Daqueles jogos em desenvolvimento a sei lá quanto tempo, Tunic poderia ter sido mais um dos jogos indie esquecidos nesse fevereiro-março dotado de lançamentos gigantes. Foi apresentado pela primeira vez no já distante 2018, e desde então, deu uma sumida, como vimos algumas vezes nos recentes anos, tinha tudo para evaporar ou pelo menos decepcionar.
Entretanto, sua apresentação e pequenos tweaks na fórmula dos jogos de ação 2D topdown garantem um equilíbrio entre familiaridade e frescor.

combate tunic

Entre as coisas novas, temos aqui o comportamento de combate emprestados de Dark Souls: temos uma mecânica de Stamina válida para a rolagem, e a recuperação de vida vem a cargo de poções que se recuperam ao parar em algumas estátuas de uma espécie de divindade-raposa. Divindade essa que está aprisionada em alguns feixes de luz multicoloridos. A resposta? Dentro de algumas masmorras, cavernas e etc. Até então, legal e normal. O brilho do jogo está justamente na apresentação desse mundo.

O que não está na arte lowpoly meticulosamente criada, está desenhado como se fosse um manual. Os ângulos da câmera, que se movimenta levemente de acordo com o lock-on em inimigos, permite notar o trabalho de iluminação do jogo, bem como alguns segredos. A sensação de jogar Tunic é como se abríssemos uma caixa de LEGO nova, e imaginássemos todos os combates, abrindo o manual de montagem para ver algumas outras possibilidades de cenas e batalhas…

O mundo do jogo possui também um alfabeto próprio, utilizado majoritariamente no jogo (apenas algumas traduções e os menus utilizam o inglês). Isso acaba sendo um pouco confuso, mas o tempo de jogo faz se acostumar e passar a entender a tradução local de “trancado” e coisas do tipo. Se tem uma gramática própria não entendi, mas pega-se bem no costume, novamente, como fosse quando éramos crianças e não entendíamos necessariamente os menus dos jogos.

Isso tudo contribui para uma mensagem de carinho, de cuidado. Tunic não reinventa, mas instiga a olhar por um lado ligeiramente diferente, e novo. Além de curtinho, com cerca de 10h de duração para quem é bom de reflexos, é uma pedida excelente para um fim de semana, seja por seu visual extremamente bem polido, carismático, e agradável, seja pelo seu gameplay inspirado em clássicos, mas polido com técnicas atuais.

Nome do jogo:

Tunic

Publisher:

Finji

Desenvolvedora:

Andrew Shouldice

Plataformas Disponívies:

PC, Xbox One, Xbox Series S|X

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge