God of War de 2018, tal como uma fruta, amadurece com o passar o tempo

Escrito por Gabba Fernandes
Crítica

Jogar God of War novamente após quase 4 anos do seu lançamento no Playstation 4 é um tanto catártico. Quatro anos, um ciclo de Copa do Mundo basicamente, e é tempo suficiente para algumas mudanças drásticas, que liberam um novo olhar para o jogo.

Claro, a versão de PC por si já entrega um novo olhar, com seu framerate liberado e longe de um ambiente de um console que também está próximo de fazer 10 anos de lançamento. Mesmo meu PC não sendo lá essas coisas, confortavelmente rodei o jogo um pouco melhor do que no PS4 em questão de qualidade, com a performance em 60fps. Acaba que a melhor versão em custo x benefício para o jogo é ter um PlayStation 5, mas dada a dificuldade de se obter, e pagar, pelo console nas condições atuais, é extremamente feliz e acertado disponibilizar um dos clássicos da geração na Steam.

god of war pc

Agora que abordamos a questão Master Race das coisas, permitam me fazer meu ponto:

A essa altura do campeonato, Atreus já estaria muito mais “homem”, maduro, tendo passado tudo o que passou em 2018, de forma que o relançamento do jogo nos computadores me faz pensar sobre o meu caminho nesses anos, e quais desafios aguardam o filho de Kratos para o novo jogo.

Em 2018 eu estava num turbilhão de revoluções na minha cabeça, me mudando sozinho e para a cidade grande com a grande missão de não morrer, e se possível fazer da vida algo para mim. De certa forma, sair da esfera de influência da família. De fato, de sair da adolescência. É difícil não ver Atreus da mesma maneira, buscando seus meios de crescer em um ambiente extremamente opressor, tentando lapidar seu caminho entre a dureza do pai mais fechado, machucado e sofrido que os videogames, e talvez boa parte da cultura pop, já viu. Mesmo que muito seja visto do ponto de vista do pai, quase que te induzindo a um sentimento de cansaço em lidar com um adolescente, há uma sutil beleza em como essa relação é mostrada, análoga a como a mudança entre ponto focal nas cenas é utilizada de maneira narrativa. Sim, essa é a melhor coisa da fotografia do jogo, mesmo que o plano sequencia seja muito mais chamativo e um belo feito técnico também.

Já em 2022, consigo imaginar o que aguarda Atreus depois de tão jovem passar o que passou. Agora muito mais seguro, e passado alguns sustos, de certo muito mais confiante em si e, a sua maneira, aprovado por seu pai. A preparação está feita, e há ainda uma miríade de problemas a serem encontrados. Spoilers a parte, God of War é sobre reencontros pessoais em seu sentido mais profundo. Agora, não é necessário dizer que as próximas aventuras serão a provação do externo a Atreus encontrar seu lugar no mundo.

Creio que o relançamento do jogo nos PCs então surgiu também como uma maneira mercadológica de atiçar a curiosidade dos jogadores para God of War: Ragnarok. Dá para embasar também em dados de que a maioria dos jogadores ativos de videogame jogam tanto nos PCs quanto em consoles, e tendo isso em mente, é totalmente um acerto da Sony em disponibilizar o jogo dessa forma. Não vejo a hora de ver com que mais formas eu me relaciono com esses dois personagens.

Nome do jogo:

God of War

Publisher:

Sony Interactive Entertainment

Desenvolvedora:

Santa Monica Studio

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 4

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge