música, vai “carregando” a porcentagem de cartas selecionadas aleatoriamente que, ao atingirem 100%, são invocadas na batalha de brinquedos que acontece embaixo. A batalha é como um cabo de guerra de quantidades de brinquedo, onde quem tiver mais deles ao final da música vence. Os efeitos negativos das cartas são ativados em certos pontos da música, o que é essencial para parar seu oponente. Apesar da similaridade de gameplay às musicas normais, o aspecto das cartas adiciona uma camada de preparação e planejamento muito divertido. O que torna todos esses três modos ainda melhores é que, além de serem jogáveis com somente um jogador, todos tem um “modo história” composto de desafios contra NPCs que vão desbloqueando novas coisas conforme você progride. Como alguém que nunca deu tanta atenção aos minigames pela sua simplicidade, eu me vi passando bem mais tempo com eles dessa vez.

Subindo a escada do sucesso

Uma coisa que talvez não seja tão intuitiva assim em um jogo como esse é que ele tem uma campanha principal. Conforme joga, você acumula pontos que são usados para progredir em algo parecido com um battle pass de níveis, porém sem monetização. A cada nível que você atinge com esses pontos, você ganha coisas como skins, títulos ou moedas para gastar nos cosméticos. Em meio a essas recompensas, ocasionalmente existem capítulos da campanha que exibem um trecho da história principal – se é que pode ser chamada assim – e às vezes te leva a tocar uma música nova que é desbloqueada permanentemente na sua lista. Por mais que a história aqui seja das mais simples possível, a ideia de ter alguma progressão conforme você toca as músicas é algo extremamente bem-vindo. Já se você não se importa muito com essa progressão, também existe o modo online rankeado que funciona à base de “temporadas”, onde seu objetivo é fazer pontos que são convertidos em itens cosméticos – e, me baseando em jogos anteriores, até novas músicas – no final delas.

Com tudo isso em mente, eu considero Rhythm Festival facilmente o jogo mais completo e acessível da série. Seu volume insano de conteúdo garante que ele tenha uma vida longa, e suas opções de monetização – com exceção do preço inicial – não são particularmente ruins. É um deleite que o jogo finalmente mais acessível ao público do PC seja um tão sólido, pois parece uma sólida recompensa depois de tantos anos de espera. Seja você um novato querendo descobrir a série, ou um veterano buscando novidades, Taiko no Tatsujin: Rhythm Festival é o melhor do que essa série tão peculiar tem a oferecer.

Nome do jogo:

Taiko no Tatsujin: Rhythm Festival

Publisher:

Bandai Namco

Desenvolvedora:

Bandai Namco

Plataformas Disponíveis:

PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch

Não deixe a música parar!

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