Immortals: Fenyx Rising é um abacaxi, um bem específico que comi, ou pelo menos comecei a comer enquanto jogava o novo game da Ubisoft. Esse abacaxi não era doce, não tinha nenhum azedinho e nem um amargo para garantir que não estava bom. Ele era completamente sem gosto.
Immortals: Fenyx Rising é empolgante em sua teoria. Ele é algo que muitos esperavam que fosse acontecer desde o lançamento de Breath of the Wild: Jogos inspirados em suas ideias. O Zelda para Wii U e Nintendo Switch é uma obra prima e com certeza um dos melhores jogos já feitos, então era óbvio que suas ideias iriam começar a surgir em outras produções. O da Ubisoft é um dos primeiros a claramente fazer isso. Entretanto, é mais uma lembrança de como Zelda é bom, do que um bom jogo.
Tal qual esse abacaxi tão sem gosto, eu não terminei Immortals, além de não conseguir sentir nenhuma vontade de seguir em frente com ele. Por algum motivo o jogo não salvou horas de gameplay e eu precisaria refazer tudo de novo. Imagina ter que re-comer um abacaxi no qual eu nem quis comer pela primeira vez?
O novo lançamento da Ubisoft, é sem graça. O mundo, o combate, os itens a serem coletados e boa parte dos puzzles são extremamente básicos. Em pouco tempo se envolvendo com cada um desses detalhes, você cansa. Sem falar de como a história é contada, repleta de piadas sem graça em uma conversa com Zeus e Proteus. Nesse aspecto, não precisou muito tempo para se tornar irritante.
O pior é que é um jogo cheio de potencial. Em Immortals, tal qual Zelda, o jogador pode ir para qualquer área e completar as missões para, nesse caso, salvar um dos deuses que teve sua essência roubada pelo vilão Tifão. Essas missões são todas inspiradas em histórias da mitologia grega e dão uma sensação de você realmente estar aprendendo mais dessa mitologia enquanto joga. O problema é que essa parte específica é moldada por todo o resto problemático.
Diversas vezes você se envolve em combate nessas missões, que infelizmente é raso e sem nenhuma criatividade. Ele em momento nenhum é divertido e quando é desafiador, claramente é pois você não melhorou sua armadura e arma o suficiente. Os equipamentos que ganha nas câmaras(o que seriam as Shrines de Zelda) são únicos em atributos, mas completamente inúteis no fim das contas. As porcentagens e os bônus praticamente não fazem diferença e tudo acaba se tornando puramente estético.
Tudo isso, e eu preciso reafirmar, com Zeus e Proteus dialogando e sendo extremamente sem graça. Essas piadas forçadas estão por toda parte, desde os diálogos do protagonista com Hermes ou alguns dos deuses, até as cenas de melhoria do personagem ou equipamento. É irritante e foi um dos principais motivos de eu desistir, perder o save foi apenas a gota d’água.
Os puzzles são talvez a parte mais criativa, existem realmente bons puzzles, entretanto, o jogo alonga demais alguns deles e o que poderia ser algo rápido e divertido, no fim se tornou massante. É como se os desenvolvedores tivessem percebido a qualidade e agora estivessem forçando o jogador a comer cada vez mais daquilo.
É realmente desanimador ver um jogo com tanta inspiração em uma das produções mais incríveis já feitas em vídeo game ser tão fraco. Nada salva nele e mesmo sendo visualmente bonito no Series S, em menos de uma hora o jogo cansa.
Entretanto, não me entenda mal, Immortals Fenyx Rising não é ruim, ele é só sem graça. Ele não tem o azedo necessário para acentuar sua parte doce, nem é amargo o suficiente para só ser jogado no lixo. É um jogo medíocre que pode ser melhor em uma continuação, mas atualmente é só desanimador tal qual o meu abacaxi.
Immortals Fenyx Rising está disponível para Playstation 4, Xbox One, PC e Nintendo Switch. Com melhorias para a versão da nova geração.