Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Desde que joguei a sua demo durante o festival em junho deste ano, The Legend of Tianding se tornou um dos games que eu mais esperava para 2021. Logo fui fisgado pelo seu estilo artístico e animação, além de seu protagonista ter se mostrado bastante carismático.
O ano é 1909, Taiwan está sendo dominada pelo Japão e controlando a cidade. Liao Tianding, nosso protagonista é uma espécie de Robin Hood taiwanês e rouba dos ricos para dar aos pobres. O game foi desenvolvido pela Creative Games Computer Graphics Corporation e publicado pela Neon Doctrine. O jogo também é um remake de um game feito em flash em 2004 por Maso Lin, que colaborou na criação dessa nova versão.
Antes de mais nada, um disclaimer: eu não possuo conhecimento suficiente sobre o período e as questões políticas que o game quer trazer ao demonstrar os japoneses cometendo atrocidades. Visto que o game é desenvolvido por uma empresa de Taiwan, ela traz uma visão própria do país sobre o Japão daquela época.
Como mencionei acima, um dos pontos mais chamativos do game é sua arte. Ela mistura personagens em 2.5D com fundos desenhados. Além disso, todas as suas cutscenes remetem a história de quadrinhos mais antigas. O contraste entre os três estilos é incrivelmente bem-feito e acabam combinando. Achei um ótimo jeito de contar a narrativa, mais jogos deveriam fazer o mesmo. Todo início de capítulo conta com uma recapitulação feita através de um programa de rádio, contando ainda com “VOCÊ IRÁ DESCOBRIR NESSE CAPÍTULO!”.
Também adorei que o idioma falado não é inglês e sim em no dialeto Hokkien, algo que adiciona bastante na imersão.
As animações são fluidas e ajudam no combate dinâmico e nos combos que o jogo permite. Conforme você vai avançando no game, você vai ganhando novas habilidades e combos, além de conseguir itens para buffar suas habilidades.
Os mapas e fases são relativamente curtos e fáceis de ser explorar, mas é capaz de o jogador não conseguir pegar todos os itens das fases na primeira jogada. Conforme o jogo vai avançando, novas habilidades vão surgindo e te ajudam nas fases anteriores, é um ótimo game de plataforma. Os jogadores também podem repetir as batalhas contra chefes.
Falando nelas, as batalhas funcionam muito bem, basta aprender os padrões dos inimigos e chefes, apesar disso o último boss me levou algumas tentativas.
A história, ainda que tenha um plot simples, é bem construída. No entanto, o jogo vai do 0 ao 100 muito rápido e alguns twists não parecem fazer sentido e você acaba tendo que completar a história na sua cabeça. O tema, a ocupação Japonesa em Taiwan, é algo que a gente não vê em muitas obras, então foi algo no mínimo “refrescante” e achei que foi feito de um jeito em que não ofenda nenhuma das partes envolvidas, ainda que seja um tema extremamente controverso.
O mundo do jogo, mesmo que ele seja pequeno, começa a mudar à medida que a história avança e você faz sidequests, foi um toque bacana dos desenvolvedores, mostrando como Liao influencia na cidade e no povo.
Algumas das sidequests, porém, são apenas fetch-quests. O game libera depois viagem rápida, mas acho que deveriam ter melhorado essa questão de ficar indo e voltando nos lugares.
Eu terminei o game em quase 9 horas e só ficou sobrando alguns colecionáveis para pegar.
Com arte charmosa e gameplay fluído, The Legend Tianding é uma boa pedida para quem quer um game de plataforma curto e cheio de ação.
The Legend of Tianding
Neon Doctrine
Creative Games Computer Graphics Corporation
PC, Nintendo Switch