Crítica: The Mageseeker: A League of Legends Story – muita lore, vingança e tons of damage

Escrito por Arthur Tayt-Sohn
Crítica

Produzido pela Riot Games, League of Legends é um dos jogos mais populares do mundo atualmente. Nos últimos anos, o estúdio vem diversificando a franquia LoL em diversas outras mídias, como a extremamente bem-sucedida animação Arcane.

The Mageseeker é mais um jogo que expande a lore de League of Legends e apresenta uma nova abordagem na forma de jogar nesse universo. Após um RPG de turnos e um jogo de ação rítmico, é hora de um jogo de ação hack n’ slash. O desenvolvimento de Mageseeker ficou a cargo da Digital Sun, desenvolvedora de Moonlighter.

Tivemos a oportunidade de jogar essa nova história League of Legends e conto agora a experiência com o jogo.

Demacia!

Para quem não está familiarizado com League of Legends, Demacia é um dos principais reinos presentes na história do jogo. Outrora um reino próspero e imponente, Demacia vive em uma crise por conta da morte do Rei Jarvan III.

O principal suspeito é o protagonista do jogo, Sylas. Ele foi aprisionado após perder o controle de sua magia e causar um grave acidente. Nessa época ele trabalhava para os Caçadores de Magos, uma ordem que utiliza magos com poderes controlados para caçar outros magos.

Após as traumáticas Guerras Rúnicas, Demacia se tornou um reino anti-magia. Magos passaram a ser perseguidos e presos, apenas por serem que são. Sylas, que foi recrutado como Caçador de Magos ainda criança, agora busca vingança após se libertar de sua prisão.

O jogo se inicia logo após Sylas sair da prisão e uma rebelião de magos se alastrar por Demacia.

LoL pra quem não gosta de LoL

Mageseeker tem uma jogabilidade totalmente diferente de League of Legends. Sua jogabilidade é bastante familiar para quem já está acostumado com jogos de ação com visão isométrica, como o próprio Moonlighter, mas também outros do gênero.

Inicialmente Sylas pode usar ataques fracos e fortes, além de um dash. A mecânica que diferencia Mageseeker de outros jogos do gênero é sua capacidade de utilizar suas correntes para roubar as magias dos inimigos.

Com isso ele pode utilizar uma carga dessa magia contra seus próprios inimigos. Caso o inimigo seja do elemento oposto à magia que Sylas roubou, o dano causado é muito maior. Isso abre um leque de possibilidades para o jogador, que pode roubar as magias dos inimigos para eliminar alvos prioritários.

Alguns inimigos não possuem elementos, então o dano causado depende mais do seu valor base. Porém mesmo não possuindo elemento, alguns inimigos mais fortes acabando sofrendo bem mais com magias, por serem mais lentos por exemplo.

Avançando um pouco mais no jogo, você consegue equipar as magias copiadas dos inimigos para utilizar sempre que quiser, ao custo de mana. Essa mana é recarregada ao atacar os inimigos.

Mageseeker é um jogo que incentiva uma jogabilidade mais agressiva, onde você irá combinar diversos combos aprendidos no decorrer do jogo ao mesmo tempo que utiliza as magias que copia dos outros magos e criaturas mágicas.

Posteriormente você irá liberar um hub onde selecionará as missões do jogo, sendo algumas opcionais. Nesse hub também ficarão magos que você recrutar pelo caminho. Cada um desses magos possui um elemento e irão te acompanhar nas missões.

Você pode escolher até dois magos e eles irão aumentar o dano das magias do mesmo elemento deles, além de liberar a utilização de alguns golpes especiais daquele elemento. O jogador pode formular estratégias dos melhores magos para acompanhar, já que na mesa de guerra é possível saber os elementos dos inimigos comuns que irão aparecer em cada missão.

O jogo oferece uma variedade de combinações interessante. Você pode escolher os elementos que melhor favorecem Sylas contra os inimigos, além de escolher os magos pelos golpes que eles fornecem.

Alguns causam danos massivos para um inimigo, outros causam dano em área que funcionam muito bem contra grupos de inimigos e outros podem causar efeitos negativos aos inimigos, como lentidão.

Isso sem contar que esses golpes são elementais, ou seja, causarão mais dano em inimigos do elemento oposto ao golpe.

No hub também é possível gastar recursos para comprar melhorias para Sylas, bem como conversar com seus aliados, revelando um pouco mais de suas motivações e lore do jogo, e também fazer carinho em criaturas mágicas que Sylas pode libertar durante as missões.

Mageseeker não oferece muitas novidades em suas mecânicas, mas tem como trunfo ter conseguido adaptar para um gênero totalmente diferente as mecânicas de Sylas em League of Legends. Os combates são bastante divertidos e diversificados, fazendo com que o jogador varie sua estratégia para avançar com mais facilidade.

Além disso, o jogo conta com combates contra chefes bem legais, incluindo personagens já conhecidos de League of Legends, o que foi muito interessante. Um desses inimigos inclusive é um grande temor das partidas ranqueadas de nível mais baixo. Seja porque seu colega de equipe provavelmente não tem a menor noção de como jogar com esse personagem, enquanto do lado inimigo parece que sempre tem um profissional jogando.

Eu só tive alguns problemas no jogo em determinados momentos em que os inimigos demoravam muito tempo para reagir, ficando muito vulneráveis e não apresentando nenhum desafio. Isso ocorreu algumas vezes, mas apenas contra inimigos normais.

Nas batalhas contra chefes, os combates ocorreram normalmente. Na dificuldade normal do jogo eles apresentam um pouco de desafio, mas pra falar a verdade é bem difícil morrer para eles. Caso você prefira um desafio maior, é possível ajustar a dificuldade do jogo. Também é possível deixar o jogo mais fácil, caso seja mais confortável para você também.

No geral o jogo conta com mecânicas bem simples de se aprender e consegue divertir. Aos poucos novas mecânicas são introduzidas e novas melhorias ficam disponíveis, aumentando o leque de possibilidades.

Quando você consegue dominar as principais mecânicas do jogo, ele é bem tranquilo e satisfatório de jogar, fazendo Sylas correr pelos campos de batalha distribuindo combos e magias.

As batalhas com os chefes também são divertidas e diversificadas, exigindo em alguns momentos que você se movimente como em jogos de plataforma ou que saiba desviar de alguns ataques poderosos que os inimigos utilizam.

Há um mundo fora de Summoners Rift

Eu lembro que quando LoL ainda era tudo mato (saudades Twisted Treeline), havia no client do jogo um jornal de Runeterra, que descrevia os acontecimentos do mundo fora dos combates entre os campeões controlados pelo jogador.

Esse jornal expandia a lore do jogo e contava alguns acontecimentos importantes que aconteciam nos reinos, como os conflitos entre Demacia e Noxus, os mistérios de Ionia e por aí vai.

E apesar de ser um MOBA, sempre houve uma preocupação com a história do jogo, o que é bastante interessante. E a história é de fato boa, como vocês podem ter observado na animação Arcane.

A mitologia em torno de League of Legends é bastante interessante e a Riot vem expandindo isso para diversas mídias. Mas rework do Shaco que é bom nada, né dona Riot?

The Mageseeker desenvolve melhor a crise que vem ocorrendo no reino de Demacia, aprofundando as motivações e conflitos dos personagens de LoL. A história se sustenta muito bem sozinha, caso você não conheça LoL, mas naturalmente algumas referências ficam mais claras para quem já conhece o universo do jogo.

Sylas passou anos na prisão e por isso se tornou uma pessoa vingativa. Ele se junta à rebelião dos magos com o único propósito de se vingar de Eldred Stemmaguarda, o chefe dos Caçadores de Magos que o aprisionou.

Com o tempo, novos personagens vão surgindo e vemos Sylas conhecendo outros pontos de vista, além de vermos questionamentos se de fato a vingança é o melhor caminho.

A história de Mageseeker expande muito bem a lore de League of Legends e para os fãs da franquia que gostam de consumir conteúdo adicional, é uma ótima pedida. Além de novos personagens, velhos conhecidos enriquecem a experiência, além de algumas referências a outros locais e personagens que não aparecem no jogo.

Então apesar do jogo se sustentar sozinho, ele tem um apelo bastante especial para quem já é fã. E vale ressaltar que o jogo conta com uma ótima localização, com textos muito bem escritos e contando até com dublagem em português brasileiro em alguns momentos.

Caso você não seja fã de LoL ou simplesmente não conheça, não tem problema também. A história pode ser bem apreciada mesmo que você não tenha contato com a lore do jogo. Além desse apelo de expandir o universo da franquia, a história do jogo por si só conta com reflexões bem interessantes.

Do 3D para a Pixel Art

Outra mudança que o jogo traz com relação ao MOBA é a mudança da arte, passando do 3D para a pixel art. O estúdio Digital Sun conseguiu utilizar bem o estilo artístico para construir o mundo de Runeterra em pixels.

Os ambientes são muito bem trabalhados e detalhados, além dos inimigos também serem bem feitos. Gostei bastante da interpretação que o estúdio deu para Demacia, com suas construções imponentes de cor branca.

As animações também são muito bonitas, principalmente os efeitos das magias. Um ponto negativo que achei foram as animações de magias de Sylas quando ele rouba as magias dos inimigos, porque elas são sempre da cor roxa.

Por outro lado, gostei bastante dos efeitos das Ultimates que Sylas e outros personagens utilizam no jogo, algumas delas superando artisticamente as habilidades na versão do League of Legends. Um excelente trabalho da Digital Sun nesse aspecto.

No geral gostei da direção de arte do jogo e é bem legal ver “mais de perto” Runeterra fora do ambiente de Summoners Rift. Os salões de Demacia, as florestas assombradas, outras cidades que são citadas na lore do jogo, para quem é fã de LoL é interessante conhecer esses lugares.

Um universo cada vez mais expandido

The Mageseeker é mais um passo dado pela Riot Games em busca de expandir o universo de League of Legends para fora do seu principal produto, o MOBA. E a desenvolvedora vem diversificando seu portfólio de jogos da franquia, buscando agradar o maior público possível.

Apesar de seu apelo especialmente para quem curte a lore do jogo ou para fãs dos personagens que aparecem nele, é um jogo que se sustenta sozinho e pode divertir mesmo quem não tem conhecimento ou interesse na franquia.

Suas mecânicas são simples e de fácil aprendizado, o que talvez frustre jogadores mais experientes, mas está longe de ser um jogo ruim. Você pode jogar tanto em uma maratona ou ir jogando uma fase hoje, outra amanhã e ir aproveitando aos poucos o que o jogo tem a oferecer.

O projeto da Riot Games de expandir LoL para outros jogos e mídia é ambicioso e me deixa bastante curioso pelo que ainda está por vir.

Nome do jogo:

The Mageseeker: A League of Legends Story

Publisher:

Riot Forge

Desenvolvedora:

Digital Sun

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge