Desenvolvedoras de jogos se manifestam após derrubada da lei do aborto nos EUA

Por Arthur Tayt-Sohn

A Suprema Corte dos EUA derrubou a decisão Roe contra Wade, que desde 1973 garantia o direito ao aborto em todos os estados do país. Com essa decisão, os estados voltam a ter autonomia para legislar a respeito do assunto de forma independente.

Com isso, presume-se que estados mais conservadores, cerca de metade dos estados dos EUA, proíbam de imediato que o aborto seja realizado em seus territórios.

Diversos estúdios de jogos se manifestaram hoje contra a decisão da Suprema Corte, visto que o aborto é considerado um dos direitos básicos de saúde em boa parte do território americano. Estúdios como Ubisoft, Guerrilla, Bethesda, Devolver, Naughty Dog e diversos outros se manifestaram a favor da liberdade de escolha das mulheres e se comprometeram a garantir os direitos de seus trabalhadores.

Cory Barlog e Neil Druckmann se manifestaram em seus perfis pessoas do Twitter. Druckmann anunciou uma doação a uma fundação que auxilia mulheres para que consigam realizar abortos seguros, a NARAL.

A desenvolvedora Bungie não apenas se manifestou contrária a decisão da Suprema Corte, como também reforçou seu comprometimento em garantir acesso às necessidades de saúde de seus trabalhadores e suas famílias.

Com a decisão da Suprema Corte, a Bungie anunciou que irá incluir em seu programa de benefícios de saúde para os funcionários e seus dependentes um reembolso de gastos de viagens para questões de saúde, incluindo aborto.

Por mais que muitos argumentem que as empresas não devem se envolver em assuntos relacionados com política, a decisão afeta milhares de trabalhadores desses estúdios. Não apenas pelo cerceamento da liberdade de escolha das pessoas que optam pelo aborto, mas também porque gravidez indesejada e abortos realizados de forma clandestina afetam diretamente a saúde desses trabalhadores.

É cada vez mais necessário que os estúdios estejam comprometidos com o bem estar de seus trabalhadores, seja criando ambientes de trabalho saudáveis e livres de abusos morais e sexuais, bem como garantindo o acesso à assistência médica.