Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Minha experiência com Shadow of the Erdtree, a DLC de Elden Ring foi uma experiência curiosa, e imagino que seja análoga a uma boa parcela de jogadores. Joguei Elden Ring em 2022, em seu lançamento por centenas de horas, terminei duas vezes e fiz quase tudo que poderia ser feito e desde então nunca mais toquei no jogo. Joguei muita coisa nos dois anos entre o jogo base e a DLC, o que fez Elden Ring sair de minha memória.
Esse contexto é importante pra dizer que quando joguei a DLC, não lembrava de muita coisa. Como o acesso a DLC estava acessível apenas numa área muito avançada, fui pra lá com meu save atual.
Estranheza foi meu primeiro sentimento ao reabrir o jogo depois de anos. Não lembrava do que 90% dos meus itens faziam, não reconhecia alguns atalhos e tive dificuldades em navegar pelos menus. Claro, depois de um tempo relembrei de algumas coisas e já entendia como minha build principal e armas recorrentes funcionavam, porém era evidente que passei perrengue por esquecer de conceitos e mecânicas.
Por mais que seja familiarizado com Soulslike, Elden Ring possui muitas nuances e particularidades, como a forma que se atordoa inimigos, magias, como alguns status funcionam… Comecei a DLC com uma build de Bleed e mudei ao longo da run.
Isso tudo foi pra já começar abrindo portas a possível pergunta principal
Existe um receio popular de que jogar a DLC de um souslike direto no New Game+ vai dificultar demais a experiência. Afinal, o jogo escala em dano a cada novo ciclo e DLCs são pensados como desafios avançados. Acontece que, Elden Ring é gigante e sua DLC está num ponto muito avançado do jogo. Recomeçar do zero algo com tanto tempo é intimidador, contudo, recomeçar em um ponto que está muito avançado e não se lembra tão bem também é.
Optei por jogar a DLC direto do meu save e reaprender a jogar “na marra” e deu certo.
O sistema de progressão diferente e quantidade de coisas novas me fez ter espaço pra me familiarizar novamente, e pelo que vi, a escala de dano não muda tanto assim de um New Game normal pra um New Game+.
De início tive algumas estranhezas, como perceber que as armas da DLC me pareciam fracas demais, mas após lembrar que poderia mudar meus status e fazer upgrade de armas é importante, pude experimentar melhor as armas novas. Inclusive, Shadow of the Erdtree me fez jogar como não lembro de ter jogado antes, de maneira mais versátil.
Lembro que no jogo base eu trocava de build para testar tudo, mas sempre focando em algo. Aqui eu senti várias situações que ser brutamontes que atordoa inimigo em poucas lapadas era a melhor resposta, e em outras ser rápido que era. Isso me incentivou a jogar com duas armas distintas preparadas e pensar bem no meu peso. Usei pouca magia na DLC, porém.
Vale dizer que estou na pernada final da DLC mas não cheguei a termina-la ainda. Costumo só escrever sobre os jogos que terminei, mas como não falarei muito da narrativa e joguei dezenas de horas do conteúdo adicional, acredito que tenho algo a dizer.
Shadow of the Erdtree é uma expansão do jogo da FromSofware que adiciona um mapa novo a ser explorado, contando com dezenas de horas a mais de conteúdo. O tempo que esse mapa vai durar pra você varia muito, depende de como você lida com as coisas novas e explora cada canto. O que consigo dizer é que essa expansão é maior que algumas áreas do jogo principal e que é bastante densa. Frequentemente tive a sensação de descobrir coisas novas passando por lugares que achava já ter visto tudo.
Seu nível importa pouco aqui, o que faz você aguentar mais dano e ser mais eficaz nos golpes são itens que você encontra, os fragmentos da Umbrarvore. Isso incentiva que o jogador explore bem os locais, e que se você está empacado em algum lugar, talvez a melhor saída seja voltar lá depois.
Lembro de muita reclamação sobre a dificuldade da DLC, e até agora achei boa parte hiperbólica. Claro, o jogo é difícil, os chefes são complicados, porém afirmações como “todo chefe aqui é uma Malenia” é um exagero.
Num geral estou gostando muito dos variados chefes, especialmente os principais nas Legacy Dungeons, mesmo com alguns problemas de câmera graves (estou olhando pra você Leão Dançante).
Mesmo nos calabouços menores espalhados pelo mapa eu sai satisfeito com a exploração. Enquanto no jogo base sentia que encontrava muita “encheção de linguiça” que cansava, tudo que encontrei aqui me engajou.
Essa expansão é realmente um “pedaço novo” de Elden Ring. As coisas não me soaram redundantes com o jogo base e toda a dinâmica narrativa de “seguir os passos de Miquela” muda a atmosfera da coisa. Ter todo um mundo a parte, com atmosfera interessante e uma história com personagens intrigantes ali me faz soar que não esteja jogando uma expansão, mas sim um jogo completo menor e mais contido e talvez seja isso que precisava, tendo em vista que uma reclamação constante é como você pode sair exaurido do jogo ao fim dele.
Elden Ring já é um jogo gigantesco tanto em tamanho de conteúdo quanto em fama, e sua DLC contribui nos dois sentidos. Shadow of the Erdtree é uma expansão densa, com muito conteúdo e que é uma boa forma de revisitar o jogo, mesmo se você não toca nele a anos. Talvez você esteja exausto de explorar as terras intermédias, e depois de um tempo, conhecer as terras sombrias seja a forma mais saudável de revisitar o jogo.
Elden Ring Shadow of the Erdtree
Bandai Namco
FromSoftware
PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X