Crítica: Voice of Cards: The Beasts of Burden

Escrito por Pedro Ladino
Crítica

Voice of Cards retorna mais uma vez com o seu terceiro título, The Beasts of Burden. Já se passou quase um ano desde o lançamento do primeiro game, The Isle Dragon Roars, e a série criada por Yoko Taro tem se mostrado uma verdadeira gema escondida tanto no meio de uma enxurrada de lançamentos AAA, quanto nos títulos publicados pela própria Square Enix.

Assim como nos jogos anteriores, o novo título conta com novos roteiristas e narradores. Nos roteiros, temos Yoshiho Akabane, subescritor de NieR: Automata e Agata rokuro, de NieR Reincarnation. A narração conta com Yui IshikawaCarin Gilfry em Japones e Inglês, respectivamente. Assim como os jogos anteriores do Taro, eu optei pela opção em inglês e novamente a narradora fez um trabalho excelente.

Yoko Taro novamente assume como diretor criativo, Maasa Mimura como diretora e Kimihiko Fujisaka como character designer.

O novo conto é ambientado em um mundo onde monstros e humanos se odeiam. Uma garota, que perde a sua casa, jura vingança contra os monstros. Ela se junta a um rapaz misterioso enquanto eles se lançam no desconhecido e desvendam o destino deste mundo despedaçado.

The Beasts of Burden traz um roteiro mais focado em personagens, sendo assim, com exceção dos dois últimos capítulos, a jogo é quase uma road trip onde a personagem principal tem o sonho de ver as estrelas, claro, após ela se vingar dos responsáveis por destruir sua casa. Quando o plot de verdade do jogo decide aparecer é um tanto meio corrido para ser honesto, é claro que haviam pistas sutis durante os capítulos anteriores mas ainda assim ficou brusco.

Em The Forsaken Maiden eu amei o fato de que o jogo trazia um tom mais melancólico e desesperador e que isso percorria por todo o jogo, aqui tudo isso foi diminuído, tentando trazer mais humanidade para os personagens e isso ressoa com o tema final.

Enquanto eu gostei muito mais da história do segundo jogo, os personagens aqui são bem melhores e mais relacionáveis.

Com dois roteiristas no comando eu fiquei com medo de que o jogo fosse mais longo que seus antecessores, mas no final a história me pareceu ter a mesma duração, porém os trechos de gameplay são mais extensos, em especial o do último capítulo. Eu terminei o jogo com 22 horas. Para termos de comparação, eu levei 16 horas em The Isle Dragon Roars e 19 horas em The Forsaken Maiden.

Em termos de gameplay, ele é basicamente a mesma coisa dos outros jogos, contudo, temos uma grande mudança nas skills. Bom, grande é uma palavra muito forte, pois no final o resultado ainda é o mesmo, porém em vez de ganharmos skills ao evoluir os personagens, igual os outros dois games, aqui podemos capturar monstros que enfrentamos e assim usarmos suas skills. É uma ideia que sinceramente eu adorei, o único porém, no entanto, é no jeito que obtemos esses monstros.

Basicamente existem três RNGs em questão: quais monstros aparecerão, se a batalha dará baús e se o jogador irá acertar qual é o baú que contém monstro ou itens. Obviamente esse sistema foi feito para que não possamos quebrar o jogo logo de cara, mas é meio frustrante em diversos momentos quando o mesmo jogo tem a sidequest de capturar X monstro com X estrelas para o mercador afim de obter melhores equipamentos. Foi bastante comum acontecer de eu simplesmente pausar a história e passar quase 1h tentando capturar o monstro.

A trilha-sonora não tem nem muito o que dizer além de que os compositores da MONACA são deuses. Shotaro Seo e Oliver Good são ótimos compositores e assumiram todas as músicas do jogo, enquanto Keiichi Okabe atuou como diretor de som. Amei o fato da música principal ser cantada em dueto.

Mesmo sem chamar muito a atenção do grande público, Voice of Cards: The Beasts of Burden consolida a franquia e se destaca no mar de jogos que a Square Enix vem lançando nos últimos anos.

Nome do jogo:

Voice of Cards: The Beasts of Burden

Publisher:

Square Enix

Desenvolvedora:

Alim

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 4, Nintendo Switch

Nota: 8.5

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge